sábado, 26 de fevereiro de 2011
Bayer Schering Pharma planeia lançar cinco produtos no Brasil em 2011
A Bayer Schering Pharma, divisão da Bayer HealthCare, divulgou os resultados das suas vendas globais no Brasil nos primeiros nove meses de 2010, que alcançaram aproximadamente 8 mil milhões de euros, avança o Portal Fator Brasil.
“O Brasil tem um mercado farmacêutico muito competitivo, mas também muito atraente. Esperamos continuar a crescer a uma taxa percentual de dois dígitos por ano”, afirmou Theo van der Loo, presidente da Bayer Brasil.
Para alcançar esse objectivo, a empresa vai lançar cinco novos medicamentos no mercado brasileiro em 2011.
“Entre eles, está a pílula anticoncepcional Qlaira®, que introduzirá um novo conceito de contracepção oral no mercado; o medicamento para hipertensão pulmonar Ventavis® e Levitra ODT®, contra a disfunção eréctil”, explicou Theo van der Loo. De acordo com o presidente da Bayer Brasil, a companhia continuará a explorar o potencial do mercado brasileiro para áreas como Saúde Feminina, Cardiologia e Diagnósticos por Imagem.
Hoje, o Brasil é um dos principais centros de produção da Bayer para hormonas, produzindo quase 2,5 mil milhões de comprimidos por ano e gerando um volume de exportação de mais de 120 milhões de dólares. A partir do Brasil, a empresa abastece a América Latina e alguns países asiáticos. A Bayer Schering Pharma é líder no mercado brasileiro e mundial de pílulas anticoncepcionais.
A ampliação da participação do Brasil nas pesquisas para desenvolvimento de novos medicamentos também faz parte da estratégia da Bayer Schering Pharma. Em 2010, cerca de 200 centros de pesquisa participaram dos estudos da companhia, somando mais de 1500 pacientes inscritos. Para 2011, a empresa planeia dobrar o seu orçamento local para as pesquisas clínicas realizadas em colaboração com centros como o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Instituto do Coração, Instituto do Câncer, UNIFESP, UNICAMP, entre outros.
Em termos globais, a empresa tem uma gama de produtos farmacêuticos inovadores já em estado avançado de estudo. São 13 projectos em fase I, 18 em fase II e 23 projectos em fase III de estudos clínicos. Além disso, o Brasil é um dos quatro centros de referência para farmacovigilância da Bayer no mundo. Empregando mais de 140 profissionais, o Centro de Farmacovigilância cuida de diversas áreas terapêuticas globalmente.
MSD: Remicade® eficaz em doentes com colite ulcerosa moderada a grave
De acordo com os dados de um novo estudo apresentado no 6º Congresso da Organização Europeia da Doença de Crohn e Colite, realizado em Dublin, na Irlanda, os doentes com colite ulcerosa (CU) moderada a grave em falência com corticosteróides estão mais susceptíveis de alcançar remissão livre de corticóides ao receberem terapêutica combinada com Remicade® (infliximab) da MSD em combinação com azatioprina (AZA) do que aqueles que receberam apenas um dos dois fármacos, avança comunicado de imprensa.
O estudo demonstrou igualmente que uma grande parte dos doentes tratados com uma estratégia terapêutica com Remicade® alcançou resposta clínica e cicatrização da mucosa em comparação com aqueles que foram tratados apenas com azatioprina.
Os investigadores referiram que, à semana 16, o endpoint primário do estudo (remissão livre de corticóides à semana 16, definido como uma pontuação Mayo total de dois ou menos pontos, sem subpontuações individuais a excederem um ponto e sem a utilização de corticosteróides à semana 16) foi alcançado.
Quarenta por cento dos doentes que receberam terapêutica combinada com Remicade® e AZA alcançaram remissão livre de corticóides enquanto os doentes que apenas receberam AZA (p<0,05) se ficaram pelos 24 por cento.
Vinte e dois por cento dos doentes que receberam REMICADE em monoterapia alcançaram remissão livre de corticóides. As comparações entre o Remicade® em combinação com AZA versus AZA em monoterapia nos endpoints primários e nos secundários mais importantes foram estatisticamente significativas. A comparação do endpoint primário entre o Remicade® versus a AZA não foi estatisticamente significativa e, assim, os valores de “p” para todas as outras comparações dos braços de tratamento são informativos.
À semana 16, a resposta clínica foi alcançada em 77 por cento (P<0,05), 69 por cento (P<0,05) e 50 por cento dos doentes, os quais receberam, respectivamente, Remicade® em combinação com AZA, Remicade® em monoterapia e AZA em monoterapia (valores de “p” em comparação com AZA em monoterapia). Além disso, a cicatrização da mucosa foi atingida em 63 por cento (P<0,05), 55 por cento (P<0,05) e 37 por cento dos doentes, os quais receberam, respectivamente, Remicade® em combinação com AZA, Remicade® em monoterapia e AZA em monoterapia (valores de “p” em comparação com a AZA em monoterapia).
“Estes dados demonstram que a introdução do Infliximab na estratégia de tratamento melhorou os resultados nos doentes com colite ulcerosa moderada a grave e que já não respondem aos corticosteróides”, afirmou Remo Panaccione, director da Clínica de Doenças Inflamatórias Intestinais e do Programa de Formação Gastrenterológica da Universidade de Calgary, em Alberta, no Canadá, e investigador principal.
“As conclusões obtidas são animadoras para quem tem de viver com colite ulcerosa e para os clínicos empenhados na pesquisa, diagnóstico e tratamento das doenças inflamatórias intestinais”, acrescentou.
Além disso, em relação às subpontuações de Mayo individuais (pontuações relacionadas com a endoscopia, frequência de evacuação, sangramento rectal e avaliação global do médico), registou-se, no geral, uma melhoria gradual dos doentes tratados apenas com AZA, em comparação com os que receberam Remicade® em monoterapia, observando-se uma maior diferença com a terapêutica combinada com Remicade®.
“Este estudo demonstra que o tratamento só com Infliximab ou com a combinação deste com azatioprina é mais susceptível de induzir resposta clínica ou cicatrização da mucosa em doentes com colite ulcerosa moderada a grave do que com apenas azatioprina”, referiu Paul Rutgeerts, director do departamento multidisciplinar de endoscopia, presidente da unidade clínica de Doenças Inflamatórias Intestinais (IBD) do grupo de ensaios clínicos de IBD e do grupo de investigação de IBD na Universidade Lovaina e investigador.
“A cicatrização da mucosa tem estado associada, em estudos anteriores, à redução das taxas de colectomia na colite ulcerosa e de hospitalizações e cirurgias na doença de Crohn e revelou-se também um factor preditivo de remissão a longo prazo”, concluiu.
Lundbeck apresenta resultados das vendas em 2010
A Lundbeck anunciou quinta-feira que as vendas do quarto trimestre do Cipralex® cresceram 7% para 1,5 mil milhões de coroas dinamarquesas (277 milhões de dólares) em relação ao período homólogo de 2009. As vendas do fármaco nos EUA, onde é comercializado pela Forest como Lexapro®, caíram 13% para 520 milhões de coroas (96 milhões de dólares), ficando aquém das previsões dos analistas, que apontavam para vendas na ordem dos 555 milhões de coroas (102 milhões de dólares), avança o site FirstWord.
As vendas trimestrais do Ebixa® subiram 7% para 585 milhões de coroas (108 milhões de dólares) e receita total ficou estável nos 3,5 mil milhões de coroas (646 milhões de dólares). O lucro líquido no período de três meses chegou a 238 milhões de coroas dinamarquesas (44 milhões de dólares), comparado com 236 milhões de coroas (43 milhões de dólares) registados no mesmo período do ano passado.
Para todo o ano, a receita do Cipralex® subiu 9% para 5,8 mil milhões de coroas dinamarquesas (1,1 mil milhões de dólares), enquanto as vendas do Lexapro® ficaram estáveis em 2,4 mil milhões de coroas dinamarquesas (443 milhões de dólares). A receita do Ebixa® para o período de 12 meses subiu 11% para 2,4 mil milhões de coroas dinamarquesas, e as receitas totais cresceram 7%, para 14,8 mil milhões de coroas (2,7 mil milhões de dólares).
O lucro líquido em 2010 atingiu os 2,5 mil milhões de coroas dinamarquesas (461 milhões de dólares), comparados com 2 mil milhões de coroas dinamarquesas (369 milhões de dólares), registados no ano anterior.
Olhando para o futuro, a Lundbeck indicou que as receitas para 2011 serão entre os 15,3 mil milhões de coroas dinamarquesas (2,8 mil milhões de dólares) e os 15,8 mil milhões de coroas (2,9 mil milhões de dólares), acima de uma orientação anterior de um mínimo de 14,5 mil milhões de coroas (2,7 mil milhões de dólares), com lucro líquido de cerca de 2,3 mil milhões de coroas (424 milhões de dólares) para 2,6 mil milhões de coroas (480 milhões de dólares).
A empresa salientou que a previsão "inclui importantes investimentos na preparação do lançamento de novos produtos", como o Onfi® (clobazam) e o Sycrest® (asenapina), com o último a ser lançado através de um acordo com a MSD.
Vita Derm acelera produção de novo cosmético em Pernambuco
Menos de um mês após a assinatura do protocolo de intenções com o Governo de Pernambuco, a Vita Derm, empresa referência em tratamento profissional e a mais completa franquia de beleza do Brasil, mantém em fase de produção na incubadora de Recife um produto à base de pitanga.
O lançamento do cosmético acontecerá na primeira quinzena de março, em comemoração aos aniversários de Recife e Olinda, com 474 e 476 anos, respectivamente, e da Vita Derm, que completa 27 anos de fundação. “É uma honra fazer um produto com ativos regionais para o mercado nacional, vislumbrando a exportação. Isso foi possível com o grande apoio do Governo de Pernambuco”, comenta o presidente da Vita Derm, Dr. Marcelo Schulman.
Durante a solenidade de assinatura do protocolo, ocorrida em 04 de fevereiro, para a construção da nova unidade de produção autossustentável (UPAS) no município de Goiana, a 70 km de Recife, o governador do Estado, Eduardo Campos, comentou que queria a Vita Derm no Estado, fazendo questão da presença indústria no Polo Farmacoquímico.
“Fiquei muito feliz com o reconhecimento do governo pernambucano e faremos tudo para perpetuar o nosso empreendimento”, conclui o CEO da Vita Derm.
SOBRE A VITA DERM
A Vita Derm Hipoalergênica atende aos mercados de beleza, saúde e qualidade de vida desde 1984. Fundada pelo Dr. Marcelo Schulman, a empresa nasceu como uma farmácia de manipulação e hoje possui uma indústria reconhecida internacionalmente com presença em mais de 14 países, 222 lojas e 600 pontos de vendas espalhados pelo Brasil.
VITA DERM
Site: www.vitaderm.com
SAC: 0800-179292
Fonte: Comunicação Vita Derm Hipoalergênica
NS envolve toda a sua linha de produção em ações de sustentabilidade
Em operação há mais de quatro décadas, a NS Indústria de Aparelhos Médicos desenvolve ações de sustentabilidade visando a produção responsável de toda a sua linha de produtos. Entre as iniciativas mantidas pela companhia paulistana está a seleção de material para descarte consciente.
A medida, em vigor desde 2010, atende a Política Nacional de Descarte de Resíduos Sólidos e envolve a linha de produção da indústria. A iniciativa promove a separação de materiais como pilhas, placas eletrônicas, baterias, borracha, plástico e demais componentes descartados durante o processo de fabricação. Após esta etapa, todo o material estocado – em área apropriada – é encaminhado para empresas especializadas na coleta e reciclagem. “Ao encaminharmos o descarte para uma solução definitiva colaboramos com a preservação do meio ambiente”, explica Maurício Parizi, gerente comercial da empresa.
Engajada, a NS também orienta aos consumidores que não façam o descarte definitivo dos aparelhos bem como dos componentes como plásticos e metais em lixo comum, pois alguns materiais podem levar muitos anos para se decompor – o que afeta diretamente o meio ambiente.
Mas a iniciativa não se limita à linha de produção. Toda a rede de assistência técnica credenciada pela NS também está envolvida com o projeto de sustentabilidade. “Disponibilizamos nossa rede de assistências técnicas autorizadas para auxiliar no descarte correto”, orienta o executivo. Para tanto, as unidades foram orientadas a enviar toda a coleta seletiva de componentes para a sede da empresa, em São Paulo. “Periodicamente recolhemos e enviamos para reciclagem material de descarte”, enfatiza Parizi acrescentando: “Para tanto elegemos um parceiro confiável, com grande expertise na área para que todo o esforço resulte em uma operação segura e viável do ponto de vista da sustentabilidade”.
Ainda de acordo com o gerente, todas as etapas são monitoradas e atendem aos rigorosos padrões de qualidade exigidos e fiscalizados para a prática por órgãos competentes. Ao final do processo são emitidos relatórios sobre o procedimento. Porém, a meta da empresa é ampliar ainda mais o projeto com a reciclagem de materiais como papel, por exemplo, além de outras iniciativas que envolvam toda a equipe de colaboradores. “Já estamos em estudo para viabilizar novas iniciativas, difundindo a importância do comprometimento com a preservação da natureza”, arremata Parizi.
Para obter mais informações sobre a NS Indústria de Aparelhos Médicos, acesso o site www.nsam.com.br
Fonte: C+C Comunicação
Natura pode produzir fora para atender o Brasil
A Natura, fabricante de cosméticos que detém 23,6% de participação no mercado brasileiro de artigos de beleza e higiene pessoal, está preocupada com o custo-país.
O real valorizado, a alta carga tributária e a cara infraestrutura podem levar a companhia a fabricar, no médio a longo prazo, produtos no exterior para abastecer o mercado nacional.
"Está cada vez mais caro produzir no Brasil e é imprescindível garantir uma boa produtividade e um custo satisfatório em um mundo globalizado. Não temos nenhum plano definido até o momento, mas estamos analisando", afirma Alessandro Carlucci, diretor-presidente da Natura.
Da receita líquida de R$ 5,13 bilhões registrada pela companhia no ano passado, R$ 1,5 bilhão foi pago em impostos.
Neste mês, a Natura reajustou seus preços em 5%, mesmo percentual aplicado às tabelas no ano passado. Este repasse está diretamente ligado à alta no preço das matérias-primas, à inflação e ao real mais caro.
"Estamos bastante atentos à questão de custos como o do petróleo, mas está compatível com as questões de custos que esperamos para 2011", diz Roberto Pedote, diretor financeiro da Natura.
Sobre a alta inflação, a direção da companhia admite que há risco deste aumento impactar nas vendas, mas não enxerga o cenário como dramático. "A indústria de cosméticos costuma ir bem em todos os momentos, e as mulheres mantêm as compras mesmo em tempos de crise", diz Carlucci.
Além disso, garante ele, a companhia tem alternativas de preços em todas as suas categorias de atuação.
Atualmente, a Natura só fabrica no Brasil e na Argentina (em uma linha terceirizada). A partir deste ano, também inicia a produção de xampus, maquiagem e perfumes na Colômbia e no México em unidades de parceiros.
"Estamos buscando, preferencialmente, produzir perto do consumidor para reduzir custo e emissão de carbono e acelerar a entrega dos produtos. E isso pode trazer benefícios para o Brasil", afirma Carlucci.
Neste momento, o objetivo é atender os países latinos, com exceção do Brasil. A receita líquida da Natura na Argentina, no Chile e no Peru foi de R$ 255 milhões no ano passado, 17% a mais que em 2009. Neste países, Carlucci diz que a Natura já faz parte da lista das três maiores fornecedoras locais.
Potencial
A companhia já definiu os investimentos para este ano, mas só revela a parte voltada aos imobilizados (terrenos, edifícios e máquinas): R$ 300 milhões, ante os R$_237 milhões do ano passado.
Embora a preferência da marca Natura tenha crescido três pontos percentuais no ano passado e chegado a 49% da população brasileira, sua participação nas vendas totais deste mercado é de 23,6%, um por cento a mais que em 2009.
Isso significa que a companhia ainda tem muito o que crescer. Contudo, o preço, um de seus maiores impeditivos para vender mais, não vai baixar. "A Natura não atua em um mercado massivo e não briga por preço", avisa o presidente.
Neste caso, a companhia teria que partir para novas estratégias como a ampliação da base de consultoras, que fechou 2010 em 1,2 milhão em todos os países de atuação. Outra saída seria atuar em categorias nas quais não está presente hoje, como a de esmaltes.
A Natura, contudo, não gosta da categoria por considerá-la de alto impacto ambiental. Uma terceira alternativa seria investir em novos canais como o de farmácias.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Lucro da Natura cresce 8,8% em 2010 e soma R$ 744 mi
O lucro líquido da Natura atingiu R$ 744,1 milhões em 2010, um crescimento de 8,8% em relação ao ano de 2009.
Sem o benefício da amortização do benefício fiscal que se encerrou naquele ano, a expansão seria de 27,9% na comparação com 2009.
Somente no quarto trimestre de 2010, o lucro líquido foi de R$ 219,3 milhões, uma expansão de 17,6% sobre os mesmos meses no ano anterior.
A receita líquida consolidada no ano foi de R$ 5,136 bilhões, com crescimento de 21,1% em relação a 2009.
"O nosso mercado de atuação (mercado alvo) cresceu 13,9% no acumulado de 10 meses de 2010. A Natura atingiu market share [participação de mercado] de 23,6% no mesmo período, ampliando nossa liderança em 110 pontos bases", afirma a companhia no informe do balanço.
A geração operacional de caixa (Ebitda - lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou R$ 1,256 bilhão, com crescimento de 24,6% se comparado a 2009, e margem de 24,5% (23,8% em 2009).
O número de consultoras cresceu 18% em relação a 2009, atingindo 1,221 milhão. No Brasil, o crescimento foi de 17,5% (1,029 milhão de consultoras em 2010) e nas operações internacionais o crescimento foi de 20,8%, com 192 mil consultoras.
Cremer fecha aquisição da P. Simon por R$ 25 milhões
A Cremer, fornecedora de produtos para cuidados com a saúde, fechou nesta quarta-feira (23/2) um acordo para a compra da P. Simon, empresa que atua na fabricação de produtos médico-hospitalares.
Pelos termos do contrato, a companhia pagará aos atuais acionistas da P. Simon um montante de aproximadamente R$ 25 milhões em três parcelas.
Serão R$ 15 milhões na data de fechamento da aquisição, R$ 5 milhões após 12 meses da data fechamento da aquisição, e R$ 5 milhões após 24 meses.
Após a primeira parcela, as demais "poderão ser reduzidas em função da receita futura da P. Simon para os exercícios de 2011 e 2012".
A P. Simon apresentou uma receita líquida de cerca de R$ 22 milhões em 2010.
"A aquisição está em linha com a estratégia da companhia em aumentar sua competitividade empresarial, complementando seu portfólio de produtos no mercado de descartáveis e consumíveis médico-hospitalares, ao mesmo tempo em que consolida sua plataforma de produtos plásticos para saúde", relata a Cremer em comunicado ao mercado.
Brasil Econômico
Anvisa recua e adia decisão sobre veto a emagrecedores
Pressionada por entidades médicas e farmacêuticas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adiou a decisão sobre a intenção de proibir a venda de medicamentos usados para emagrecimento no Brasil, conforme o Estado revelou na semana passada.
Sob forte esquema de segurança - policiais federais armados acompanhavam a audiência pública -, a proposta da agência de proibição foi bombardeada com críticas e contra-argumentos. Depois disso, a Anvisa já não fala mais em um prazo para bater o martelo. Antes da reunião, a informação era de que uma resolução seria publicada em março.
"Não há prazo para definição", admitiu ontem o diretor da Anvisa, Dirceu Barbano. "Vamos discutir o assunto até que todas as dúvidas sejam esclarecidas." Ontem, após mais de cinco horas de debate, a representante da Anvisa Maria Eugênia Cury sinalizou a possibilidade de novas rodadas de discussão. "Talvez essa não tenha sido a última."
A proibição da venda dos remédios dietilpropiona (anfepramona), femproporex, mazindol e sibutramina foi recomendada à Anvisa pela Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), grupo de consultores da agência. Em um relatório de 90 páginas, técnicos listam vários riscos dos remédios e colocam em dúvida a eficácia dessas drogas. "Quem contesta essas informações precisa apresentar dados convincentes que demonstrem o contrário", defendeu Barbano.
No entanto, além de endocrinologistas, várias vozes se posicionaram contra a proposta de veto às substâncias: um neurologista, um professor universitário, uma deputada, um promotor de Justiça, membros dos conselhos regionais e federal de farmácia e até mesmo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
"Essa queda de braço entre o órgão regulador e as sociedades médicas tem de acabar. Entendemos que o grupo analisado no estudo Scout (feito pelo fabricante da sibutramina com pacientes cardíacos) nem deveria ter sido incluído, pois os riscos eram conhecidos. A SBC entende que o debate tem de continuar, mas com especialistas", disse Lázaro Fernandes de Miranda, representante do órgão.
A presidente da Associação Brasileira para Estudo de Obesidade (Abeso), Rosana Radominski, acredita que a retirada dos medicamentos trará prejuízo aos pacientes. "As pesquisas analisadas pela Anvisa são as mesmas que nós avaliamos para fazer o consenso. Nós, porém, tiramos conclusões distintas. Remédios podem ser usados, desde que com indicação correta."
O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), Ricardo Meirelles, reconheceu que os medicamentos apresentam efeitos colaterais. "Mas são em pequena quantidade, diante do tempo da droga no mercado e do grande número de pessoas que fizeram uso da medicação."
Tendencioso. Para os defensores do uso dos remédios, o documento da Anvisa pinçou apenas as conclusões negativas. Integrante da Cateme (que produziu o relatório), o médico Anthony Wong, da USP, discorda.
"Os riscos são incontestáveis. Tanto é que esses medicamentos estão proibidos na Europa e na Ásia", disse. Nos Estados Unidos, a anfepramona mantém registro. Há também a fentermina, droga que não é vendida aqui.
De acordo com Wong, os anorexígenos são a segunda causa de internação psiquiátrica no Brasil, perdendo apenas para o álcool. O médico também disse que as drogas são usadas de forma excessiva.
De fato, levantamento divulgado no ano passado pela Anvisa apontou a prescrição exagerada desses medicamentos. Entre os maiores prescritores estavam médicos do trabalho e de segurança do trânsito.
Entre as alternativas apresentadas estava o aumento do controle na prescrição - incluindo a restrição das especialidades médicas com direito a fazer esse tipo de recomendação. Desiré Callegari, do Conselho Federal de Medicina, afirmou que a proposta é inviável, pois seria preciso alterar a lei. Para o endocrinologista Márcio Mancini, do HC, o debate foi satisfatório e a Anvisa não deve tomar uma decisão antes de ouvir a classe médica novamente. "Entramos no debate pessimistas e saímos aliviados."
SOBRE AS DROGAS
Anfetamínicos
São inibidores de apetite vendidos como dietilpropiona, femproporex e manzidol. Atuam no sistema nervoso, bloqueando a captação de dopamina e noradrenalina. Quanto maior a quantidade dessas substâncias circulando entre os neurônios, menor a sensação de fome.
Sibutramina
Atua em duas regiões do sistema nervoso: no centro do apetite e no da saciedade. Diminui a captação de noradrenalina e de serotonina, diminuindo a fome e proporcionando a sensação de saciedade.
Efeitos colaterais
Irritação, insônia, aumento da frequência cardíaca, boca seca e crise de pânico.
Jornalista: Lígia Formenti e Fernanda Bassette
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Lucro líquido da Ranbaxy aumenta cinco vezes
A Ranbaxy Laboratories, a empresa farmacêutica indiana líder em vendas, revelou na terça-feira que o lucro líquido aumentou cinco vezes num ano completo, numa forte demanda por medicamentos genéricos no mercado externo, noticia o site BusinessWorld.
A Ranbaxy, controlada pela Daiichi Sankyo do Japão, disse que o lucro líquido consolidado alcançou os 14,97 mil milhões de rupias (330 milhões de dólares) no final do ano, acima dos 2,96 mil milhões de rupias reportados um ano antes.
As acções da Ranbaxy, que o mercado avalia em 4,8 mil milhões, aumentaram quase 16% no ano passado, um baixo desempenho comparando ao aumento de 34% registado no índice do sector, mas em consonância com os ganhos no índice principal do mercado.
Bayer anuncia maior investimento em P&D de novos medicamentos no Brasil
De olho no mercado brasileiro, a Bayer HealthCare vai investir cerca de 8 milhões de euros em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos no país. No ano passado, os gastos com investigação foram de 4 milhões de euros, avança O Globo.
A estratégia da farmacêutica, segundo Andreas Fibig, presidente do Conselho de Administração da Bayer Schering Pharma, que esteve em São Paulo nesta terça-feira, visa aumentar a sua participação nos países emergentes.
“O crescimento no campo farmacêutico está a sair dos mercados emergentes. Até 2015, queremos saltar da 7ª posição para ocupar o 5º lugar do ranking das maiores do sector”, afirma Fibig. Segundo o responsável, 20% da facturação vem desses mercados emergentes.
O Brasil é um dos principais centros de produção da Bayer para hormonas, produzindo quase 2,5 mil milhões de pílulas por ano. O volume de exportação está em torno dos 120 milhões de dólares.
Além de investir em pesquisas, a empresa vai lançar cinco novos medicamentos neste ano, como contraceptivos e medicamento para doença pulmonar. De acordo com Theo van der Loo, presidente do grupo Bayer no Brasil, os estudos realizados no país vão focar as áreas de oncologia, cardiologia e saúde feminina.
Abbott e Ranbaxy chegam a acordo sobre o Tricol®
A Abbott Laboratories já fechou o caso de litígio de patente contra a Ranbaxy Laboratories. Este acordo permitirá à empresa farmacêutica indiana Ranbaxy lançar uma versão genérica do Tricol®, da Abbott, um medicamento para baixar o colesterol.
Este negócio pode ser muito lucrativo para a empresa, com um potencial de lucro estimado em vários milhões de dólares, avança o site eMoneyDaily.
Um porta-voz da Abbott afirmou, em comunicado: "foi alcançado um acordo na disputa com a Ranbaxy, mas os termos do mesmo são confidenciais."
As acções da Abbott estavam nos 46,88 no final de segunda-feira. Houve uma mudança de -1,1% no valor das acções nos últimos três meses.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Bayer planeja expandir negócio farmacêutico
O Financial Times informou que o CEO da Bayer, Marijn Dekkers, disse que pretende expandir as actividades da empresa farmacêutica para eventualmente corresponderem a 60% das vendas totais da companhia, avança o site FirstWord.
Dekkers disse que esse esforço seria impulsionado principalmente pela aprovação prevista da expansão da indicação do fármaco Xarelto® (rivaroxaban), que farmacêutica comercializa em conjunto com a Johnson & Johnson, para a prevenção de AVC em doentes com fibrilação atrial, tanto nos EUA como na UE.
O executivo também falou de maiores recompensas para a inovação na indústria farmacêutica, salientando que "hoje é quase como se as pessoas aplaudissem quando um medicamento perde a sua patente". Dekkers acrescentou que "se a sociedade quer resultados, precisa de garantir que o esforço criativo será recompensado".
No ano passado, a companhia anunciou planos para cortar aproximadamente 2000 postos de trabalho até ao final de 2012, com o objectivo de focar os esforços no marketing e em novos mercados emergentes. Dekkers acrescentou que a empresa também reduziu os níveis de gestão de nove para seis, a fim de acelerar as decisões e revigorar o desenvolvimento de novos medicamentos.
Sanofi-aventis anuncia planos para comprar genéricos de marca e OTC na Índia
Um executivo da sanofi-aventis anunciou segunda-feira que o empresa planeia comprar genéricos de marca e over-the-counter (OTC) de marca, na área do healthcare, na Índia, como parte de uma estratégia para aumentar as vendas em preparação para a expiração da patente do Plavix, em 2013, avança o site FirstWord.
Shailesh Ayyangar, director da Aventis Pharma e vice-presidente da divisão da empresa para a Ásia do Sul, disse que "na Índia, vamos para novos territórios, expandindo o nosso foco anterior de vendas de apenas fármacos inovadores".
No segmento dos genéricos de marca, a farmacêutica francesa pretende comprar anti-infecciosos, antibióticos, fármacos para a infecção do trato respiratório e produtos de ginecologia.
Segundo um porta-voz, a empresa está "activamente a perseguir os seus objectivos e, além de comprar as marcas, a empresa também está aberta a parcerias e à aquisição de empresas locais".
Sanofi-aventis anuncia vacina contra dengue para 2015
O processo de elaboração de uma vacina contra a dengue entrou na sua fase final e poderá estar pronta para ser usada em 2015, o que representaria uma grande evolução para combater a segunda doença tropical mais comum no mundo. O anúncio foi feito esta segunda-feira pela farmacêutica francesa sanofi-aventis, que trabalha na criação de uma vacina contra a dengue há mais de 15 anos, avança a agência EFE.
Para garantir que o processo de imunização tenha início assim que a vacina começar a ser produzida, a farmacêutica assinou um acordo com o Instituto Internacional de Vacinas (IVI), para também tornar a dengue uma doença que possa ser evitada.
Com apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates, que doou 6,9 mil milhões de dólares, o Instituto criou a Iniciativa para a Vacina contra a Dengue, cujo objectivo é reunir informações para ajudar os governos a implementar as políticas necessárias para a prevenção da doença.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
O bilionário dos genéricos
O empresário Carlos Sanchez, dono da EMS, da Germed Pharma e da Legrand, criou um império no setor farmacêutico a partir dos medicamentos sem marcas
Quando era garoto, o empresário Carlos Sanchez pegava o ônibus em Santo André, na região do ABC paulista, para adquirir remédios na Drogasil, que operava uma área de atacado de medicamentos na época. Desde muito cedo, Sanchez ajudava seu pai, Emiliano Sanchez, a tocar o negócio da família, a Farmácia Santa Catarina, criada em meados da década de 1950.
Algumas décadas depois, o jogo mudou: atualmente, é a Drogasil quem compra do antigo cliente. “Ele se transformou em um dos nossos principais fornecedores”, afirma Cláudio Roberto Ely, presidente da Drogasil, hoje uma das principais redes de farmácia do Brasil.
Aos 49 anos de idade, Sanchez, o filho do pequeno farmacêutico, transformou-se simplesmente no todo-poderoso dono do maior grupo fabricante de medicamentos genéricos do Brasil, com 40% de participação de mercado. Somadas, suas três empresas – EMS, Germed Pharma e Legrand – vendem mais de R$ 4 bilhões por ano, incluídos os medicamentos de marca.
“Estamos dobrando de tamanho a cada três anos. Mas estou bravo. Eu quero mais”, disse Carlos Sanchez, com exclusividade à DINHEIRO. “Quero ser o primeiro laboratório multinacional do Brasil.” Hoje, a EMS já exporta para 32 países, mas 95% de sua receita vem das vendas no mercado nacional.
Na semana passada, a EMS, maior empresa do grupo de laboratórios de Sanchez (ele ainda é dono da incorporadora de imóveis ACS), mostrou como chegar lá. A companhia, que só ganhou projeção nacional nos últimos dez anos, após a aprovação da lei de genéricos, anunciou que vai construir três novas fábricas, em um investimento de R$ 360 milhões, até 2012.
Os locais escolhidos são Brasília (DF), Manaus (AM) e Jaguariúna (SP). Mais R$ 140 milhões vão ser investidos na ampliação e na compra de equipamentos para a atual planta ind ustrial de Hortolândia, no interior paulista, a 115 quilômetros da capital, onde está localizada a sede da EMS.
Com as novas plantas, a capacidade de produção da companhia, que é de 480 milhões de unidades por ano, vai crescer 40%. O número de empregos diretos gerados será de 750 pessoas, que se somarão aos atuais 4,5 mil funcionários.
Com um faturamento de R$ 3,4 bilhões em 2010, crescimento de 38% em relação ao ano anterior, a EMS é a joia da coroa do grupo de Sanchez. “No Exterior, todos perguntam sobre a EMS”, diz o vice-presidente de uma multinacional do setor farmacêutico. Mas não foi sempre assim.
Economista de formação, Sanchez cresceu dentro da farmácia e do pequeno laboratório de medicamentos, criado pelo pai em 1964, já batizado de EMS. Aos 26 anos, no final da década de 1980, o destino pregou-lhe uma peça inesperada: o patriarca Emiliano morreu e ele teve de assumir os negócios da família.
Seis meses antes, Sanchez tinha vivido outro drama pessoal: a morte prematura de sua mulher. Com muitas dívidas e os juros acima dos 60% ao mês (era a época da hiperinflação do governo Sarney), ele diz ter tomado a decisão mais arriscada de sua vida: vendeu todos os bens da família, inclusive o imóvel onde estava localizada a farmácia que deu origem à EMS, para pagar as dívidas e não deixar a empresa perecer
“O Carlinhos sempre dizia: um dia vamos ser grandes”, afirma Luiz Borgonovi, funcionário da EMS há 43 anos e seu atual presidente, que conhece Sanchez desde garoto. “Ele sempre teve essa determinação.”
O grande desafio da EMS, que foi pioneira no setor de remédios genéricos no Brasil, é alcançar isoladamente a liderança no segmento que ajudou a desenvolver no País. A também brasileira Medley, comprada pelo grupo francês Sanofi-Aventis por R$ 1,5 bilhão, em abril de 2009, lidera nessa área com 32,67% de participação.
Sua vantagem sobre a empresa de Sanchez, no entanto, foi de exato 0,58 ponto percentual em 2010, de acordo com a consultoria americana IMS Health. Considerando, porém, o trio de laboratórios controlados por Sanchez, a hegemonia é claramente de seu grupo.
Antigas divisões da EMS, a Germed Pharma e a Legrand foram transformadas em laboratórios independentes, em 2008. No ano passado, a Germed Pharma conquistou 5,69% de participação de mercado, constituindo-se a quinta companhia que mais vendeu remédios genéricos no Brasil.
A Legrand detém 1,6%. “Para nós é melhor que a briga seja entre irmãos”, diz Reinhard Nordmann, presidente da Legrand. Na lógica de Sanchez, as carreiras separadas da Germed e da Legrand ajudam a defender a posição da EMS no segmento de genéricos. “Se for para perder mercado, que seja para mim mesmo”, disse Sanchez.
A disputa entre EMS e Medley é antiga. A empresa de Sanchez foi a primeira a lançar um remédio genérico no mercado brasileiro, em março de 2000. A rival chegou com o seu produto dois meses depois, lembra Jairo Yamamoto, ex-presidente da Medley.
Desde então, as duas companhias brigam pela liderança no segmento. A meta da EMS é superá-la em 2011. Mas não será uma tarefa simples. A Medley está investindo US$ 45 milhões em sua terceira unidade fabril. A proximidade da EMS com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual mostra que a empresa não está dormindo no ponto.
Um dos trunfos da EMS é a sua agilidade, agressividade e disposição para o confronto, atributos considerados incomuns no mercado farmacêutico, sempre muito político, e que costuma evitar conflitos na Justiça.
Esse não é o caso de Sanchez, considerado por um executivo do setor, que prefere não se identificar, um empresário “visionário e extremamente competitivo”. A EMS é também pioneira em atuar de forma coordenada nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, regulatória e jurídica.
Quatro anos antes de uma patente farmacêutica perder a validade, a equipe de Sanchez começa as pesquisas para produzir a cópia da molécula. Os profissionais da área regulatória também preparam todos os documentos para que o genérico desse medicamento possa ser submetido à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
E os advogados ficam de prontidão para garantir o lançamento do produto no mercado. Observe a disputa da EMS para lançar o genérico do Lipitor, produto da Pzifer para controle de colesterol, cuja patente expirou há dois anos.
A farmacêutica brasileira envolveu-se em uma briga na Justiça para lançar a sua cópia em 2010. A Pzifer depositou a primeira patente do Lipitor, em 1989, nos EUA. Como a validade é de 20 anos, ela devia expirar em 2009.
Mas a companhia americana havia conseguido uma revalidação da patente, usando como argumento outra patente, que havia sido depositada mais tarde. A EMS ganhou uma liminar no Tribunal Regional Federal da 2ª Região do Rio de Janeiro, com a alegação de que a segunda patente era apenas uma continuação da original.
Dessa forma, derrubou a restrição para a venda. Vinte dias depois, o Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual) venceu uma ação na Justiça, que permitiu a fabricação de versões do Lipitor por qualquer laboratório no Brasil. “Nosso ramo virou mais jurídico do que farmacêutico”, afirma Sanchez. E adivinhe quem estava na primeira fila, pronta para lançar o genérico do Lipitor?
Em outra movimentação que mostrou sua agilidade, a EMS foi a primeira a lançar a cópia do Viagra, medicamento para combater a disfunção erétil, em junho de 2010. O genérico Citrato de Sildenafila, nome do princípio ativo, chegou às prateleiras das farmácias brasileiras um dia depois da expiração da patente.
Ser o primeiro a colocar um medicamento no mercado se transformou em um mantra na EMS. “Ninguém lembra do segundo beijo ou da segunda namorada”, afirma Waldir Eschberger Jr., vice-presidente de mercado da EMS, que integra grupo de executivos recrutados em multinacionais nos últimos dois anos. A estratégia parece ter sido acertada.
Em seis meses, o comprimido trouxe R$ 80,5 milhões aos cofres da EMS. Em dezembro de 2010, 1,7 milhão de unidades da cópia da EMS foram vendidas no varejo brasileiro. A Pfizer, dona do produto de referência, comercializou menos de um terço do resultado da EMS.
O sucesso do grupo de Sanchez, paradoxalmente, está contribuindo para que a competição esteja ficando cada vez mais acirrada na área de genéricos. As multinacionais farmacêuticas – que davam pouca atenção ao fenômeno dos produtos sem marca –passaram a focar esse mercado..
E começaram a se mexer, adquirindo laboratórios nacionais. No último trimestre do ano passado, a Pfizer pagou R$ 400 milhões por uma fatia de 40% do brasileiro Teuto. “A Teuto terá maior capacidade de alavancar nosso negócio do genérico”, disse Gustavo Petito, diretor de planejamento de negócios da Pfizer “O mercado farmacêutico está virando uma commodity”, afirma Marcos Macedo, diretor da área de consultoria para a América Latina da IMS Health. “As multinacionais têm um grande desafio pela frente.”
É fácil entender o recente interesse dessas empresas pelo mercado de genéricos no Brasil. No ano passado, a venda desse tipo de medicamento aumentou 38% no País, de acordo com a Pró Genéricos. As receitas atingiram R$ 6,2 bilhões, 21% dos R$ 36 bilhões movimentados pela indústria farmacêutica no País. “Nos EUA, os genéricos representam 60% das vendas em volume porque os consumidores já têm confiança no produto”, afirma Bruno Sávio, analista da indústria farmacêutica da Lafis Consultoria.
“O Brasil ainda tem muito para caminhar.” Como líder neste segmento, é de se esperar que a EMS seja objeto do desejo de laboratórios internacionais que queiram crescer rapidamente no mercado local.
Se depender de Sanchez e seu time, quem bater na porta do QG da empresa, em Hortolândia, deve voltar de mãos abanando. “Não estamos à venda, somos consolidadores de mercado”, diz o vice-presidente Eschberger.
Colaborou Érica Polo
“Quero ser a primeira multinacional farmacêutica brasileira”
O presidente do Conselho de Administração da EMS, Carlos Sanchez, concedeu esta rara entrevista à DINHEIRO:
O Sr. imaginava que um dia a EMS seria a maior empresa farmacêutica do Brasil?
Claro que não, mas sonhava em ser grande.
Qual foi o momento mais difícil?
Foi quando meu pai morreu e tive de assumir a empresa com 26 anos. Eu havia ficado viúvo seis meses antes. Estávamos endividados e pagando juros de 65% ao mês. Vendi todo o patrimônio da família – sítios, fazendas, imóveis e até a farmácia onde começamos. Tudo para investir na empresa.
E quando a sorte começou a mudar?
Foi com a lei dos medicamentos genéricos. A partir daí, começamos a ter visibilidade.
A EMS foi a primeira empresa a investir em genéricos no Brasil. Como se preparou para isso?
Quando a lei de patentes foi aprovada, na década de 1990, ficou claro que algo iria mudar. Comecei, nessa época, a investir em bioequivalência. Com a lei dos genéricos em 1999, estávamos prontos para disputar esse mercado.
Além da EMS, o sr. é dono de duas outras empresas de genéricos: a Germed e a Legrand. Por quê?
Se for para perder mercado, melhor que seja para mim mesmo.
Quais são seus próximos planos?
Estamos dobrando de tamanho a cada três anos. Mas estou bravo. Eu quero mais. Estamos no caminho certo, mas não somos o maior grupo farmacêutico (somadas, a Sanofi e a Medley são maiores que a EMS). Temos a missão de ser até 2013. Quero também ser a primeira multinacional farmacêutica brasileira
fonte: Istoé Dinheiro
Quando era garoto, o empresário Carlos Sanchez pegava o ônibus em Santo André, na região do ABC paulista, para adquirir remédios na Drogasil, que operava uma área de atacado de medicamentos na época. Desde muito cedo, Sanchez ajudava seu pai, Emiliano Sanchez, a tocar o negócio da família, a Farmácia Santa Catarina, criada em meados da década de 1950.
Algumas décadas depois, o jogo mudou: atualmente, é a Drogasil quem compra do antigo cliente. “Ele se transformou em um dos nossos principais fornecedores”, afirma Cláudio Roberto Ely, presidente da Drogasil, hoje uma das principais redes de farmácia do Brasil.
Aos 49 anos de idade, Sanchez, o filho do pequeno farmacêutico, transformou-se simplesmente no todo-poderoso dono do maior grupo fabricante de medicamentos genéricos do Brasil, com 40% de participação de mercado. Somadas, suas três empresas – EMS, Germed Pharma e Legrand – vendem mais de R$ 4 bilhões por ano, incluídos os medicamentos de marca.
“Estamos dobrando de tamanho a cada três anos. Mas estou bravo. Eu quero mais”, disse Carlos Sanchez, com exclusividade à DINHEIRO. “Quero ser o primeiro laboratório multinacional do Brasil.” Hoje, a EMS já exporta para 32 países, mas 95% de sua receita vem das vendas no mercado nacional.
Na semana passada, a EMS, maior empresa do grupo de laboratórios de Sanchez (ele ainda é dono da incorporadora de imóveis ACS), mostrou como chegar lá. A companhia, que só ganhou projeção nacional nos últimos dez anos, após a aprovação da lei de genéricos, anunciou que vai construir três novas fábricas, em um investimento de R$ 360 milhões, até 2012.
Os locais escolhidos são Brasília (DF), Manaus (AM) e Jaguariúna (SP). Mais R$ 140 milhões vão ser investidos na ampliação e na compra de equipamentos para a atual planta ind ustrial de Hortolândia, no interior paulista, a 115 quilômetros da capital, onde está localizada a sede da EMS.
Com as novas plantas, a capacidade de produção da companhia, que é de 480 milhões de unidades por ano, vai crescer 40%. O número de empregos diretos gerados será de 750 pessoas, que se somarão aos atuais 4,5 mil funcionários.
Com um faturamento de R$ 3,4 bilhões em 2010, crescimento de 38% em relação ao ano anterior, a EMS é a joia da coroa do grupo de Sanchez. “No Exterior, todos perguntam sobre a EMS”, diz o vice-presidente de uma multinacional do setor farmacêutico. Mas não foi sempre assim.
Economista de formação, Sanchez cresceu dentro da farmácia e do pequeno laboratório de medicamentos, criado pelo pai em 1964, já batizado de EMS. Aos 26 anos, no final da década de 1980, o destino pregou-lhe uma peça inesperada: o patriarca Emiliano morreu e ele teve de assumir os negócios da família.
Seis meses antes, Sanchez tinha vivido outro drama pessoal: a morte prematura de sua mulher. Com muitas dívidas e os juros acima dos 60% ao mês (era a época da hiperinflação do governo Sarney), ele diz ter tomado a decisão mais arriscada de sua vida: vendeu todos os bens da família, inclusive o imóvel onde estava localizada a farmácia que deu origem à EMS, para pagar as dívidas e não deixar a empresa perecer
“O Carlinhos sempre dizia: um dia vamos ser grandes”, afirma Luiz Borgonovi, funcionário da EMS há 43 anos e seu atual presidente, que conhece Sanchez desde garoto. “Ele sempre teve essa determinação.”
O grande desafio da EMS, que foi pioneira no setor de remédios genéricos no Brasil, é alcançar isoladamente a liderança no segmento que ajudou a desenvolver no País. A também brasileira Medley, comprada pelo grupo francês Sanofi-Aventis por R$ 1,5 bilhão, em abril de 2009, lidera nessa área com 32,67% de participação.
Sua vantagem sobre a empresa de Sanchez, no entanto, foi de exato 0,58 ponto percentual em 2010, de acordo com a consultoria americana IMS Health. Considerando, porém, o trio de laboratórios controlados por Sanchez, a hegemonia é claramente de seu grupo.
Antigas divisões da EMS, a Germed Pharma e a Legrand foram transformadas em laboratórios independentes, em 2008. No ano passado, a Germed Pharma conquistou 5,69% de participação de mercado, constituindo-se a quinta companhia que mais vendeu remédios genéricos no Brasil.
A Legrand detém 1,6%. “Para nós é melhor que a briga seja entre irmãos”, diz Reinhard Nordmann, presidente da Legrand. Na lógica de Sanchez, as carreiras separadas da Germed e da Legrand ajudam a defender a posição da EMS no segmento de genéricos. “Se for para perder mercado, que seja para mim mesmo”, disse Sanchez.
A disputa entre EMS e Medley é antiga. A empresa de Sanchez foi a primeira a lançar um remédio genérico no mercado brasileiro, em março de 2000. A rival chegou com o seu produto dois meses depois, lembra Jairo Yamamoto, ex-presidente da Medley.
Desde então, as duas companhias brigam pela liderança no segmento. A meta da EMS é superá-la em 2011. Mas não será uma tarefa simples. A Medley está investindo US$ 45 milhões em sua terceira unidade fabril. A proximidade da EMS com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual mostra que a empresa não está dormindo no ponto.
Um dos trunfos da EMS é a sua agilidade, agressividade e disposição para o confronto, atributos considerados incomuns no mercado farmacêutico, sempre muito político, e que costuma evitar conflitos na Justiça.
Esse não é o caso de Sanchez, considerado por um executivo do setor, que prefere não se identificar, um empresário “visionário e extremamente competitivo”. A EMS é também pioneira em atuar de forma coordenada nas áreas de pesquisa e desenvolvimento, regulatória e jurídica.
Quatro anos antes de uma patente farmacêutica perder a validade, a equipe de Sanchez começa as pesquisas para produzir a cópia da molécula. Os profissionais da área regulatória também preparam todos os documentos para que o genérico desse medicamento possa ser submetido à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
E os advogados ficam de prontidão para garantir o lançamento do produto no mercado. Observe a disputa da EMS para lançar o genérico do Lipitor, produto da Pzifer para controle de colesterol, cuja patente expirou há dois anos.
A farmacêutica brasileira envolveu-se em uma briga na Justiça para lançar a sua cópia em 2010. A Pzifer depositou a primeira patente do Lipitor, em 1989, nos EUA. Como a validade é de 20 anos, ela devia expirar em 2009.
Mas a companhia americana havia conseguido uma revalidação da patente, usando como argumento outra patente, que havia sido depositada mais tarde. A EMS ganhou uma liminar no Tribunal Regional Federal da 2ª Região do Rio de Janeiro, com a alegação de que a segunda patente era apenas uma continuação da original.
Dessa forma, derrubou a restrição para a venda. Vinte dias depois, o Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual) venceu uma ação na Justiça, que permitiu a fabricação de versões do Lipitor por qualquer laboratório no Brasil. “Nosso ramo virou mais jurídico do que farmacêutico”, afirma Sanchez. E adivinhe quem estava na primeira fila, pronta para lançar o genérico do Lipitor?
Em outra movimentação que mostrou sua agilidade, a EMS foi a primeira a lançar a cópia do Viagra, medicamento para combater a disfunção erétil, em junho de 2010. O genérico Citrato de Sildenafila, nome do princípio ativo, chegou às prateleiras das farmácias brasileiras um dia depois da expiração da patente.
Ser o primeiro a colocar um medicamento no mercado se transformou em um mantra na EMS. “Ninguém lembra do segundo beijo ou da segunda namorada”, afirma Waldir Eschberger Jr., vice-presidente de mercado da EMS, que integra grupo de executivos recrutados em multinacionais nos últimos dois anos. A estratégia parece ter sido acertada.
Em seis meses, o comprimido trouxe R$ 80,5 milhões aos cofres da EMS. Em dezembro de 2010, 1,7 milhão de unidades da cópia da EMS foram vendidas no varejo brasileiro. A Pfizer, dona do produto de referência, comercializou menos de um terço do resultado da EMS.
O sucesso do grupo de Sanchez, paradoxalmente, está contribuindo para que a competição esteja ficando cada vez mais acirrada na área de genéricos. As multinacionais farmacêuticas – que davam pouca atenção ao fenômeno dos produtos sem marca –passaram a focar esse mercado..
E começaram a se mexer, adquirindo laboratórios nacionais. No último trimestre do ano passado, a Pfizer pagou R$ 400 milhões por uma fatia de 40% do brasileiro Teuto. “A Teuto terá maior capacidade de alavancar nosso negócio do genérico”, disse Gustavo Petito, diretor de planejamento de negócios da Pfizer “O mercado farmacêutico está virando uma commodity”, afirma Marcos Macedo, diretor da área de consultoria para a América Latina da IMS Health. “As multinacionais têm um grande desafio pela frente.”
É fácil entender o recente interesse dessas empresas pelo mercado de genéricos no Brasil. No ano passado, a venda desse tipo de medicamento aumentou 38% no País, de acordo com a Pró Genéricos. As receitas atingiram R$ 6,2 bilhões, 21% dos R$ 36 bilhões movimentados pela indústria farmacêutica no País. “Nos EUA, os genéricos representam 60% das vendas em volume porque os consumidores já têm confiança no produto”, afirma Bruno Sávio, analista da indústria farmacêutica da Lafis Consultoria.
“O Brasil ainda tem muito para caminhar.” Como líder neste segmento, é de se esperar que a EMS seja objeto do desejo de laboratórios internacionais que queiram crescer rapidamente no mercado local.
Se depender de Sanchez e seu time, quem bater na porta do QG da empresa, em Hortolândia, deve voltar de mãos abanando. “Não estamos à venda, somos consolidadores de mercado”, diz o vice-presidente Eschberger.
Colaborou Érica Polo
“Quero ser a primeira multinacional farmacêutica brasileira”
O presidente do Conselho de Administração da EMS, Carlos Sanchez, concedeu esta rara entrevista à DINHEIRO:
O Sr. imaginava que um dia a EMS seria a maior empresa farmacêutica do Brasil?
Claro que não, mas sonhava em ser grande.
Qual foi o momento mais difícil?
Foi quando meu pai morreu e tive de assumir a empresa com 26 anos. Eu havia ficado viúvo seis meses antes. Estávamos endividados e pagando juros de 65% ao mês. Vendi todo o patrimônio da família – sítios, fazendas, imóveis e até a farmácia onde começamos. Tudo para investir na empresa.
E quando a sorte começou a mudar?
Foi com a lei dos medicamentos genéricos. A partir daí, começamos a ter visibilidade.
A EMS foi a primeira empresa a investir em genéricos no Brasil. Como se preparou para isso?
Quando a lei de patentes foi aprovada, na década de 1990, ficou claro que algo iria mudar. Comecei, nessa época, a investir em bioequivalência. Com a lei dos genéricos em 1999, estávamos prontos para disputar esse mercado.
Além da EMS, o sr. é dono de duas outras empresas de genéricos: a Germed e a Legrand. Por quê?
Se for para perder mercado, melhor que seja para mim mesmo.
Quais são seus próximos planos?
Estamos dobrando de tamanho a cada três anos. Mas estou bravo. Eu quero mais. Estamos no caminho certo, mas não somos o maior grupo farmacêutico (somadas, a Sanofi e a Medley são maiores que a EMS). Temos a missão de ser até 2013. Quero também ser a primeira multinacional farmacêutica brasileira
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