sábado, 26 de fevereiro de 2011

MSD: Remicade® eficaz em doentes com colite ulcerosa moderada a grave


De acordo com os dados de um novo estudo apresentado no 6º Congresso da Organização Europeia da Doença de Crohn e Colite, realizado em Dublin, na Irlanda, os doentes com colite ulcerosa (CU) moderada a grave em falência com corticosteróides estão mais susceptíveis de alcançar remissão livre de corticóides ao receberem terapêutica combinada com Remicade® (infliximab) da MSD em combinação com azatioprina (AZA) do que aqueles que receberam apenas um dos dois fármacos, avança comunicado de imprensa.

O estudo demonstrou igualmente que uma grande parte dos doentes tratados com uma estratégia terapêutica com Remicade® alcançou resposta clínica e cicatrização da mucosa em comparação com aqueles que foram tratados apenas com azatioprina.

Os investigadores referiram que, à semana 16, o endpoint primário do estudo (remissão livre de corticóides à semana 16, definido como uma pontuação Mayo total de dois ou menos pontos, sem subpontuações individuais a excederem um ponto e sem a utilização de corticosteróides à semana 16) foi alcançado.

Quarenta por cento dos doentes que receberam terapêutica combinada com Remicade® e AZA alcançaram remissão livre de corticóides enquanto os doentes que apenas receberam AZA (p<0,05) se ficaram pelos 24 por cento.

Vinte e dois por cento dos doentes que receberam REMICADE em monoterapia alcançaram remissão livre de corticóides. As comparações entre o Remicade® em combinação com AZA versus AZA em monoterapia nos endpoints primários e nos secundários mais importantes foram estatisticamente significativas. A comparação do endpoint primário entre o Remicade® versus a AZA não foi estatisticamente significativa e, assim, os valores de “p” para todas as outras comparações dos braços de tratamento são informativos.

À semana 16, a resposta clínica foi alcançada em 77 por cento (P<0,05), 69 por cento (P<0,05) e 50 por cento dos doentes, os quais receberam, respectivamente, Remicade® em combinação com AZA, Remicade® em monoterapia e AZA em monoterapia (valores de “p” em comparação com AZA em monoterapia). Além disso, a cicatrização da mucosa foi atingida em 63 por cento (P<0,05), 55 por cento (P<0,05) e 37 por cento dos doentes, os quais receberam, respectivamente, Remicade® em combinação com AZA, Remicade® em monoterapia e AZA em monoterapia (valores de “p” em comparação com a AZA em monoterapia).

“Estes dados demonstram que a introdução do Infliximab na estratégia de tratamento melhorou os resultados nos doentes com colite ulcerosa moderada a grave e que já não respondem aos corticosteróides”, afirmou Remo Panaccione, director da Clínica de Doenças Inflamatórias Intestinais e do Programa de Formação Gastrenterológica da Universidade de Calgary, em Alberta, no Canadá, e investigador principal.

“As conclusões obtidas são animadoras para quem tem de viver com colite ulcerosa e para os clínicos empenhados na pesquisa, diagnóstico e tratamento das doenças inflamatórias intestinais”, acrescentou.

Além disso, em relação às subpontuações de Mayo individuais (pontuações relacionadas com a endoscopia, frequência de evacuação, sangramento rectal e avaliação global do médico), registou-se, no geral, uma melhoria gradual dos doentes tratados apenas com AZA, em comparação com os que receberam Remicade® em monoterapia, observando-se uma maior diferença com a terapêutica combinada com Remicade®.

“Este estudo demonstra que o tratamento só com Infliximab ou com a combinação deste com azatioprina é mais susceptível de induzir resposta clínica ou cicatrização da mucosa em doentes com colite ulcerosa moderada a grave do que com apenas azatioprina”, referiu Paul Rutgeerts, director do departamento multidisciplinar de endoscopia, presidente da unidade clínica de Doenças Inflamatórias Intestinais (IBD) do grupo de ensaios clínicos de IBD e do grupo de investigação de IBD na Universidade Lovaina e investigador.

“A cicatrização da mucosa tem estado associada, em estudos anteriores, à redução das taxas de colectomia na colite ulcerosa e de hospitalizações e cirurgias na doença de Crohn e revelou-se também um factor preditivo de remissão a longo prazo”, concluiu.