terça-feira, 5 de abril de 2011

Anvisa proíbe uso, comercialização e importação do emagrecedor Dietrine


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a fabricação, a importação, a distribuição e o uso do emagrecedor Dietrine, que nunca teve registro junto ao órgão. O emagrecedor, segundo a Anvisa, é fabricado e importado por empresa desconhecida. A determinação foi publicada ontem, no Diário Oficial da União.

Para que um produto seja registrado como medicamento, é preciso que a Anvisa o aprove em relação à eficácia e à segurança. Não se sabe desde quando o Dietrine está sendo vendido no Brasil, e acredita- se que entre no país por meio de contrabando. "Na realidade, esse medicamento não existe do ponto de vista médico, nunca existiu nas farmácias", explica Airton Golbert, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Paralelamente, a Anvisa e a comunidade médica discutem a possível proibição de outros remédios para emagrecer: a sibutramina e os anorexígenos anfetamínicos (anfepramona, femproporex e mazindol). "Esses são comprovados clinicamente", disse Golbert.

Genzyme ganha força no Brasil após venda para a Sanofi-aventis


Um dos líderes globais da farmacêutica Genzyme, o brasileiro Rogério Vivaldi, vice-presidente global da companhia e presidente da área renal e de endocrinologia, é um dos executivos envolvidos no processo de integração com a francesa Sanofi-aventis que, recentemente, adquiriu a indústria americana por US$ 20,1 bilhões.

Segundo ele, os acertos sobre a consolidação da compra devem ser finalizados nas próximas seis semanas, mas já está certo que a Genzyme deverá se estabelecer como uma divisão isolada, com manutenção de sua marca, e deve ampliar sua atuação em mercados emergentes - com destaque para China e Brasil - em razão do posicionamento que a Sanofi tem nesses países. “Eles são fortes na China e isso nos traz facilidades, por exemplo, para aprovação de medicamentos lá”, afirma Vivaldi.

Com forte atuação no desenvolvimento de medicamentos para doenças raras e pesquisas em biotecnologia, nos últimos 30 anos a Genzyme foi pioneira na criação de tratamentos para as doenças de gaucher, fabry e pompe. Nessas doenças, destacam- se os remédios Cerezyme, Febrazyme,Myosyme. É uma das líderes globais entre as empresas de biotecnologia, com cerca de 10 mil funcionários.

Instalada em Framingham, Massachusetts, a companhia investe 18% do faturamento - cerca de US$ 800 milhões - em pesquisa e desenvolvimento. “A Sanofi nos comprou [por US$ 20,1 bi] por causa do nosso modelo. Somos hoje a empresa mais próxima dos pacientes, não melhoramos suas vidas, nós as transformamos’, diz Vivaldi. Nas negociações de integração, pontua, a Genzyme tem tomado como prioridade, entre outros temas, a manutenção da qualidade de suas pesquisas e o nível de aprovação de seus medicamentos.

Fundada em 1981, a Genzyme obteve faturamento de US$ 4 ,05 bilhões em2010. Na área liderada por Vivaldi, de tratamentos de problemas renais e de endocrinologia, a receita foi de US$ 1,3 bilhão, o equivalente a 34% do total.

Sanofi Pasteur constroi fábrica para vacina contra dengue na França


Primeira indústria farmacêutica a chegar à fase final de testes para o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue, a francesa Sanofi Pasteur, divisão de vacinas do Grupo Sanofi-Aventis, investe €300 milhões (R$ 699 mi) na finalização da construção de uma fábrica em Neuville, na França, para produção da nova vacina.

O Brasil - público para o qual o produto está sendo desenvolvido com prioridade - deverá ser o primeiro país a receber em massa a nova vacina. Os testes da terceira fase do imunizante, a última no processo que antecede a aprovação por órgãos reguladores, como o americano FDA, estão sendo aplicados na Austrália. Mas há estudos e testes sendo realizados também no Brasil, na Tailândia e em outros países afetados pela doença. Se a eficácia do produto for comprovada, a previsão é de realização do primeiro pedido de registro e autorização a partir de 2013, mas isso também pode ocorrer depois, a depender dos resultados dos testes.

A vacina chega em sua etapa final de testes cerca de noventa anos após os primeiros estudos mundiais. “Acreditamos na aprovação, especialmente porque não há produto algum no mercado que seja semelhante a esse e as demais empresas que desenvolvem testes ainda não entraram na fase final”, diz Susan Watkins, diretora global de comunicação científica da Sanofi Pasteur, explicando que em razão disso a empresa começou a investir na construção da fábrica mesmo sem ter a certeza da aprovação.

O Brasil, contudo, não tem sido visto como um grande mercado pela Sanofi Pasteur apenas em razão da chegada do imunizante. No ano passado, o país recebeu 60 milhões de doses da vacina H1N1 produzidos pela companhia. “O Brasil é nossa prioridade entre os mercados emergentes”, afirma Susan.Em2010, os emergentes, com destaque para o Brasil, somaram mais de €1 bilhão (R$ 2,33 bi) no faturamento global da companhia. “Ainda há acertos a serem feitos quanto à distribuição, mas queremos expandir geograficamente nossa participação no mercado global e investir mais em produção local”, diz a executiva. O Brasil, contudo, não está entre as prioridades globais da companhia para receber investimentos em laboratórios de pesquisa. Neste caso, a previsão está focada na expansão da área de pesquisa e desenvolvimento na China e na Índia, onde a companhia já tem laboratórios.

Com € 3,8 bilhões (R$ 8,85 bi) em faturamento em 2010 e 13 mil empregados no mundo, a Sanofi Pasteur tem atualmente 12 fábricas de vacinas e outras três em construção - uma no México, outra na China e a que se dedicará à produção de vacina para dengue, na França. A corrida pelo Brasil não ocorre por acaso, visto que nos últimos anos as multinacionais da indústria farmacêutica têm buscado crescer em novos mercados que possam compensar os altos investimentos empesquisa para desenvolvimento de medicamentos. No caso da dengue, o Brasil interessa pelo fato de a doença ser endêmica no país e também em razão de o governo ter recursos para adquirir a vacina, o contrário do que ocorre, por exemplo, na África. A intenção inicial da Sanofi, que trabalha em parceria com o Instituto Internacional de Vacinas (IVI) - e, no Brasil, atua ao lado do Instituto Butantan e da Fiocruz - é disponibilizar o produto ao mercado mundial em2015.


Fonte: Brasil Econômico

MSD lança primeiro medicamento após fusão da Merck com a Schering


A farmacêutica MSD anunciou o primeiro lançamento no Brasil da empresa, fruto da fusão, em 2009, de duas multinacionais da área da saúde - Merck Sharp & Dohme e Schering-Plough. Trata-se do sugamaex sódio, molécula comercializada com o nome de Bridion, que permite uma recuperação mais rápida e segura da função neuromuscular daqueles pacientes que receberam anestesia geral, independentemente da dose e do tipo de cirurgia. Ou seja, ele acelera a volta das funções motoras após o anestésico.

Segundo João Sanches, diretor de acesso a mercado e assuntos corporativos da empresa, haverá novos lançamentos ainda este ano. A estratégia da companhia é triplicar, em cinco anos, seu faturamento no Brasil, Novo medicamento contra hepatite C, que espera aprovação da Anvisa no Brasil, quando associado a duas outras drogas, aumenta as chances de cura entre os pacientes que não respondiam às terapias existentes que em 2010 foi da ordem de US$ 820 milhões. Só com o Bridion, a empresa espera faturar US$ 25,5 milhões nesse prazo. A MSD aguarda ainda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercializar o Boceprevir, medicamento oral contra o vírus da hepatite C.


À ESPERA DE APROVAÇÃO

Estão previstos ainda os lançamentos do Simponi (golimumab), terapia subcutânea para o tratamento de artrite reumatóide; Saflutan (tafluprost) para glaucoma e hipertensão ocular; e Noxafil (posaconazole), medicamento usado para prevenir infecções em pessoas com sistema imunológico enfraquecido pelo tratamento com quimioterapia e transplante. “A MSD possui um portfólio diversificado como resultado da fusão e é isso que estamos materializando agora”, afirmou Sanches.

Para Simone Lancha, gerente do produto, “o Bridion é um dos maiores avanços no campo da anestesiologia em duas décadas, ao encapsular a molécula do relaxante muscular, usado como pré-anestésico, para torná-la inativa em menos de três minutos”. Ela explica que os agentes atuais de reversão associados às anestesias são lentos e podem dar origem a efeitos colaterais indesejáveis, como distúrbios do ritmo cardíaco, gastrointestinais e pulmonar.

O lançamento no Brasil do Boceprevir promete também revolucionar o tratamento da hepatite C. Em artigo na revista The New England Journal of Medicine, lançada recentemente, o medicamento associado a drogas tradicionais “potencialmente pode curar pessoas com a doença que não respondiam às terapias existentes”. De acordo com o estudo, essa terapia pode levar a uma nova era de desenvolvimento de antivirais para tratar a hepatite C, doença de origem viral grave que pode levar à fibrose e cirrose, bem como ao câncer de fígado e à morte.


Fonte: Brasil Econômico