sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sanofi-aventis reduz lucro trimestral


A sanofi-aventis registou uma quebra nos lucros do quarto trimestre de 2010, embora tenha registado um incremento nos resultados líquidos do conjunto do exercício, avança o Diário Digital.

O resultado trimestral desceu 9,7%, face a igual período de 2009, para se situar nos 1,84 mil M€, reflectindo menos vendas de vacinas para a gripe A (H1N1).

No conjunto do ano, o lucro do laboratório farmacêutico ascendeu a 9,21 mil milhões, mais 2,6% do que em 2009. Já o volume de negócios, que desceu 5,9% no trimestre, terminou o ano a descer 0,8% e a cifrar-se nos 30,38 mil milhões de euros.

Hypermarcas cassa liminar obtida pela Cremer


A Hypermarcas informou ontem que conseguiu suspender a liminar obtida pela Cremer, fabricante de produtos médicos de Santa Catarina. A liminar previa que a Mabesa, controlada pela Hypermarcas, retirasse do mercado produtos licenciados com a marca Cremer, assim como também deixasse de divulgar a marca no site da Mabesa. O Valor tentou acessar o site nos últimos dois dias, mas a página não estava disponível.

Em 1997, a Mabesa adquiriu a unidade de fabricação de fraldas descartáveis da Cremer em Blumenau (SC) e também passou a ter o direito de licenciar itens da marca, que incluem as linhas Cremer-Disney, Plim Plim, Puppet e Affective. Isso poderia ser feito se a Mabesa subordinasse o uso da marca a um manual de estilo da Cremer. Em agosto de 2010, a Hypermarcas adquiriu a Mabesa.

O problema é que, em novembro a Mabesa entrou com um pedido de registro da marca Cremer no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). Mas a Cremer contestou a medida e deu entrada ao processo judicial, que resultou na liminar.

Jornalista: Adriana Mattos

Hypermarcas golpeia concorrentes e avança


Por que a Hypermarcas incomoda tanto? Entre dezembro de 2009 e dezembro de 2010 a companhia fez importantes aquisições no setor farmacêutico que já respondem por cerca de 50% da receita do grupo, conhecido por ser uma máquina de compras que passa como um trator por cima de seus principais concorrentes para concluir seus negócios. A empresa é a vice-líder em genéricos no país e não esconde seus planos de se tornar líder no segmento farmacêutico.

Sua última tacada, a compra da Mantecorp, por R$ 2,5 bilhões, em dezembro, dos quais R$ 600 milhões em dinheiro e R$ 1,9 bilhão em ações, surpreendeu o mercado. O laboratório Aché, que já era apontado como o comprador da farmacêutica, foi atropelado pela Hypermarcas, que fechou o negócio aos 47 minutos do segundo tempo. Igual golpe tomou a Pfizer no último trimestre de 2009, quando a múlti americana estava nos últimos detalhes para levar a Neo Química, de Goiás. A Hypermarcas passou como um tufão e fechou a compra do laboratório nacional, considerado estratégico para o avanço do grupo nesse setor.



Como um trator, a entrada da Hypermarcas no setor ajudou a inflacionar os ativos farmacêuticos no país. A referência de aquisição por um ativo no exterior gira em torno de 12 a 14 vezes o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização na sigla em inglês) de uma companhia. A última aquisição do grupo, a Mantecorp, empurrou para 20 a 22 vezes o Ebtida. "A incorporação por ágio permite oferecer um valor maior pelo ativo", afirmou uma fonte. O fato é que as indústrias nacionais se tornaram caras, mas mesmo assim atraentes (ver reportagem abaixo). "Tudo é uma questão de dinheiro. A Hypermarcas levou porque ofereceu mais", disse.

Antes de adquirir a Neo Química por R$ 1,3 bilhão - metade em ações e outra parte em dinheiro -, a empresa controlava a DM e Farmasa, laboratórios de médio porte que permitiram ao grupo avançar no segmento de OTC (medicamento isento de prescrição médica). A Mantecorp projetou o grupo em remédios com prescrição médica.

Muitos questionam o modus operandi da companhia para fechar seus negócios. Mas o fato é que o grupo tem recebido forte apoio financeiro do BNDES nessas transações. Em outubro, a companhia emitiu cerca de R$ 1,1 bilhão em debêntures simples - a operação tem a garantia de compra total pelo BNDESPar, braço de participações do BNDES. O governo considera a Hypermarcas como consolidadora desse setor. E esse apoio do governo visa conter o avanço de múltis nesse segmento, considerado estratégico.

Também conta a favor a Hypermarcas estar listada na bolsa - o que permite maior acesso a capital e usar suas ações como moeda de troca. As ações do grupo registram queda de 18,9% em 12 meses, mas alta de 117,4% desde que foi à bolsa, em abril de 2008. Além disso, há o benefício do ágio das incorporações, o que a torna mais rápida e com maior poder de fogo. O ágio é a diferença entre o valor contábil de incorporação de uma companhia e o montante efetivamente desembolsado na aquisição. Por lei, se uma empresa paga por outra um montante superior a seu valor contábil, pode amortizar essa diferença no prazo de cinco a dez anos. Ao fazer isso, a empresa reduz seu lucro tributável, que é a base de contribuição do imposto, e acaba pagando menos ao Fisco.

"É uma operação legal usada por várias companhias", disse uma fonte do mercado financeiro, lembrando que esse mecanismo foi criado na época das grandes privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso. "Nos últimos três anos, havia uma ameaça de que esse mecanismo seria extinto, o que provocou uma corrida dos grupos em fechar seus negócios antes da virada do ano."

Em entrevista ao Valor, Claudio Bergamo, principal executivo da Hypermarcas, afirmou que a companhia é uma "obstinada em entregar tudo o que promete, desde abril de 2008", quando foi à bolsa. "O nosso plano estratégico sempre foi transparente. Somos consolidadores." Ele acrescentou que o setor está se consolidando e que poucos grupos sobreviverão. "Temos uma estrutura de capital flexível, com ações que podemos usar como moeda de troca."

Bergamo garantiu que nenhuma aquisição foi feita por acaso. "Estudamos esse setor a fundo e tínhamos todas as referências das companhias que adquirimos muito tempo antes de fecharmos os negócios."

O próximo desafio do grupo - o que também espera o governo - é avançar em pesquisa e desenvolvimento (P&D), investimento pouco comum entre as farmacêuticas nacionais. Hoje, de 1% a 1,5% do faturamento da companhia é voltado para inovação. A meta da companhia é aumentar esse percentual. Mas o caminho não deverá seguir o desenvolvimento de novas moléculas, como fazem as gigantes globais - cujos gastos em P&D ficam entre 10% e 20% da receita anual dessas empresas.

O grupo não prevê, por enquanto, expansão no exterior. "Entendemos que há oportunidades para crescermos aqui", disse Bergamo. Neste semestre, a companhia deverá consolidar as recentes aquisições antes de partir para nova empreitada. Mas pelo sim, pelo não, continua olhando oportunidades no mercado.

Novartis: Sandoz tem 10 biossimilares em desenvolvimento


A Sandoz, unidade de genéricos da Novartis, está a desenvolver entre oito e 10 novas moléculas biossimilares para cimentar a sua posição como principal fabricante de versões genéricas de medicamentos biotecnológicos caros, disse o director da unidade ao jornal alemão Handelsblatt, de acordo com a agência Reuters.

Os candidatos a fármacos estão em estágios variados de desenvolvimento, adiantou o responsável da Sandoz, Jeff George.

Com três biossimilares no mercado, a empresa suíça tem uma posição de liderança na indústria e os concorrentes mais pequenos vão ter de lutar para manter-se no mercado, devido aos custos de investigação e desenvolvimento, acrescentou.

Os custos de desenvolvimento de uma única molécula variam entre os 50 e os 200 milhões de dólares ou mais, adiantou George.

Teva na liderança dos genéricos


A gigante de genéricos Teva teve um ano de forte crescimento em 2010, graças à aquisição da Ratiopharm, a expirações de patentes de medicamentos de grande sucesso, e ao sucesso do seu fármaco protegido por patente Copaxone®, escreve o site InPharm.



A empresa, sediada em Israel, já era a maior empresa mundial de genéricos, mas a aquisição da Ratiopharm em Março passado, por cerca de 5 mil milhões de dólares, ajudou a consolidar a sua situação.



A Teva também viu as suas vendas aumentarem à medida que explorou a expiração de patentes de vários dos medicamentos mais vendidos nos mercados globais, incluindo o Effexor XR® (venlafaxina) e o Respules Pulmicort® (budesonida).



A companhia também tem alguns produtos próprios protegidos por patentes, sendo o principal o tratamento para a esclerose múltipla Copaxone®, cujas vendas aumentaram até 17% em relação ao ano anterior, para 3,3 mil milhões de dólares.



"2010 foi um ano óptimo para Teva, um ano em que apresentámos resultados recordes em todas as nossas regiões, reforçando e ampliando a nossa liderança mundial", disse Shlomo Yanai, presidente e CEO da Teva.



"Em 2010, a Teva tornou-se líder de genéricos na Europa e reforçou a sua presença nos principais mercados emergentes. Este também foi um ano fantástico para o nosso negócio de marca, onde fizemos um excelente progresso no desenvolvimento de uma pipeline robusta e promissora de produtos de marca".



A Teva diz ter actualmente 206 pedidos para novos produtos a aguardar aprovação final da FDA (entidade que regula os medicamentos nos EUA), sendo que a grande maioria são genéricos. Segundo a companhia, o valor colectivo dos produtos de marca, abrangidos por estes pedidos nos EUA, tiveram vendas anuais acima dos 121 mil milhões de dólares.



As vendas da companhia na Europa aumentaram 21% em relação a 2009, atingindo os 3,9 mil milhões de dólares, devido principalmente à consolidação dos resultados da Ratiopharm. Em termos de moeda local, as vendas na Europa cresceram cerca de 26% em relação a 2009. Este aumento nas vendas resultou de fortes vendas de genéricos em toda a região (sobretudo na Alemanha, Espanha, Itália, Polónia e França), bem como do aumento das vendas do Copaxone®.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Neo Decapeptyl fortalece portfólio do Aché em oncologia


Indicado para o tratamento de câncer da próstata, endometriose, leiomiomas uterinos sintomáticos e puberdade precoce, Neo Decapeptyl (embonato de triptorrelina) retorna ao mercado em fevereiro. Com uso intramuscular em adultos e crianças, o medicamento é apresentado em frasco-ampola com microgrânulos liofilizados e ampola diluente para formar suspensão injetável.



A volta de Neo Decapeptyl é mais uma estratégia do Aché para fortalecer seu portfólio em Oncologia. “A empresa busca crescer neste segmento. Prova disso é o investimento na criação de força de vendas especializada em Oncologia e projetos junto às Sociedades Médicas”, afirma Rosangela Alcatrão, gerente de Grupo de Produtos Oncologia do Aché.



“O medicamento será comercializado por distribuidores especializados de todo o País. Também participaremos de licitações para oferecer o produto na rede pública de Saúde”, explica Vanessa Paloma Saito, responsável pelo lançamento. O produto é fabricado pelo laboratório suíço Debio Recherche Pharmaceutique e possui larga utilização na Europa e Estados Unidos.



Neo Decapeptyl

Princípio ativo: embonato de triptorrelina

Apresentação: frasco-ampola (microgrânulos liofilizados)

Indicação: tratamento de câncer da próstata com metástases; puberdade precoce (meninas até 8 anos e meninos até 10 anos; endometriose de localização genital e extra genital; leiomiomas uterinos sintomáticos; em técnicas de reprodução assistida.

Registro MS: 1.0573.0120

CAC Aché: 0800-701-6900



Sobre o Aché Laboratórios

O Aché é uma empresa 100% brasileira, com mais de 40 anos de atuação no mercado farmacêutico. Conta com dois complexos industriais, um em sua sede, em Guarulhos (SP), e outro em São Paulo (SP), cerca de 3,5 mil colaboradores e uma das maiores forças de vendas do segmento no Brasil. Para atender às necessidades dos profissionais de saúde e consumidores, o Aché oferece um portfólio diversificado com mais de 250 marcas em 600 apresentações de medicamentos sob prescrição, genéricos e MIP (isentos de prescrição). No mercado internacional, exporta para 11 países da América do Norte, América Latina e África. Em 2009, o Aché registrou receita operacional bruta de mais R$ 2,1 bilhões.



Informações para imprensa
CDI Comunicação Corporativa
Thiago Coletti (11) 3817-7915 – thiago@cdicom.com.br
Cláudia Santos (11) 3817-7925 – claudia@cdicom.com.br

Brasileiro consumiu R$ 6,2 bi em genéricos em 2010


Um em cada cinco medicamentos comercializados no Brasil no ano passado era genérico. As vendas desse tipo de produto passaram dos R$ 6,2 bilhões, o que representa um crescimento de 37,7% entre 2009 e 2010. Esse número é o maior desde 2002, segundo o balanço divulgado pelo IMS Health, instituto que audita o desempenho da indústria farmacêutica no Brasil e no mundo.



De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (8), em 2009, o brasileiro consumiu R$ 4,5 bilhões de medicamentos genéricos. Entre 2009 e o ano passado, o total de unidades de remédios vendidos passou de 330,9 milhões para 444,3 milhões.

Esse crescimento foi quase o dobro da evolução apresentada pelo mercado farmacêutico total, na avaliação de Odnir Finotti, presidente executivo da Pró Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos).

Ele aponta que os motivos que levaram a este aumento foram o crescimento da economia, o aumento da renda da população e a entrada de novos produtos no mercado.

- Novos consumidores passaram a comprar medicamentos por conta do aumento da renda e os genéricos são a porta de entrada do mercado farmacêutico. Além disso, a entrada de drogas importantes no segmento também naturalmente amplia nosso mercado.

No ano passado, o conjunto da indústria farmacêutica brasileira (que inclui os produtos de marca) comercializou 2,068 bilhões de unidades de medicamentos no período contra 1,769 bilhão em 2009, o que representa alta de 16,9%.

Na análise de participação de mercado, esse tipo de remédio fechou 2010 com 21,3%. Isso significa que mais de 1 em cada 5 produtos eram genéricos. No fim de 2009, esse percentual estava em 18,7%.

Finotti diz que medidas como o Farmácia Popular, programa do governo que distribui remédios a preços menores, também ajudaram a elevar as vendas.

- Os genéricos se constituem em importante ferramenta para viabilização do programa, especialmente os destinados ao tratamento de doenças crônicas como o diabetes, a hipertensão arterial e o controle do colesterol.


Funciona assim: remédios que custariam R$ 100 em farmácias comuns podem ser encontrados por R$ 10 no Farmácia Popular. O desconto é de 90%. Nesse caso, o governo é quem paga o preço integral dos remédios por meio de subsídios.



O genérico é similar aos medicamentos de referência (os de marca). Ambos têm em comum o princípio ativo (o elemento ou efeito que define para quê serve aquele remédio), mas o genérico é mais barato.

Pesa menos no bolso

Estudo da Pró Genéricos mostrou que desde que foram criados, em 2001, os genéricos promoveram uma economia R$ 18 bilhões aos consumidores.

A associação diz que, para 2011, a projeção é de que o mercado deverá crescer 25%, devido à chegada de produtos como a Valsartana, um dos anti-hipertensivos mais comercializados no país, com mercado que supera os R$ 400 milhões ao ano.

- Essas drogas dinamizam o mercado de genéricos que, por sua vez, ampliam o consumo da substancia em até 6 vezes, como ocorreu no caso do Sildenafil [Viagra] e da Atorvastatina [Lipitor] em 2010.

Nycomed vai comprar Laboratorios Farmacol


A Nycomed vai alargar a sua presença na América Latina através da aquisição dos Laboratorios Farmacol, uma companhia colombiana que opera nas áreas de Gastroenterologia, Ginecologia e Respiratória, avança o site Wordl Pharma News.

Fundada em 1969, a Farmacol desenvolveu e lançou uma série de produtos, como o anti-espasmódico Espasmibil® e o tratamento para as varizes Vasoton®, que contribuíram para um negócio sustentável na Colômbia.

A empresa integra a lista das dez principais empresas locais, possui uma organização considerável em termos de vendas e marketing e conta com uma unidade de produção focada em produtos líquidos, sólidos, semi-sólidos e efervescentes.

A Nycomed acredita que a aquisição vai ao encontro da estratégia da empresa de crescimento no país, mas também na região, mediante o lançamento dos seus próprios produtos e marcas locais nas áreas gastroenterológica e respiratória.

O negócio, que está dependente da aprovação das autoridades, poderá estar finalizado no segundo trimestre deste ano.

Norbert Oppitz, vice-presidente senior da região da América Latina da Nycomed, disse que Eeste negócio mostra claramente a importância da América Latina como uma região-chave na estratégia da Nycomed para os mercados emergentes. A Farmacol permitirá à Nycomed aceder a um dos mercados de crescimento mais rápido da América Latina", tendo acrescentado que "este movimento estratégico vai ajudar a acelerar a nossa expansão em toda a região".

Pfizer e Takeda estendem acordo no Japão


A Pfizer e a Takeda anunciaram planos para estender um acordo de co-promoção do medicamento para a artrite reumatóide Enbrel® (etanercept), no Japão. As duas empresas também assinaram um novo acordo para co-promover o fármaco experimental tofacitinib, que foi anteriormente referido como tasocitinib, no país, avança o site FirstWord.

Sob os termos do acordo, a Pfizer receberá pagamentos por objectivos da Takeda aquando do lançamento do tofacitinib, que está a ser testado para o tratamento da artrite reumatóide, psoríase e outras indicações.

Em contrapartida, a Takeda está apta a receber uma taxa de co-promoção com base num percentual das vendas da Pfizer.

Laboratório não pode estender prazo de patentes de medicamentos, diz STJ


O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) obteve nesta terça-feira, 8, nova vitória contra um laboratório estrangeiro que queria estender o prazo de patentes de medicamentos no Brasil. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu a favor do Inpi em ação movida pelo laboratório alemão Dr. Karl Thomae na questão de patentes pipeline (de revalidação) para os remédios de marca original Sifrol, usado para doença de Parkinson, e Persantin, para combate à formação de trombose. Os medicamentos genéricos são Pramipexol e Dipiridamol.

As patentes dos dois medicamentos venciam em 2004 e 2006 e o laboratório queria estender os prazos de vigência até dezembro de 2010 e julho de 2012, respectivamente. Ele pretendia aplicar no Brasil a prorrogação concedida na Alemanha. O Inpi, contudo, defende que seja contado o prazo de 20 anos de vigência da patente a partir da primeira data do depósito do pedido, sem extensão.

O procurador-chefe do Inpi, Mauro Maia, disse, em entrevista à Agência Brasil, que a decisão reafirma o entendimento fixado pelo STJ. No ano passado, o órgão definiu que o prazo de validade da patente que garantia o direito de exclusividade do laboratório farmacêutico Pfizer para a fabricação e comercialização do Viagra, usado no tratamento da disfunção erétil, terminava no dia 20 de junho. A partir daí, o medicamento cairia em domínio público.

Para Maia, a medida vai desonerar as políticas de saúde pública, facilitando o acesso da população aos medicamentos. "Significa a possibilidade do lançamento de medicamentos genéricos correspondentes a esses medicamentos. E, com isso, uma desoneração no custo de saúde pública, em razão de o Estado ser comprador desses medicamentos. E uma desoneração também para o consumidor, na medida em que, havendo uma redução do preço com o lançamento de genéricos, nós vamos ter um melhor acesso da população ao medicamento".

Mauro Maia ressaltou que a decisão do STJ favorável ao Inpi enfatiza o correto uso do sistema patentário. "Porque o que a Procuradoria-Geral federal tem feito é combater o excesso, o abuso desse direito, o que é traduzido, para nós, nessas ações que buscam a extensão da vigência de patentes farmacêuticas".

Maia esclareceu que não se trata de quebra de patente. "Não existe, na verdade, a tal figura da quebra de patente. O que nós estamos querendo fazer valer é o prazo fixado pelo Inpi quando concedeu a patente pipeline" e não os prazos que os laboratórios estão buscando, que são prazos maiores e com extensões que na nossa leitura, agora confirmada pelo STJ, são prazos indevidos e ilegais".

Para a patente cuja vigência se encerrou em dezembro do ano passado, o procurador-chefe do Inpi explicou que já existe um ambiente que vai permitir o lançamento do remédio genérico. A patente do medicamento para combate à trombose, entretanto, vai vigorar até 2012, mas não terá a extensão pretendida. "Com isso, o prazo fixado pelo Inpi vai ser respeitado e tão logo esgote o prazo de vigência dessa patente, ela vai cair em domínio público e vai ter condições de ser produzido o medicamento genérico", disse.

Ação da Hypermarcas acumula baixa de 20%


As ações da Hypermarcas fecharam na sexta-feira na menor cotação desde novembro de 2009. Os papéis encerraram o pregão em baixa de 1,6%, a R$ 18,05, apesar de a empresa ter anunciado um programa de recompra de ações. Neste ano, os papéis acumulam queda de 20%, ante perda de 5,8% do Ibovespa, principal índice da bolsa.

No prazo de um ano, a empresa poderá recomprar até 10 milhões de ações, ou 5% dos papéis que estão em circulação no mercado. Esse tipo de iniciativa é interpretado pelos investidores como uma sinalização da companhia de que o preço de suas ações está sendo subavaliado no mercado.

A analista do Itaú BBA, Juliana Rozenbaum, afirma, em relatório, que uma leitura possivel é a de que, diante da queda recente dos papéis, a companhia avalia que neste momento as suas próprias ações são melhor negócio do que fechar novas aquisições. Procurada, a Hypermarcas não concedeu entrevista.

Alguns analistas afirmam que o papel sofre por conta do momento de fluxo estrangeiro negativo na bolsa, e o investidor internacional tem sido um grande comprador de Hypermarcas. O mercado também mostra temor de enfraquecimento das margens da companhia, em função da forte concorrência em produtos de higiene e limpeza. Mas há também fatores pontuais que pesam nas cotações.

"A queda se acentuou depois da compra da Mantecorp, que foi feita a um valor mais elevado em relação a aquisições anteriores", diz Iago Whately, analista da Fator Corretora.

A transação foi concretizada via emissão de ações e diluiu a participação dos acionistas. Além disso, os donos da Mantecorp receberam apenas parte do pagamento pelo negócio. Ainda têm em mãos cerca de 35 milhões de ações, que ficaram com restrição à venda por um prazo de 90 dias - que se encerra no fim de março. A expectativa de que eles possam vender os papéis também pressiona as cotações. "Apesar disso, a aquisição é positiva para o futuro da Hypermarcas", diz Whately.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Presença de farmacêutico nas distribuidoras de medicamentos

A 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a obrigação de manter profissional farmacêutico nas distribuidoras de medicamentos só vale a partir da edição da Medida Provisória nº 2.190-34, de 2000. O entendimento foi firmado no julgamento do recurso interposto pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) contra decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região.

No caso, o TRF entendeu pela impossibilidade de exigência da presença de responsável técnico farmacêutico nas distribuidoras de medicamentos, uma vez que a atividade desenvolvida é o comércio de produtos farmacêuticos em geral. Afirmou, ainda, que a Lei nº 5.991, de 1973, determinou a obrigatoriedade de profissional técnico responsável somente nas farmácias e drogarias. Tal exigência imposta a outros setores, segundo o TRF, "extrapola os limites previstos no texto legal". No STJ, o relator, ministro Mauro Campbell Marques, afirmou que a jurisprudência da Corte é clara no sentido da obrigatoriedade da assistência de profissional farmacêutico, inscrito em conselho regional, nas drogarias e farmácias e, com a introdução da MP nº 2190-34, de 2001, também nas distribuidoras de medicamentos.

Anvisa quer reverter parecer da AGU sobre patentes


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai tentar reverter pontos do parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que restringe a atuação da agência na concessão de patentes de medicamentos. O diretor presidente em exercício da Anvisa, Dirceu Barbano, afirmou que inicia uma rodada de reuniões com os setores envolvidos, incluindo o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e a AGU,para modificar pontos que, em sua avaliação, “fragilizam” o Brasil na área de medicamentos. “Temos de ser muito rigorosos na concessão da patente. Há questões de cunho de saúde que podem ajudar muito no debate.”

Em janeiro,como revelou o Estado, a AGU divulgou um parecer final sobre uma briga que há anos se arrastava entre Anvisa e Inpi sobre as atribuições de cada instituição na avaliação de processos de patente de remédio. Até então, a Anvisa atuava como uma “revisora” dos processos aprovadospelo Inpi,o que irritava o instituto. A AGU restringiu os poderes da Anvisa: determinou que a agência só pode analisar aspectos de risco à saúde. Anteontem, 15 ONGs apresentaram uma denúncia contra o Brasil na ONU,dizendo que a decisão viola obrigações internacionais em relação ao direito à saúde.O grupo argumenta que a Anvisa faz análises mais rígidas, impedindo a concessão de patentes indevidas. Algo que, na prática, abre caminho para produção de versões genéricas, mais baratas que as de marca.

Daichii Sankyo quer duplicar vendas na Europa


A Daiichi Sankyo Company subiu ao segundo lugar do ranking das empresas farmacêuticas do Japão em 2010 e quer duplicar as suas vendas no mercado europeu até 2012, atingindo a meta de 1,2 mil milhões de euros, revelou Reinhard Bauer, presidente executivo da multinacional na Europa, citado pelo Semanário Expresso.


Este objectivo ambicioso inclui os negócios da subsidiária indiana Ranbaxy Laboratories, comprada no final de 2008, "que tem um bom desempenho no mercado europeu", acrescentou Bauer. O gestor falava em Tóquio a um grupo de jornalistas sobre a estratégia de expansão dos negócios e das actividades de investigação e desenvolvimento (I&D) da empresa, que está em 199º lugar, a nível mundial, em termos de vendas do sector, mas que tem uma posição modesta na Europa e em Portugal, onde ocupa a 50ª posição. Por isso, aposta numa estratégia agressiva no continente europeu.


Crescer depressa


"Queremos crescer depressa e estamos atentos a todas as oportunidades de aquisição de novas empresas, incluindo na área da biotecnologia", afirmou na mesma ocasião Takeshi Ogita, administrador da Daiichi no Japão, salientando que a farmacêutica "investe por ano cerca de 20% das vendas em I&D".


Desde 2009, essa estratégia de expansão na Europa passou pela aquisição da força de vendas da Merck Serono em Itália e na Irlanda, e dos produtos da mesma companhia na Irlanda, bem como a realização de acordos de cooperação com as empresas Morphosys, Biolnvent (Suécia) e Kinaxo (Alemanha). E também pelo lançamento de produtos emblemáticos para a Daiichi como o Efient®, em particular nos grandes mercados - Espanha, França e Itália. O Efient® é um medicamento destinado a reduzir o risco de problemas cardíacos, como enfartes, em doentes tratados por angioplastia (cirurgia destinada a desobstruir as artérias). A Daiichi estima que 345 mil doentes já tenham sido tratados com este produto, que permitiu salvar cerca de seis mil vidas por ano.


Apostar nas terapias cardiovasculares


Este e outros fármacos relacionados com as terapias cardiovasculares - nomeadamente contra a hipertensão - estão a ser os principais responsáveis pelo crescimento dos negócios no mercado europeu. "Os resultados que já alcançámos nos doentes e a ausência de efeitos secundários estão a convencer os médicos a prescreverem os nossos medicamentos na Europa", assinala Reinhard Bauer.


Com sede na Alemanha (Munique), a Daiichi Sankyo Europe tem 2500 empregados, duas fábricas e três centros de investigação. No Japão, é a companhia farmacêutica que mais investe em investigação clínica. Uma das principais apostas nesta área é um novo medicamento anticoagulante para a prevenção da trombose, o Edoxaban®, que está a ser testado em cerca de 30 mil doentes.

MSD anuncia prejuízo de 389 milhões de Euros no trimestre


A MSD (Merck Sharp & Dohme), segunda maior farmacêutica dos EUA, conhecida nos EUA e Canadá como Merck & Co., reportou um prejuízo no quarto trimestre do exercício, depois de ter registado uma depreciação de 1,7 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros) com um medicamento experimental, avança o jornal económico OJE.



As perdas no trimestre alcançaram os 531 milhões de dólares (389 milhões de euros). A empresa estima que os lucros permaneçam entre os 3.64 e os 3.76 dólares por acção em 2010.

Obesidade: cirurgias poderão vir a ser substituídas por comprimido

O jornal I, citado pelo Diário de Notícias (DN), avança que investigadores norte-americanos acreditam estar perto de encontrar o primeiro comprimido eficaz no tratamento da obesidade, mesmo em casos graves.


Uma start-up biotecnológica sediada em Cambridge, no Massachusetts, revelou este mês ter encontrado uma fórmula que permite a doentes diagnosticados com obesidade mórbida perderam peso, regularem o apetite e baixarem ao mesmo tempo triglicéridos e colesterol mau sem dieta ou exercício.


A confirmar-se a eficácia e a segurança da abordagem nas próximas fases de ensaio, o medicamento deverá ficar disponível entre 2016 e 1017.


A eficácia do ZGN-433 chamou a atenção dos especialistas. Além de perderem 3,1% do peso em 26 dias, as 24 participantes no ensaio reduziram os níveis de triglicéridos 38% e os níveis de lipoproteína de baixa intensidade (colesterol mau) 26%.