quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Anvisa aprova único anti-hipertensivo da classe que protege o coração por 24 horas
Micardis (telmisartana), da Boehringer Ingelheim, é o primeiro e único medicamento de sua classe terapêutica a receber o aval de agências regulatórias internacionais e brasileira nessa indicação.
Proteção cardiovascular: essa é a nova indicação para o anti-hipertensivo Micardis, que proporciona redução efetiva da pressão arterial por 24 horas, com o maior tempo de ação da classe, indicado para a prevenção de mortalidade e lesões que acometem o coração e os vasos sanguíneos. O medicamento retarda a evolução da doença cardiovascular, pois além de manter a pressão arterial em níveis normais, adia danos aos órgãos-alvo da hipertensão, aumentando a sobrevida do paciente.
O medicamento recebeu a aprovação das agências regulatórias de diversos países – além da Anvisa, no Brasil, da Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, e da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) – tornando-se o pioneiro da classe dos bloqueadores do receptor da angiotensina (BRA) a prevenir a mortalidade e a lesão cardiovascular em pacientes hipertensos. “A aprovação pelas mais importantes agências regulatórias do mundo atesta a eficácia do medicamento, trazendo mais confiança a médicos e pacientes”, explica o presidente do departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Marcus Bolívar Malachias.
Estudos clínicos têm demonstrado que proteger as pessoas dos riscos associados à hipertensão é tão importante quanto garantir o controle efetivo da pressão arterial. Dar atenção apenas à pressão pode não ser suficiente e, por isso, outros parâmetros devem ser considerados no paciente hipertenso com fatores de risco cardiovasculares adicionais. No grupo de pacientes que podem ser beneficiados pela nova indicação de Micardis (telmisartana), único medicamento de sua classe aprovado para a proteção cardiovascular, estão, por exemplo, hipertensos com diabetes, pacientes com doença coronária e com história familiar de infarto e derrame.
A aprovação de Micardis é amparada nos resultados de um amplo programa de estudos clínicos, que demonstrou a capacidade do medicamento de reduzir em 13% o risco de infarto, derrame e morte por causas cardiovasculares. Uma dose de 80mg de telmisartana inibiu quase completamente os aumentos de pressão arterial induzidos pela angiotensina II. Este efeito inibidor mantém-se durante 24 horas e pode ser detectado após 48 horas.
Após a administração da primeira dose de telmisartana, o início da atividade anti-hipertensiva ocorre gradualmente nas três primeiras horas. A redução máxima da pressão arterial é normalmente obtida 4 semanas após o início da terapêutica, mantendo-se durante o tratamento a longo prazo. O efeito anti-hipertensivo permanece constante durante 24 horas após a administração, incluindo as últimas 4 horas antes da próxima dose, como foi demonstrado por medições ambulatoriais de pressão arterial.
Fontes: Fator Brasil e Boehringer Ingelheim
Biolab e União Química entram em disputa por marca de polivitamínico
Os laboratórios farmacêuticos Biolab e União Química, controlados pela família Castro Marques, estão em lados opostos em uma disputa que envolve a marca do medicamento polivitamínico Revitam Júnior.
A Biolab ganhou recurso no qual determina que a União Química retire do mercado o Revita Jr., com as mesmas especificações do Revitam Júnior. A Biolab argumenta que a fabricação desse remédio "configura-se como uma imitação da marca 'Revitam Júnior', sendo que o produto da União Química limitou-se a suprimir a letra 'M' do final do nome 'Revitam', na abreviação do 'Júnior' para 'Jr.', mantendo, contudo, a fonética e o visual do nome original."
Além disso, ambas as companhias apresentam na embalagem dos respectivos produtos fundo branco, as marcas nominativas são grafadas com estilização quase idêntica (infantil e multicolorida), apostas na mesma posição superior central e são decoradas ao centro com inspiração de aquarela ou arco-íris na mesma combinação de cores (azul, verde, vermelho, amarelo e laranja).
O medicamento fabricado pela União Química é comercializado a preço 25% inferior que o da Biolab, o que causa prejuízo ao produto original.
A Biolab foi fundada há 13 anos, mas a família Castro Marques atua desde os anos 70 na área farmacêutica, por meio da União Química (ex-laboratório Prata), administrada pelo pai dos empresários Cleiton, Paulo e Fernando de Castro Marques. A gestão das companhias era feita pelos três irmãos, mas após um período de turbulência familiar, as empresas, que dividiam a mesma sede na capital paulista, foram separadas. A Biolab ocupa um prédio na capital paulista, sob o comando de Cleiton e Paulo, e Fernando está à frente da União Química. Os três mantêm participações societárias cruzadas nas duas companhias.
Em 24 de novembro passado, a União Química foi notificada pela Biolab para que não usasse a marca "ReVita Jr.", providenciando a retirada do mercado de seu produto para a substituição das embalagens e desistir formalmente do pedido de registro nº 90212910 junto ao Inpi. Como a União Química não se manifestou, a Biolab ajuizou uma ação ordinária na Justiça, cujo pedido de tutela antecipada foi acolhido pela 39ª Vara Cível do Foro Central de São Paulo.
Fonte: Valor Econômico
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Novartis completa compra da Alcon com acionistas minoritários
A empresa farmacêutica suíça Novartis alcançou um acordo com acionistas minoritários da Alcon para completar a compra de US$ 51 bilhões da empresa de produtos oftalmológicos, o maior acerto desta natureza na história corporativa suíça.
A Novartis disse que o custo de adquirir a fatia minoritária remanescente na Alcon de 23% é de US$ 12,9 bilhões, ou cerca de US$ 1 bilhão a mais do que tinha oferecido inicialmente.
Analistas do Zuercher Kantonalbank disseram que o acordo afasta incertezas que o mercado poderia ter com relação à Novartis e vai ajudar a companhia a aproveitar melhor o amplo portfolio da Alcon em medicamentos oftalmológicos, soluções de lentes de contato e produtos cirúrgicos oftalmológicos.
A Novartis vai pagar aos acionistas minoritários da Alcon o equivalente a US$ 168 por ação, um aumento de 9% em relação à primeira oferta, de US$ 154 o papel. Os acionistas minoritários da Alcon tinham rejeitado a proposta anterior da Novartis e ameaçavam com uma ação jurídica alegando que eles receberiam menos por ação do que o principal acionista da Alcon - a Nestlé.
A farmacêutica suíça notou que a combinação da Alcon com sua divisão de cuidados oftalmológicos vai produzir economia de custo anual de US$ 300 milhões. "Com este passo, a Novartis assume o controle, tornando-se a líder global em cuidados com os olhos", sustentou em nota o presidente da Novartis, Daniel Vasella. A nova divisão de cuidados oftalmológicos vai incorporar a CIBA Vision da Novartis.
Fonte: Valor Econômico
Hypermarcas compra o laboratório Mantecorp por R$ 2,5 bi
A Hypermarcas fechou, em dezembro, a compra do laboratório Mantecorp, fabricante do antigripal Coristina e do antialérgico Polaramine. O negócio, que atinge R$ 2,5 bilhões, mudará a liderança do mercado farmacêutico no país.
O laboratório Aché, que também estava na disputa, perde agora o posto de maior empresa do setor para a Hypermarcas. A Hypermarcas pagará parte em dinheiro e o restante em ações. Na disputa, a empresa saiu na frente por dispor de mais dinheiro do que os concorrentes.
O interesse da Hypermarcas em comprar o Mantecorp supera um ano. O processo de venda levou seis meses. Além do Aché, o Mantecorp também teria sido disputado pela GSK (GlaxoSmithKline) e pela MSD (Merck Sharp).
A Mantecorp é a sexta aquisição da Hypermarcas neste ano, que investiu R$ 836,2 milhões na compra de Mabesa, Spek, York, Faciliti Odontológica e Perfumaria e Luper Indústria. O último negócio da Hypermarcas foi em novembro, quando a empresa adquiriu a marca de sabonetes infantis Pom Pom, por R$ 85 milhões, da Colgate.
A operação foi assessorada pela Inspire, do lado do Mantecorp. Pela Hypermarcas, trabalharam o Crédit Suisse e o BR Partners. No setor farmacêutico, a Hypermarcas já era dona da DM (de medicamentos de prateleira, como Doril, Engov, Gelol) e da Farmasa (de prescrição, como Rinosoro e Lisador).
Fonte: Folha de S. Paulo
Cristália faz parceria para chegar à Europa e aos EUA
O laboratório Cristália está próximo de iniciar uma parceria com a subsidiária de uma empresa farmoquímica italiana para ampliar suas exportações e ingressar em grandes mercados, como Estados Unidos e países da Europa. Trata-se de um sonho antigo, materializado coma inauguração da unidade da empresa em Itapira, interior de São Paulo, no início do ano.“Agora, com a associação, a entrada nestes mercados será mais fácil”, afirma o médico Ogari Pacheco, presidente da Cristália. Parte do plano de crescimento da empresa visa a expansão para o mercado internacional. Além de cobrir todo o território brasileiro, principalmente para o fornecimento a hospitais, o Cristália exporta para cerca de 40 países da América Latina, Oriente Médio, Ásia e África.
O objetivo é aumentar ainda mais esse volume em um prazo de três anos. O laboratório já atende os requisitos da Food and Drug Administration (FDA), órgão americano de vigilância sanitária, e da European Medicines Agency (Emea), instituição reguladora similar europeia.
Parcerias
Pacheco não revelou o nome da empresa italiana à qual pretende associar-se e que, segundo ele, já exporta para os Estados Unidos. O acordo visa a produção de insumos e matérias-primas. O Cristália é conhecido por suas atividades de pesquisa, desenvolvimento de princípios ativos de medicamentos e produção de moléculas, que podem ser usadas em medicamentos próprios ou exportadas. Com faturamento de R$ 600 milhões por ano, o laboratório produz hoje 180 medicamentos, grande parte destinado a hospitais, principalmente na linha de anestésicos e adjuvantes para anestesia, tendo se tornado uma grande fabricante destes produtos na América Latina.
Seguindo a política de trabalhar em parceria com outros laboratórios, o Cristália anunciou recentemente que pretende fechar, no início de 2011, uma joint-venture com a Eurofarma, para a criação de uma terceira empresa voltada para a produção de medicamentos que precisam de prescrição médica. O objetivo da nova empresa será comercializar os produtos tanto da Cristália como da Eurofarma, além daqueles na linha de lançamento dos dois laboratórios. Outros acordos deverão se concretizar no ano que vem. Em 2011, o laboratório deve ampliar a linha de cuidados dermatológicos e colocar no mercado brasileiro os produtos do Uriage, um dos mais conceituados centros dedicados à pele da França. Inicialmente serão disponibilizados 34 produtos, indicados para rejuvenescimento, proteção solar, hidratação, tratamen- to de rosácea e da pele oleosa. O Cristália anunciou também outra parceria, com a suíça Actelion, para promover no Brasil um medicamento pesquisado pelo laboratório nacional para o combate de hipertensão pulmonar. O remédio mantém o mesmo princípio ativo do Helleva, concorrente do Viagra (da americana Pfizer), para combater a disfunção erétil.
Biolab resiste a assédio e investirá em novos medicamentos em 2011
Em um ano marcado por movimento de consolidação, no qual farmacêuticas estrangeiras e nacionais disputaram palmo a palmo laboratórios interessados em se desfazer de seu controle, a brasileira Biolabescapou ilesa e garante que não pretende mudar de mãos. Pelo menos é o que afirma Cleiton de Castro Marques, presidente da companhia. Sem vocação para genéricos - segmento de medicamentos que virou o "queridinho" entre as multinacionais e grandes grupos nacionais - a farmacêutica brasileira está apostando em pesquisas próprias para expandir seu portfólio no país.
Aos 53 anos, Cleiton de Castro Marques, formado em economia, ainda não tem planos para se aposentar, mas diz que a família, controladora da companhia, já prepara seus sucessores. "Temos um programa de sucessão para o longo prazo", afirma o empresário.
A meta para 2011 é crescer organicamente, seja por meio de parcerias para o desenvolvimento de novos medicamentos ou com pesquisas próprias para consolidar os produtos da Biolab no mercado. Segundo Marques, a farmacêutica quer expandir seus negócios por meio de lançamentos de produtos. Em 2011 serão 12 - dois sob licença e 10 deles frutos de desenvolvimento próprio. A primeira molécula da companhia - um antimicótico com atuação antibacteriana - deverá ser apresentada em 2012. "Temos 32 moléculas em pesquisa", diz.
Com faturamento estimado em R$ 615 milhões ao longo de 2010, a perspectiva é de que a receita alcance R$ 700 milhões no próximo ano, um crescimento projetado de 15%. A empresa, com duas fábricas na Grande São Paulo - Taboão da Serra e Jandira -, além de um centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em Itapecerica da Serra (SP), tem resistido ao constante assédio de grandes companhias, incluindo multinacionais, interessadas em ampliar ou mesmo fazer sua estreia no mercado brasileiro.
O foco da farmacêutica são medicamentos sob prescrição médica nas especialidades de cardiologia, que responde por 60% do total, ginecologia e dermatologia, sobretudo. A empresa está fazendo também suas apostas em dermocosméticos e nos segmentos de ortopedia e reumatologia, com medicamentos anti-inflamatórios.
"Nosso foco é em inovação. Não temos interesse em disputar o mercado de genéricos", diz Marques. A companhia investe cerca de 7% de seu faturamento anual em P&D. Neste ano, a companhia formou uma joint venture com a alemã Merzpara atuar na área estética no Brasil. O principal produto desenvolvido pelas duas empresas será o Xeonim, toxina botulínica, para concorrer com o Botox, da americana Allergane o Dysport, da francesa Ipsen. Outras parcerias com empresas estrangeiras foram firmadas nos últimos anos para o desenvolvimento e comercialização de medicamentos.
A Biolab foi fundada há 13 anos. Mas a família Castro Marques atua desde os anos 70 na área farmacêutica, por meio da União Química (ex-laboratório Prata), administrada pelo pai do empresário. A gestão da Biolab tornou-se única em 2008. Até então, a empresa tinha uma administração compartilhada com a União Química, hoje comandada pelo irmão de Cleiton, Fernando de Castro Marques. A gestão das duas companhias era feita pelos irmãos Cleiton, Paulo e Fernando, mas após um período de turbulência familiar, as empresas, que dividiam a mesma sede na capital paulista, foram separadas. Atualmente a Biolab ocupa um prédio na Vila Olímpia, em São Paulo, sob o comando de Cleiton e Paulo, e Fernando está à frente da União Química. Os três mantêm participações societárias cruzadas nas companhias.
Segundo Marques, a empresa tem projeto de ir para bolsa, mas não há nenhum planejamento nesse sentido no curto ou médio prazo. Ele acredita que o movimento de consolidação no setor será intenso. "Mas nós temos interesse em estar no negócio."
AstraZeneca aposta na descoberta de medicamentos
Em vez de aquisições e diversificação, o laboratório farmacêutico AstraZeneca está determinado a descobrir novos medicamentos em seus próprios laboratórios.
Certo dia de outubro, enquanto almoçava carne com batatas, no centro de pesquisas da companhia, em Estocolmo, o executivo-chefe da farmacêutica, David Brennan, submeteu seis gerentes de desenvolvimento do grupo a um verdadeiro interrogatório, a respeito de receios levantados por um cientista. Durante encontro na prefeitura naquela manhã, o pesquisador recém-recrutado havia dito a Brennan não ter liberdade para ir atrás de ideias incomuns como teria no setor acadêmico. Brennan queria saber por que isso ocorria. É que ele tem mais motivos do que a maioria dos executivos de farmacêuticas para querer que seus cientistas estejam satisfeitos e sejam produtivos.
Enquanto GlaxoSmithKline, Sanofi-Aventise outros concorrentes expandem-se em áreas como aerossóis antipulgas e bebidas energéticas para compensar a desaceleração da receita com remédios, a AstraZeneca atem-se a apenas um negócio: desenvolver medicamentos inovadores o suficiente para poder cobrar preços mais altos.
Apostar na descoberta de remédios é arriscado. O setor passa por uma longa estiagem: os 15 produtos atuais mais vendidos ganharam aprovação há pelo menos seis anos, segundo a IMS Healthe Bloomberg. Mais da metade das vendas de US$ 32,8 bilhões da AstraZeneca é obtida com remédios que poderão enfrentar a concorrência de genéricos até 2014. Nos últimos três anos, o desempenho da empresa em conseguir aprovações de drogas nos EUA e União Europeia foi um dos piores entre os grandes laboratórios, segundo dados compilados pela rival Novartis. "Vamos descobrir como atravessar isso", diz Brennan, ex-jogador de defesa de futebol americano.
Mais da metade das vendas da AstraZeneca é obtida com remédios que vão concorrer com os genéricos até 2014
Os investidores mostram-se céticos. As ações da AstraZeneca são negociadas a uma cotação 7,1 vezes maior que o lucro estimado, menor valor relativo entre as maiores farmacêuticas do mundo. A suíça Roche, que obtém cerca de 20% das vendas com testes de detecção de doenças e a Johnson&Johnson, com quase 70% da receita com aparelhos médicos e bens de consumo, exibem valores maiores, reflexo da diversificação, além do negócio dos remédios, caracterizado pelo "tudo ou nada".
O comprometimento de Brennan com a pesquisa vem desde seus tempos na Merck, quando a americana dominava as descobertas mundiais de novas drogas. Ele juntou-se à Merck em 1975 como vendedor, aos 21 anos, na época em que os laboratórios da companhia desbravavam novas formas de tratar a hipertensão e o colesterol. "Foi isso que David viu acontecendo", diz P. Roy Vagelos, que comandou a divisão de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da Merck e, depois, quando se tornou executivo-chefe, promoveu Brennan para chefiar o novo projeto de colaboração com a sueca Astra.
Enquanto os pesquisadores de hoje entendem melhor as doenças por causa das inovações em genética, as farmacêuticas exibem sucesso limitado em traduzir esses avanços em novos medicamentos no tratamento de doenças cardíacas, dores ou câncer. As autoridades reguladoras também exigem mais medidas de segurança, depois de vários remédios de altas vendas terem acabado se mostrando mais perigosos do que se imaginava.
Apesar do vento contrário, o compromisso de Brennan com P&D como motor de crescimento vem tornando a AstraZeneca um ímã para a comunidade científica. Quando buscava alguém para revigorar seus laboratórios, Brennan recrutou Menelas Pangalos como chefe de pesquisas de drogas em estágio inicial. Pangalos ajudou a criar uma das principais linhas de medicamentos experimentais na Wyeth, comprada pela Pfizer, e trouxe Martin Mackay, chefe de pesquisa mundial da Pfizer, para ser presidente de P&D do grupo.
Brennan reviu cada passo do processo de desenvolvimento, encolheu o alcance das pesquisas para centrar-se em áreas promissoras, como diabete e câncer, e fechou algumas instalações, para gerar economias anuais de US$ 1 bilhão até 2014. Para ter êxito, terá de consertar as operações de P&D, após fracassos recentes. Em dezembro, desistiu de prosseguir com o desenvolvimento do motavizumab, para doenças respiratórias infantis, após uma comissão nos EUA ter emitido parecer contrário à droga. Em maio, testes mostraram que o Recentin não melhorava as perspectivas de pacientes com câncer de cólon. E em junho, a Agência de Remédios e Alimentos (FDA, na sigla em inglês) dos EUA não aprovou o Axanum, para úlcera. Entre 2006 e 2008, quatro remédios contra diabete e para tratamentos cardiovasculares não conseguiram passar nos testes finais.
O compromisso da companhia com P&D para crescer tornou a AstraZeneca um ímã para os cientistas
Em dezembro, a AstraZeneca não conseguiu aprovação para vender o Brilinta, produto experimental mais importante da companhia, na União Europeia. O anticoagulante mostrou ser mais efetivo em estudos do que o Plavix, da Sanofi-Aventis e Bristol-Myers Squibb. Em 17 dezembro, a FDA não quis aprovar o remédio, argumentando que queria análises adicionais de um estudo que comparava os dois produtos.
Assim como seus concorrentes, a AstraZeneca testa novas formas de organizar as pesquisas para melhorar sua produtividade. Enquanto a receita "flutuar" até 2014, a empresa prevê receita entre US$ 28 bilhões e US$ 34 bilhões/ano até 2014, período em que perderá a patente de seus dois remédios mais vendidos, o antiácido Nexium e o antipsicótico Seroquel. Em 29 de junho, um juiz americano determinou que a patente do Crestor, para tratamento de colesterol, da AstraZeneca, será válida até 2016. A decisão protegeu vendas de US$ 2 bilhões nos EUA. A empresa pretende submeter a droga dapagliflozin, contra diabete, para aprovação nos EUA e UE, no início de 2011, e pode conhecer a decisão da FDA sobre o vandetanib, para casos avançados de um raro câncer de tiroide, até o dia 7 de janeiro.
Brennan convenceu o conselho de administração do grupo de que a empresa deveria se ater a desenvolver remédios, diz Jane E. Henney, uma das diretoras que o escolheu como sucessor de Tom McKillop em 2005. "É o caminho que escolhemos. Apenas a história poderá julgar se estávamos certos."
GlaxoSmithKline e Epizyme assinam acordo de 650 milhões de dólares
A GlaxoSmithKline (GSK) entrou num acordo avaliado em até 650 milhões de dólares para usar a tecnologia da Epizyme para desenvolver terapêuticas epigenéticas de pequenas moléculas que tenham como alvo as histonas metiltransferases (HMTs), uma importante classe de enzimas epigenéticas, para o tratamento do cancro e outras doenças, avançou a Epizyme esta segunda-feira, de acordo com o site FirstWord.
Sob os termos do acordo, a GSK vai fazer um pagamento inicial de 20 milhões de dólares à Epizyme, bem como proporcionar o financiamento da investigação. A Epizyme salientou que a companhia irá receber mais de 630 milhões de dólares em pagamentos por objectivos se fármacos contra todos os alvos resultantes da colaboração chegarem ao mercado.
A GSK, que assumirá a responsabilidade do desenvolvimento dos produtos assim que um candidato seja seleccionado, irá comercializar todos os produtos resultantes da parceria e vai pagar à Epizyme royalties de dois dígitos pelas vendas líquidas.
Novartis inicia ensaio de versão biosimilar do Rituxan® da Roche
A Novartis anunciou esta terça-feira que a sua unidade Sandoz iniciou um ensaio de fase intermédia de uma versão biosimilar do Rituxan®/MabThera (rituximabe) da Roche em doentes com artrite reumatóide. A companhia avançou que os resultados gerados até à data sugerem que a sua versão biosimilar do Rituxan® "é muito semelhante ao medicamento de referência, justificando o início dos estudos clínicos", avança o site FirstWord
Comentando a notícia, o analista do Bank Vontobel Andrew Weiss disse que "o lançamento do programa de ensaios de Fase II para o biosimilar do rituximab sublinha claramente a posição de liderança da Sandoz na área dos biosimilares".
A Sandoz disse que tem actualmente oito a 10 moléculas biosimilares em vários estágios de desenvolvimento.
Na semana passada, a Spectrum Pharmaceuticals anunciou ter assinado um acordo com a Viropro para desenvolver uma versão biosimilar do Rituxan® e, em 2010, a Teva confirmou que tinha dado início a um ensaio clínico de comparação do fármaco da Roche com a sua versão biosimilar em doentes com artrite reumatóide.
O CFO da Roche, Erich Hunziker, disse que a empresa tem uma estratégia para defender os seus medicamentos de biotecnologia da concorrência dos genéricos, mas acrescentou que "seria estúpido dizer a nossa estratégia de defesa". Em referência à expirações de patentes próximas, o executivo assegurou que "podem ter certeza que temos três ou quatro anos para nos prepararmos".
Hypermarcas investe para ser líder
O grupo Hypermarcas quer transformar a Neo Química, uma das maiores empresas farmacêuticas do país, instalada em Anápolis, na maior fábrica de medicamentos da América Latina nos próximos meses. A estimativa é atingir a produção de 8,5 bilhões de comprimidos por ano a partir de 2012.
Ao adquirir a companhia em dezembro de 2009 por R$ 1,3 bilhão, a Hypermarcas decidiu unificar seus laboratórios DMe Farmasa , que estavam instaladas em imóveis alugados, no mesmo complexo industrial de Anápolis e também ampliar o centro de distribuição de medicamentos, que está na mesma área. Os investimentos somam R$ 100 milhões, com conclusão prevista até o fim do primeiro semestre, considerando a rapidez do ritmo das obras nas instalações do Daia (Distrito Agroindustrial de Anápolis).
Parte dos investimentos da companhia, fundada em 2002, está concentrada em Goiás. Seu fundador, o goiano João Alves de Queiroz Filho, ex-dono da Arisco, focou grandes aquisições no Estado, que incluem negócios nos setores alimentícios e de higiene e limpeza, e mais recentemente operações na área farmacêutica.
A rapidez com que a Hypermarcas decide seus negócios no segmento farmacêutico - nos últimos doze meses, fechados em dezembro, adquiriu a Neo Química, a Luper, três medicamentos de marca da Medley(controlada pela francesa Sanofi-Aventis) e mais recentemente a Mantecorp- mostra que o apetite da companhia continua aguçado e que novos movimentos rumo à consolidação estão no radar do grupo.
"Queremos ter presença marcante nos quatro principais segmentos farmacêuticos", disse Claudio Bergamo, CEO da Hypermarcas ao Valor. Essas áreas incluem produtos de prescrição médica, genéricos, OTC (over the counter, em inglês, ou atrás do balcão) e similares.
A companhia busca a liderança em medicamentos e ninguém duvida que a empresa não medirá esforços para alcançar seus objetivos. Com a aquisição da Mantecorp, a Hypermarcas adiciona às suas mais de 160 marcas (que incluem todos os segmentos, não somente o farmacêutico) uma lista de medicamentos tradicionais, como o antigripal Coristina, os antialérgicos Polaramine e Celestamine, o antipirético e analgésico Alivium, a linha de proteção solar Episol e de hidratantes Epidrat.
Para não ficar atrás de sua concorrente, a Teuto, controlada pela Pfizer, também está ampliando a linha de produção de Anápolis. Os investimentos incluem compras de linhas novas de equipamentos e embalagens e uma nova área para medicamentos injetáveis, que somam aportes de cerca de R$ 30 milhões.
"Temos dois prédios vazios aqui em nosso complexo que poderão crescer para a produção de hormônios", disse Marcelo Leite, CEO da companhia. A Pfizer adquiriu por R$ 400 milhoes 40% de participação na Teuto e tem a opção de obter o controle a partir de 2014. A empresa já está se preparando para lançar produtos desenvolvidos pela Pfizer, segundo Leite. Com esses recentes investimentos, a companhia aumentará em 60% sua capacidade de produção. A entrada da múlti americana como principal acionista permitirá à farmacêutica avançar na área hospitalar, sobretudo no setor privado. (MS)
Estudo: Prozac® é promissor na recuperação de AVC
Num artigo publicado na revista médica The Lancet Neurology, cientistas franceses revelaram na passada segunda-feira que administrar o antidepressivo Prozac®, da Eli Lilly, em pessoas que acabaram de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) pode ajudá-las a ter mais controlo sobre os seus movimentos e a viver de forma mais independente, avança o site Estadão.com.br.
No maior estudo até agora sobre o efeito desse tipo de medicamento na recuperação de um AVC – realizado entre Março de 2005 e Junho de 2009 com 118 doentes –, os investigadores descobriram que os voluntários tratados com Prozac® tiveram melhor desempenho em exames de habilidades motoras do que aqueles que receberam placebo.
Os doentes tomaram o medicamento ou placebo durante três meses, após cinco ou dez dias do AVC. Todos os participantes foram submetidos a sessões de fisioterapia e tiveram as suas habilidades motoras avaliadas no início do levantamento e no 90º dia. Os que tomaram Prozac® tiveram uma nota média de 34 pontos, enquanto o grupo do placebo obteve 24,3 pontos.
Além disso, houve casos de indivíduos mais independentes e com menos depressão no grupo que recebeu Prozac®. Os efeitos colaterais da medicação foram raros e sem gravidade, segundo os investigadores.
De acordo com especialistas que comentaram os resultados, estes têm "um enorme potencial para mudar a prática clínica", e questionaram se a maioria dos doentes com problemas motores não deveria ser tratada com esse antidepressivo, relativamente barato.
O AVC é a principal causa de incapacidade em adultos e a terceira causa de morte nos países desenvolvidos. O custo de cuidar das vítimas, que muitas vezes adquirem problemas como paralisia ou fraqueza em um lado do corpo, envolve um grande fardo para os sistemas de saúde já bastante problemáticos.
Alguns estudos menores realizados anteriormente já tinham sugerido que administrar fármacos como o Prozac®, que pertence a uma classe chamada de inibidores selectivos de recaptação de serotonina (ISRS), pode melhorar a recuperação de habilidades motoras após um AVC.
O Prozac® foi desenvolvido pela indústria farmacêutica Eli Lilly e actualmente há uma versão genérica disponível, a fluoxetina. A hemiplegia (paralisia de toda uma metade do corpo) e a hemiparesia (paralisia parcial de um dos lados) são as incapacidades mais comuns em pessoas que sofreram um AVC, e os cientistas acreditam que os ISRS podem ajudar a melhorar os movimentos aumentando o nível do neurotransmissor serotonina no sistema nervoso central.
"O efeito positivo do medicamento sobre a função motora sugere que a acção neuronal dos ISRS fornece um novo caminho que poderia ser mais explorado", disse François Chollet, do Hospital Universitário de Toulouse, que dirigiu a investigação.
2011 !!
Pessoal,
estamos retornando com o nosso desejo de que todos seguidores e amigos tenham um ano de 2011 repleto de realizações. Esperamos manter nosso objetivo de manter-lhes informado com o que de mais inovador será apresentado pela industria farmacêutica, bem como os negócios que as envolvem.
Boa saúde a todos !!
Gerson Santos
Gpharmanews
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