segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sanofi deverá persistir por Genzyme


A oferta de US$ 18,5 bilhões em dinheiro da farmacêutica Sanofi-Aventis pela Genzyme deve ser estendida à medida que se aproxima o prazo final sem nenhum sinal de vitória, sinalizando para uma batalha de aquisição que deve prosseguir até o próximo ano. As ações da Genzyme ainda estão sendo negociadas acima dos US$ 69 por papel propostos pela francesa.

A prorrogação da oferta da Sanofi, nas mesmas condições de preço, daria tempo extra para a busca de compromissos de que o negócio seja fechado.

A ideia de adicionar um montante variável a depender do desempenho dos negócios futuros da Genzyme é bem aceita pela empresa-alvo. Markus Manns, gestor de recursos da Union Investment em Frankfurt e que está entre os 20 maiores investidores da Sanofi, disse acreditar que essa seria uma solução possível para o impasse.

"Já vimos isso em outros negócios... Certamente isso faz sentido se as companhias não concordam sobre o potencial de vendas de algum medicamento", disse ele. "É provável que a Sanofi prolongue a oferta para ganhar algum tempo e tentar acesso à diretoria [da Genzyme] para buscar convencê-la a iniciar negociações", acrescentou.

A francesa Sanofi lançou uma oferta hostil de compra da americana Genzyme em 4 de outubro, frustrada pela recusa da administração da Genzyme em negociar um acordo.

A proposta da Sanofi expirou às 23h59 de sexta-feira, pelo horário de Nova York. A Sanofi precisaria enviar um comunicado ao mercado acionário americano antes da abertura das bolsas hoje. A expectativa de pessoas a par da situação é que a oferta pela Genzyme seja estendida por mais 50 dias.

Especializada em doenças genéticas raras, a Genzyme não está entre as maiores em receita dentro de seu segmento, mas segue no topo em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em tratamentos. Quarta maior em biotecnologia no mundo, a empresa tem expertise em combater doenças raras, como Gaucher e Fabry, por exemplo -, além de atuar nas áreas renais, ortopedia, oncologia e endócrino. O mal de Gaucher está relacionado a problemas de uma enzima chamada glicocerebrosidase, afetando o baço, o fígado, os ossos e o sistema nervoso central (SNC). Já a de Fabry se caracteriza como crônica, conduzindo a uma isquemia cardíaca, cerebrovascular e renal.

Independentemente do futuro, o laboratório americano mantém firme seus planos de expandir seus negócios no Brasil. Embora haja intenção de ter uma fábrica própria no país, a expansão, nesse primeiro momento, deverá se concretizar por meio de parcerias.

Cialis amplia liderança e movimenta US$ 296 mi nos dez primeiros meses do ano

Diferentemente do que se imaginava, a entrada dos genéricos na categoria de medicamentos para disfunção erétil não abalou a posição do Cialis, da Eli Lilly, líder absoluto do mercado brasileiro. Ao contrário, em 2010 o medicamento aumentou sua participação nesse nicho, que movimentou US$ 296 milhões nos primeiros dez meses no País.

Na comparação entre janeiro e outubro deste ano sobre igual período de 2009, o Cialis ampliou seu market share, em valor, para 50,8%, alta de 16,6% ante uma fatia de 31,3% do Viagra, da Pfizer, 12% do Levitra, da Bayer, e 5,3% do Helleva, da Cristália, num ranking com apenas os medicamentos de marca.

No entanto, mesmo incluindo os genéricos e os similares, que passaram a competir apenas neste ano, o Cialis se mantém no topo, com 43,4% contra 26,7% do Viagra e 10,2% do Levitra.


DOSE DIÁRIA

Segundo Luciano Finardi, diretor de marketing da Lilly, há duas razões para explicar a força do Cialis, que custa o dobro do Viagra. "É justamente o efeito mais prolongado do Cialis, de 36 horas contra oito horas dos demais, que atrai o consumidor", afirma Finardi.

Otimista, ele acredita que a participação do Cialis será reforçada com a embalagem com 28 unidades, lançada em setembro, época do surgimento dos primeiros genéricos. Segundo Finardi, o Cialis Diário, vendido a R$ 220 a caixa, funciona para o homem como a pílula anticoncepcional para a mulher. "Tomando todo dia, o homem está sempre apto para o sexo", diz.


Fonte: O Estado de S.Paulo

EMS: Farmacêutica inicia exportação para a Inglaterra e a Alemanha


A EMS, maior laboratório farmacêutico nacional, está agregando à sua carteira de exportação, que já conta com 30 países, a Inglaterra e a Alemanha. De início, a empresa vai colocar à venda nos dois mercados a ciclosporina microemulsão - um imunossupressor que combate a rejeição a órgãos transplantados.

Em 2010, as exportações da EMS para a Europa devem atingir R$ 10 milhões. Segundo Waldir Eschberger Jr., a expectativa é faturar R$ 2 milhões com a venda do medicamento no mercado inglês ainda neste ano.

Na Alemanha, onde a venda da ciclosporina requer prescrição, a farmacêutica vai realizar um trabalho junto aos médicos para a divulgação do produto. Em 2011, diz Eschberger Jr., a meta é exportar para países como México, Canadá, Austrália e EUA.


Fonte: O Estado de São Paulo

Eurofarma compra fabricante de soros e cria nova empresa


O Eurofarma, quinto maior laboratório do País, fechou a compra de 100% do capital da Segmenta, fabricante de produtos hospitalares e líder na categoria de soros. Essa é a primeira aquisição da Eurofarma no Brasil. Em junho, a empresa comprou o laboratório uruguaio Gautier e, no ano passado, o argentino Quesada. "O negócio faz parte dos planos da Eurofarma de estar entre as três maiores farmacêuticas do País em 2015", diz Maria Del Pilar Muñoz, diretora de sustentabilidade e novos negócios da Eurofarma.

Antes da Segmenta, a Eurofarma esperava crescer 14% em 2011. Agora, a taxa deve ultrapassar 30%. Uma nova empresa, a Eurofarma Segmenta, foi criada para juntar a área de medicamentos injetáveis de uso hospitalar da Eurofarma e a operação da Segmenta, que envolve, além de soros e dispositivos para sua aplicação, produtos para limpeza de hospitais e de higiene e assepsia para os médicos e enfermeiros.

"Essa será a primeira empresa brasileira a atuar só na área hospitalar. Com o crescimento dos planos de saúde e a profissionalização e consolidação dos hospitais, esse setor é onde estão as maiores taxas de crescimento do mercado farmacêutico", diz Geraldo Mol, que já era diretor executivo da Segmenta e será agora presidente da Eurofarma Segmenta. A nova empresa deve faturar R$ 500 milhões em 2011.

Uma das principais áreas de sinergia deve ser na distribuição. Os soros são produtos volumosos e de margens apertadas. Se, junto com os soros, puderem ser entregues medicamentos - que ocupam menos espaço, mas carregam mais valor agregado -, o preço do frete é diluído.

Segundo a Eurofarma, todos os funcionários da Segmenta serão integrados à nova empresa. Depois de juntar as equipes de vendas, a intenção é preparar a expansão da Eurofarma Segmenta para a América Latina. O passo seguinte será começar a pesquisar novas apresentações de medicamentos que possam ser entregues aos hospitais diretamente nas bolsas de soro, sem que seja necessária a administração pelos enfermeiros.


BASTIDORES

As conversas que resultaram na aquisição fechada ontem tiveram início em julho. A negociação se deu diretamente entre Maurizio Billi, controlador da Eurofarma, e Omilton Visconde Júnior, ex-controlador da Segmenta, que se conhecem há anos. Ambos deram continuidade aos negócios herdados dos pais e participam ativamente de entidades do setor. Hoje, Omilton é presidente do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo) e Maurizio é o vice-presidente.

A decisão da Eurofarma de entrar em um novo segmento de mercado se dá exatamente em meio à euforia dos genéricos. Hoje, a venda de cópias representa 16% da receita da companhia, que pretende manter sua posição como uma das grandes fabricantes - mas também não está disposta a tornar-se dependente de um mercado pautado pelos altos descontos concedidos às farmácias e pela corrosão das margens dos fabricantes.

Para fugir dessa lógica e continuar crescendo, a empresa tem apostado na diversificação. Em outubro, por exemplo, fechou uma parceria com a empresa de produtos veterinários Hertape Calier e criou a Inova Biotecnologia, que vai fabricar vacinas para combater a febre aftosa.


Fonte: O Estado de S.Paulo

Com reposicionamento de linhas, Hypermarcas reorganiza seu portfolio


A Hypermarcas tem desenhado projetos de construção de marcas guarda-chuva para o seu portfolio de ativos, dentro de um processo de reposicionamento das linhas adquiridas nos últimos anos. O comando da empresa já decidiu que não haverá um limite determinado para esse grupo de marcas, que devem abrigar sob um mesmo nome vários produtos. Bozzano, Monange e Pom Pom já foram escolhidas para serem trabalhadas dentro dessa estratégia.

Controladora de 160 marcas (cinco vezes o número da Procter & Gamble no Brasil), a Hypermarcas é a companhia com o maior portfolio de marcas de consumo à venda no país. Em dois anos, ela mais que dobrou esse número. A questão é que, com o acelerado ritmo de aquisições recentes, a companhia acabou comprando ativos com modelos de negócio semelhantes.

As marcas Paixão e Monange, por exemplo, quando adquiridas competiam entre si. Da mesma forma, Avanço e Très Marchand vendiam para as classes de menor renda e disputavam o mesmo bolso. E com a aquisição da Bitufo no mês passado, essa linha de produtos para higiene bucal passou a competir no mesmo segmento da Sanifill, controlada pela companhia desde março.

Nos últimos anos, ao mesmo tempo em que mantinha o ritmo de aquisições, a empresa foi definindo os papeis das marcas em termos de público consumidor e atuação geográfica, por exemplo. É algo que, na prática, tem sido feito desde a abertura de capital da empresa, em 2008. Mas acabou se intensificando com a disparada de aquisições na área de higiene pessoal e beleza.

Nesse contexto, o modelo guarda-chuva resolve uma questão crucial: a seleção das marcas com fôlego para atuar de forma horizontal, emprestando o nome a novos segmentos. Sessenta pessoas na área de marketing da Hypermarcas trabalham nessa estratégia, paralelamente a outras funções. O que a empresa busca é aquilo que a executiva Mel Girão, diretora de marketing da Hypermarcas, chama de "efeito halo" na comunicação. "Nele, a percepção positiva de um produto se estende para vários segmentos, de maneira que um puxa o bom desempenho do outro", diz ela.

O risco está em ampliar demais a suposta força de uma marca, e esse "modelo elástico", como diz Mel, acabe não trazendo os resultados esperados. "Se você não fizer isso com equilíbrio e planejamento, pode ferir os pilares da marca", diz José Roberto Martins, sócio da GlobalBrands. Segundo a executiva, "essa é uma análise que começa quando a empresa passa a se interessar pela marca, de maneira que a compra faça sentido dentro do portfolio da empresa".

Alguns reposicionamentos de marcas já foram feitos e começam a dar resultados. Outros estão em pleno andamento, e a companhia ainda os mantêm em sigilo. Isso é perceptível na estratégia de marca adotada em relação às linhas Monange e Paixão, por exemplo, assim como naquela com a Biocolor e Fluid Gel (ambas do segmento de coloração) e no segmento de gel para cabelos (com as marcas Radical e Summer Look). Em todos os casos, a companhia já trabalha tentando diferenciar as linhas.

No primeiro caso, a companhia decidiu trabalhar os produtos Monange dentro do conceito de produto para hidratação da pele. É o enfoque dos cremes e também dos aparelhos para barbear, com fitas lubrificantes compostas de Aloe vera a vitamina E. Já a marca Paixão, com produtos mais baratos, foca mais na linguagem do produto para "despertar desejos e sensações", diz a campanha da empresa.


Fonte: Valor Econômico