domingo, 8 de agosto de 2010
Mantecorp planeja venda ou parceria e torna-se alvo do Aché
O laboratório nacional Mantecorp, controlado pela família Mantegazza, contratou a Inspire Capital, uma butique de fusões e aquisições, para assessorar na venda ou na procura de um sócio estratégico para a farmacêutica.
O Aché, uma das maiores companhias do país no setor, está no páreo na negociação, de acordo com fontes familiarizadas com a operação.
A Hypermarcas, grupo que se transformou em uma máquina de compras nos últimos meses, sobretudo nesse setor, também teria interesse nesse ativo e já deve ter contratado um banco para analisá-lo. Outros dois grupos de capital estrangeiro já estariam de olho também.
As notícias de que o Mantecorp estaria em negociação já circulavam no mercado. No entanto, com a contratação da Inspire, as suspeitas se confirmaram e a empresa, oficialmente, iniciou um processo de venda. Procurados, o Mantecorp e a Inspire não retornaram os pedidos de entrevista.
De acordo com o Valor Econômico, o Aché tem forte interesse nessa operação, uma vez que reforça a posição da companhia como um dos maiores laboratórios nacionais. Além de ganhar em escala, o Mantecorp, cujo faturamento gira em torno de R$ 700 milhões, também agrega em produtos MIP (medicamentos isentos de prescrição).
Em seu portfolio estão marcas tradicionais, como o antigripal Coristina, os antialérgicos Polaramine e Celestamine, o antipirético e analgésico Alivium, a linha de proteção solar Episol e de hidratantes Epidrat. Com uma fábrica em Jacarepaguá (RJ), o Mantecorp também tem um braço de medicamentos genéricos, a Brainfarma, que poderá receber investimentos para ganhar maior robustez.
O ACHÉ
Com um faturamento em torno de R$ 1,9 bilhão, o Aché, controlado pelas famílias Dellape Baptista, Siaulys e Depieri, pretende crescer por meio de aquisições e deve ir à bolsa, quando as condições de mercado forem favoráveis. Com o intenso movimento de fusões e aquisições no mercado farmacêutico nos últimos meses, a própria companhia, que busca a consolidação, também é alvo de assédio de grandes multinacionais, interessadas em avançar em países emergentes.
O jornal informou que o Aché poderá negociar apenas uma fatia significante da farmacêutica. Fundada em 1966, a companhia conta com dois complexos industriais, um em Guarulhos (Grande São Paulo) e outro na capital paulista, no bairro Jurubatuba. O portfolio da empresa conta com 250 marcas em cerca de 600 apresentações de medicamentos sob prescrição, genéricos e isentos de prescrição.
Em 2003, a companhia deu início ao processo de consolidação, com a incorporação da Asta Médica do Brasil. Dois anos depois, deu importante passo com a compra da Biosintética Farmacêutica, que possibilitou ao laboratório entrar no segmento de genéricos. Em 2008, a empresa firmou parceria com a americana RFI Ingredients, marcando a entrada do grupo no mercado americano e canadense com a comercialização do creme anti-inflamatório Acheflan.
Fonte: Valor Econômico