sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Falta de novos antibióticos pode conduzir a crise sanitária mundial
Portugal está entre os países europeus com consumo elevado de antibióticos
A falta de novos antibióticos, por desinteresse das farmacêuticas, pode levar ao descontrole do já expressivo número de casos de multi-resistência microbiana. Especialistas reunidos em Boston afirmam que tal pode conduzir a uma crise sanitária mundial, avança o Jornal de Notícias, citando a AFP.
As sociedades podem vir a confrontar-se com um panorama idêntico ao das primeiras décadas do século passado, quando ainda não era usada a penicilina para combater infecções. Este alerta foi lançado por infecciologistas reunidos numa conferência internacional, em Boston, EUA. Para a austríaca Ursula Theuretzbacher, os graves problemas de resistência estão a tornar-se uma crise sanitária mundial.
Este é um fenómeno observado tanto nos países ricos como nos que estão em desenvolvimento, escreve a AFP. No entender de participantes neste congresso sobre doenças infecciosas, a indústria farmacêutica não está a responder às necessidades da medicina neste campo, preferindo investir nos fármacos para doenças cancerígenas e cardiovasculares, por serem mais rendíveis.
Portugal está entre os países europeus com consumo elevado de antibióticos, numa situação idêntica à da Grécia, França e Espanha. Nos anos mais recentes deu-se uma travagem nessa espiral de recurso indiscriminado a este tipo de fármacos, muitas vezes por pressão do doente junto de médicos e farmacêuticos, quando também ainda não havia noção do problema grave de resistência que estava a ser criado.
Segundo Raquel Sá Leão, investigadora do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) em Portugal há resistência a antibióticos, mas ainda não é extremamente preocupante, disse ao JN.
Atenção maior deve ser dada às crianças, pois elas estão mais frequentemente doentes que um adulto, com as otites e amigdalites, que levam ao consumo de antibióticos. Mas, adianta, houve evolução nos últimos tempos e os pais e os clínicos, particularmente os pediatras, já estão alerta e mais bem informados sobre o problema.
Esta bióloga, que desenvolve trabalho no Laboratório de Genética Molecular dirigido pela especialista de crédito internacional em resistência aos antibióticos, Hermínia Lencastre, explicou ao JN que as várias classes (ou famílias) destes fármacos foram desenhadas para atingir diferentes zonas das bactérias (a membrana destas ou o seu DNA, por exemplo). Repetidos ataques a esses alvos criam as resistências. Por isso, a pesquisa científica está dirigida para a procura de novos alvos.
De acordo ainda com Raquel Sá Leão, há descrições de casos de infecção por staphylococcus em que aos médicos já só resta usar um fármaco muito tóxico.
Se isso se expandir, a situação pode ir para níveis alarmantes, refere a mesma investigadora. A investigadora constata também que a indústria farmacêutica não tem investido muito nesta linha de pesquisa; a que vai sendo feita está no domínio dos centros universitários e unidades congéneres.
Fonte: Portal RCM Pharma
ANVISA determina suspensão de propaganda irregular da Probiótica e medicamento da Multilab
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta sexta-feira (17), como medida cautelar de interesse sanitário, a suspensão de todas as propagandas do alimento para atleta a base de creatina com a expressão ““Explosão Muscular” em qualquer meio de comunicação. O rótulo do produto, fabricado pela empresa Probiótica Laboratórios, está em desacordo com a regulamentação nacional, por fazer referencia a ganho ou definição de massa muscular. A determinação é valida até que a empresa faça a adequação necessária na campanha publicitária.
Ainda no Diário Oficial, desta sexta-feira (17), a Anvisa determinou a suspensão da fabricação,distribuição, comércio e uso de todos os lotes do medicamento Cefagel (Cefalexina Monoidratada). Foi verificado pela agência a alteração de excipinete nível 3 e alteração do local de fabricação do medicamento, sem prévia autorização da Anvisa.
A empresa Multilab Indústria e Comércio de Produtos Farmacêuticos, produtora do medicamento,é responsável pelo recolhimento de todos os lotes do produto.
Qual é a dose recomendada pela Anvisa de creatina?
De acordo com a Resolução RDC n. 18/2010 os suplementos de creatina para atletas devem conter de 1,5 a 3 g de creatina na porção definida pelo fabricante .Porém a recomendação de uso deve ser orientada por nutricionista ou médico com base nas necessidades do atleta.
Fonte: ANVISA
"Pílula do dia seguinte" ( Postinor ) tem sua importação suspensa pelo governo
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu a importação do contraceptivo Postinor, também conhecido como "pílula do dia seguinte".
Segundo a agência, a empresa fabricante, a Gedeon Richter, da Hungria, não atende aos regulamentos sanitários exgidos pelo Brasil para produção de medicamentos.
A Anvisa também suspendeu a importação do anticoncepcional Femina, produzido pela mesma fábrica.
A Aché, responsável pela venda dos remédios no país, disse em nota que os produtos continuam no mercado, que já tomou medidas para regularizar as importações e aguarda deliberação da Anvisa.
Fonte: folha de SP
Hypermarcas formaliza compra da York por R$95 milhões
São Paulo - A Hypermarcas formalizou na noite de quinta-feira a compra da fabricante e distribuidora de hastes flexíveis, curativos, absorventes e algodões York por 95 milhões de reais.
Na ocasião do anúncio da aquisição, em março último, a maior empresa de bens de consumo do país informou que pagaria 100 milhões de reais pela York. O valor, contudo, ainda está sujeito a ajustes, segundo a Hypermarcas.
Com isso, a companhia passará a deter pouco mais de 99 por cento do capital da York.
O contrato assinado na véspera estabelece ainda "o não exercício, pelos acionistas minoritários da York, titulares de ações representativas de 0,864 por cento do capital social da York, o direito de preferência para a aquisição das ações", conforme documento enviado ao mercado.
L’Oréal pretende dobrar sua presença no mercado local
O francês François-Xavier Fenart, presidente da L'Oréal Brasil, nem cogita deixar vaga a sala de onde dirige, há seis anos, a subsidiária brasileira do maior conglomerado de beleza do mundo.
Pelo contrário, sua meta é permanecer no cargo por, pelo menos, mais uma década e fazer com que, até 2020, metade da população brasileira passe a consumir regularmente os produtos da L'Oréal.
A companhia, que faturou R$ 1,36 bilhão no ano passado e deve avançar dois dígitos neste ano, está estruturada em quatro grandes divisões: produtos profissionais (tintas, xampus, cremes e tratamentos capilares para cabeleireiros), cosmética ativa (à venda somente em farmácias e geralmente recomendada por dermatologistas), produtos de luxo (perfume, creme e maquiagem) e produtos de grande público (vendidos em supermercado, drogaria e perfumaria).
Atualmente, 25% dos habitantes do país usam de xampus a cremes faciais e de pílulas de beleza a maquiagens da L'Oréal, um universo de aproximadamente 50 milhões de pessoas.
As marcas debaixo do guarda-chuva da gigante francesa são muitas, como Colorama, Garnier, Elsève, Lancôme, La Roche Posay, Kiehl´s, Vichy e mesmo The Body Shop (que poderá desembarcar no Brasil no futuro).
Potencial
"O Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo (atrás de Japão e dos Estados Unidos), mas é o sétimo da L'Oréal, de um total de 130 países. Isso demonstra que ainda temos muito o que crescer aqui", diz o presidente da companhia.
A grande preocupação é dobrar o número de consumidores a partir da "exploração de novas categorias", como de desodorantes e protetores solares, e também o desenvolvimento frequente de produtos específicos para as brasileiras.
Ofertar preços mais acessíveis também é uma das metas do executivo.
Fenart planeja obter um crescimento forte e acelerado nos próximos anos, o que demandará investimentos, não revelados, em inovação e uma possível expansão das duas fábricas brasileiras, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Uma terceira unidade industrial foi totalmente descartada.
Nem o mercado nordestino, maior consumidor brasileiro de cremes para pentear, demandará a construção de uma nova unidade. "Temos grande capacidade de expansão em nossas fábricas."
Aquisições também não estão previstas, garante o executivo. A última compra no Brasil ocorreu em 2001, quando arrematou a Colorama, cuja unidade e linhas de produtos foram reformuladas.
Situada em São Paulo, a fábrica da Colorama é a maior do grupo no mundo para produtos capilares e esmaltes. "Este ano, seu volume de produção cresceu 30%", diz Fenart. Só de esmaltes serão 100 milhões de unidades produzidas.
Desempenho
No primeiro semestre, a L'Oréal Brasil teve um crescimento forte, puxado por vários lançamentos. Registrou um salto de 23,7% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado e deve fechar o acumulado do ano em, pelo menos, 10%.
Cético em fazer previsões, Fenart espera um desempenho satisfatório no ano, por conta da estratégia de trazer inovações constantes.
Com um faturamento de € 17,5 bilhões no ano passado, os resultados globais do primeiro semestre mostram que a empresa avançou 6,3% graças ao boom de países como os Estados Unidos e aos novos mercados como China, Brasil, Rússia, Índia e Indonésia.
Fonte: Brasil Econômico
Vita Derm lança Power Liss com ácido orgânico e extrato de cupuaçu
Cabelos lisos de maneira prática e rápida. Esse é o sonho de grande parte das mulheres brasileiras. Pensando nisso, a Vita Derm lança a linha de alisamento Power Liss, elaborada com exclusiva tecnologia que reduz o volume dos fios e promove tratamento profundo.
A linha é dividida em três categorias, de acordo com o estilo do fio: Force para cabelos crespos, Light para os cacheados e Easy para todos os tipos de cabelos. O produto é livre de formol.
Power Liss Force realiza o alisamento e relaxamento dos fios proporcionando cabelos definitivamente lisos e modificando a estrutura dos fios crespos. A linha é composta por Relaxante Capilar, Ativador e Shampoo Indicador.
A combinação de aminoácidos e tioglicolato integram a fórmula do Power Liss Light, que realiza o alisamento suave dos fios. O óleo de amarula complementa o tratamento protegendo e hidratando os cabelos. A linha é composta por Shampoo Antirresíduos, Alisante Capilar Light e Neutralizante.
Indicada para todos os tipos de cabelos, Power Liss Easy foi desenvolvida com ácido orgânico, extrato de cupuaçu, phytoqueratina e nano partícula de sericina. Os ativos da sericina reconstroem a cutícula deteriorada em tratamentos químicos e a phytoqueratina hidrata os fios. As propriedades remineralizantes e nutritivas do cupuaçu deixam os cabelos suaves e naturalmente soltos. A linha é composta Shampoo Antirresíduos, Condicionador Redutor de Volume e Serum Restaurador Termoativado.
A Vita Derm atende o mercado de beleza, saúde e qualidade de vida desde 1984. Fundada pelo Dr. Marcelo Schulman, nasceu como uma farmácia de manipulação e hoje possui uma indústria reconhecida internacionalmente, com presença em mais de 14 países.
Para obter mais informações, ligue para (11) 2187-7538 (São Paulo) ou 0800-179292 (Demais regiões) ou, ainda, acesse o site da Vita Derm no endereço www.vitaderm.com
Fonte: Papiro Comunicação
Eurofarma deve exportar até dezembro 1º lote de medicamentos para o Paquistão
A Eurofarma deve exportar até dezembro um primeiro lote de medicamentos para o Paquistão. Serão antibióticos e drogas para tratamento do sistema nervoso central. “Além do Paquistão, negociamos com outros 19 países para vender nossos produtos”, conta Wesley Pontes, diretor de exportações do laboratório brasileiro, que hoje mantém clientes em 11 países da América Latina, Ásia e África.
Compilação feita pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) mostra que, em agosto, as exportações dos laboratórios instalados no país (de capital nacional e estrangeiro) somaram US$ 127,1 milhões, 55% a mais do que em 2009. No acumulado do ano, o total chega a US$ 812,8 milhões. “Trabalhamos com uma previsão de US$ 1,25 bilhão em exportações em 2010, um recorde”, diz o vice-presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini. “Dez anos atrás, esse número era de US$ 120 milhões”.
Segundo ele, esse salto reflete os investimentos feitos há dois anos pelos laboratórios, que precisam se adequar às regras dos países compradores, e a redução de custos de produção e exportação. Apesar disso, a balança comercial do setor ainda apresentou déficit superior a US$ 3,3 bilhões até agosto, justificada pela importação maciça de vacina para uso humano por parte do governo e também de matérias primas para os laboratórios.
Fonte: O Globo
Aspirina® ( Bayer ) diária pode reduzir risco de câncer do cólon
Uma Aspirina® (ácido acetilsalicílico) diária pode reduzir significantemente o risco de câncer do cólon, segundo um novo estudo britânico no qual participaram 2800 doentes e 3000 pessoas saudáveis, avança a agência EFE, citada pelo POP - Poeral de Oncologia Português.
O estudo da Universidade de Edimburgo, e publicado na revista Gut, indica que tomar uma Aspirina® diária durante um ou dois anos reduz o risco de cancro do cólon em cerca de 19%. Se for administrada num período entre três e cinco anos, a redução é de 24%, e até 31% se tomada entre cinco e dez anos.
Doses baixas
Estudos anteriores indicavam que seriam necessárias doses muito elevados do fármaco para conseguir reduzir os riscos de cancro do cólon, mas esta equipa de cientistas da chegou à conclusão de que basta uma dose de 75 miligramas diariamente.
Segundo o professor Malcoln Dunlop, do Western General Hospital de Edimburgo, que dirigiu o estudo, "não são necessárias doses elevadas de Aspirina® para proteger-se do cancro do cólon e recto, já que a protecção aumenta com a duração do tratamento, e os efeitos já são aparentes ao final de cinco anos".
Os comprimidos de 75 miligramas, uma dose inferior à utilizada como analgésico, já são recomendados a muitas pessoas que sofreram algum ataque cardíaco.
Johnson & Johnson em conversações para comprar Crucell
A Johnson & Johnson adiantou que está em negociações avançadas para obter o controlo total da fabricante de vacinas holandesa Crucell, num negócio de 1,75 mil milhões de euros em dinheiro, avança o Jornal de Negócios.
Sob os termos das negociações, a J&J ou uma afiliada da empresa adquiriria o restante capital que ainda não detém por 24,75 euros por acção, revelaram as empresas em comunicado, citado pela agência Bloomberg.
A J&J pagou cerca de 300 milhões de euros por uma participação de 18% no capital da companhia holandesa há um ano, num momento em que as empresas tentavam desenvolver as novas vacinas para a gripe.
O valor oferecido pelas acções da Crucell representam um prémio de 58% face ao preço de fecho dos títulos na sessão de ontem. A Crucell encerrou quinta-feira a ceder 0,1% para os 15,70 euros.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Negociação entre UE e Brasil sobre medicamentos genéricos fracassa
GENEBRA - As consultas entre Brasil e União Europeia sobre medicamentos genéricos fracassaram, e o Itamaraty caminha agora para abrir uma disputa comercial contra Bruxelas por causa da importação desses remédios, recorrendo aos tribunais da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Os europeus já se mostram preocupados com o impacto na opinião pública que a disputa terá, principalmente ao revelar a tentativa de Bruxelas de frear o comercio de genéricos entre países emergentes. A polêmica começou quando, em dezembro de 2008, um carregamento de 500 quilos do genérico Losartan, contra hipertensão arterial, foi apreendido em Roterdã, na Holanda.
Os lotes do medicamento haviam saído da Índia, onde foram fabricados, e viriam para o Brasil. O governo holandês informou sobre a passagem da carga à empresa que tinha a patente do produto na Europa - a Merck Sharp & Dohme -, que entrou com uma liminar para exigir uma ação.
A empresa tem a patente do produto na Holanda, mas não no Brasil nem na Índia. Os europeus ameaçaram destruir os remédios se eles seguissem viagem para o Brasil. O carregamento acabou liberado, mas foi reenviado ao produtor, na Índia. A carga seria suficiente para a fabricação de remédios que atenderiam 300 mil pessoas por mês no Brasil.
Parte da denúncia do País é de que o caso não partiu da empresa que mantinha a patente, como as autoridades europeias haviam indicado. O confisco de genéricos estaria sendo uma ordem dos próprios governos europeus, a partir de uma nova lei aprovada pela Comissão Europeia. Já a UE insistiu que a verificação é um esforço para garantir que a pirataria de remédios seja combatida. Segundo a entidade, 34 milhões de comprimidos falsos já foram detidos nesse esforço.
O Brasil alerta que não se tratou de um incidente isolado. No total, mais de uma dezena de apreensões foram registradas na Europa em casos similares no comércio de genéricos entre países emergentes em 2008. Peru, Nigéria e Colômbia também foram afetados.
O Itamaraty explicou que, durante meses, tentou uma solução diplomática para o problema. A última tentativa foi tomada nesta semana, em Genebra, contando com a Índia ao lado do Brasil. Mas diplomatas envolvidos nas negociações confirmaram que os europeus não ofereceram uma solução. A única indicação que o Itamaraty recebeu era de que o processo interno na UE estava sendo realizado para avaliar a lei existente, algo que não deixou os brasileiros satisfeitos.
"Nenhuma garantia real foi dada de que uma apreensão não voltaria a ocorrer", afirmou um negociador. Segundo os europeus, não há a intenção de realizar novas ações, mas garantias legais não foram dadas.
Diplomatas brasileiros envolvidos no processo explicam que o governo vai agora avaliar os aspectos legais do caso e decidir se passará finalmente para o conflito. Se a opção for essa, a OMC será acionada e serão convocados árbitros para analisar a queixa brasileira. Se eles considerarem que a lei europeia de fato é ilegal, obrigarão Bruxelas a modificá-la. Caso a Bélgica não o faça, poderia ser alvo de uma retaliação comercial do Brasil.
O processo, porém, pode levar meses. Comercialmente, o Brasil acredita que a proliferação dessas barreiras significaria um prejuízo importante, já que o País importa muitos remédios e princípios ativos de outros países emergentes e precisaria encontrar uma nova rota para permitir que o acesso até os portos nacionais fosse garantido.
fonte: Estadão
Hospitais se preparam para entrar na Bolsa de Valores
Depois dos planos de saúde suplementar, o mercado de saúde deve ter uma segunda onda de aberturas de capital. Agora será a vez dos hospitais, que buscam consolidação para a entrada nesse mercado.
Atualmente, porém, há restrições legais para aberturas de capital no setor. Apenas os planos de saúde têm permissão legal para entrar na bolsa.
"Os prestadores não são autorizados, portanto laboratórios de análises clínicas, de diagnóstico de imagem e hospitais não têm essa possibilidade", explica o sócio responsável pelo atendimento do setor de saúde da Deloitte, Enrico de Vetori.
A mudança na regulamentação ainda esbarra em entraves políticos. Para ele, essa avaliação vem de boa parte dos grupos hospitalares que, motivados pela possibilidade de receber capital estrangeiro, temem pela concorrência do mercado nacional.
"Por isso, há hoje uma tendência de consolidação das redes hospitalares. Talvez, depois disso, os grupos venham a entrar com seu ‘capital político' para a aprovação da mudança na regulamentação."
O interesse em ampliar investimentos no setor hospitalar é uma tendência global. Segundo Vetori, seis países concentram a atenção dos estrangeiros no mercado de saúde. "Atualmente, o dinheiro escoa para Brasil, Índia, China, México, Turquia e Coréia do Sul", cita.
Para o vice-presidente da Rede D'Or, José Roberto Guersola, o interesse em manter a proibição ativa também tem viés político.
Para ele, o atual governo entende que o sistema de saúde não deve ter capital estrangeiro. "Há uma grande pressão partidária contra a mudança dessa regulamentação."
O executivo acredita que nenhum dos candidatos à presidência é claramente favorável à modificação. "Não faz diferença sobre qual candidato ganhe."
Ainda assim, Guersola entende que a alteração na regulamentação do setor é inevitável. "É um caminho natural. Acredito que leve mais dois anos para que a mudança ocorra."
Mesmo com a legislação ainda indefinida, as redes hospitalares estão em busca da consolidação. "A rede já está bem próxima da estrutura ideal para abrir o capital", diz Guersola.
Recentemente, o grupo adquiriu o hospital São Luiz, em São Paulo, ampliando sua atuação para além das fronteiras do Rio de Janeiro e de Pernambuco. O negócio é fruto de uma parceria entre o banco BTG Pactual e a rede carioca de hospitais.
E a empresa analisa o mercado em busca de novas oportunidades. Há três meses, a rede adquiriu o Hospital Brasil, em Santo André, e no último final de semana, o Hospital Assunção, em São Bernardo do Campo. O valor da negociação foi mantido sob sigilo.
Apesar da intenção de abertura de capital, Guersola afirma que a rede "está gostando do mercado do jeito que está". "O estrangeiro chegará com muita capacidade de investimento e dificultará a concorrência", afirma o executivo.
A consolidação também é o objetivo do Grupo Saúde Bandeirantes, que afirma estar investindo para melhorar as diretrizes de governança, padronização de preços e qualidade.
Marcelo Medeiros, diretor-executivo do Grupo, afirma que a gestão hospitalar tem sido falha no país, o que tem levado pequenos hospitais à bancarrota. Isso vem abrindo novas oportunidades de aquisição.
O Grupo está em busca de novas unidades. Na semana passada, foi anunciado o investimento de R$ 54 milhões na construção de uma nova ala no Hospital Bandeirantes.
No ano passado, a rede inaugurou o hospital Leforte, na Zona Sul de São Paulo, cuja construção custou R$ 45 milhões à empresa.
A rede também não descarta a construção de novos hospitais, em vez da aquisição de unidades já prontas.
"Hoje é muito difícil encontrar hospitais que não estejam endividados. A utilização de mão-de-obra intensiva e o avanço de tecnologias não substitutivas levaram a maior parte deles a dívidas gigantescas", lembra Medeiros.
fonte: Valor Econômico
Roche monta estratégia da Bioimagene para o Brasil
Farmacêutica investe em tecnologia de diagnósticos e impulsiona área de oncologia
Na última semana de agosto a indústria farmacêutica suíça Roche
acertou a aquisição da americana Bioimagene, especializada em
telepatologia, diagnósticos digitais de tecidos humanos, técnica
utilizada para detectar doenças como o câncer. A conclusão do negócio estipulado em US$ 100 milhões é esperada para os próximos
dias. Há dois anos, a Roche adquiriu a também americana Ventana, produtora de equipamentos automáticos para estes mesmos exames, posicionandose assim como uma das principais fornecedoras globais de tecnologia para laboratórios de patologia. A equipe brasileira da Roche já traça os planos para a América Latina desta nova área de negócios da companhia. Liliana Perez, diretora da Roche Tissue Diagnostics, divisão
criada no ano passado para atuar no segmento, relata que existem
na América Latina um total de 250 laboratórios de patologia, sendo que 110 são brasileiros. ?A meta é instalar nossos equipamentos em aproximadamente 50% destes laboratórios até 2015?, diz a executiva. O universo apontado por Liliana corresponde a laboratórios que realizam
acima de dez exames diários. Mas a empresa terá que concorrer com a dinamarquesa Dako, que fornece equipamentos automatizados, e com a americanaAperio, de telepatologia. Liliana avalia que a Roche levará
vantagem por ser a única a disponibilizar as duas linhas de produto. Os equipamentos de automatização substituema tradicional biopsia realizada manualmente por patologistas em microscópios. A automatização é capaz de oferecer um diagnóstico em três horas, enquanto o resultado de umexame pelo sistema manual não chega ao paciente em menos de dois dias. O laboratório, porém, precisa fazer
um investimento de US$ 100 mil para automatizar seus processos.
Desde o ano passado, quando iniciou a comercialização destes equipamentos, a Roche fechou 14 contratos na América Latina, sendo dois no Brasil. A aquisição da Bioimagene permitirá à Roche oferecer uma
linha de equipamentos complementares, capazes de escanear o
diagnóstico e o transmitir eletronicamente ?Significa dizer que um diagnóstico realizado em qualquer canto pode ser analisado
imediatamente por especialistas nos principais centros de
conhecimento do mundo?, diz a executiva. Até hoje, a tecnologia
da Bioimagene só estava disponível nos Estados Unidos por um
preço próximo aos US$ 150 mil.A Roche ainda não definiu o valor
de venda naAmérica Latina. ?
Diagnóstico viabiliza venda de medicamentos
Muito mais que a busca de resultados operacionais com a venda de tecnologia para exames de patologia, a aquisição da Bioimagene e da Ventana cumpre uma função estratégica na Roche, fortalecer e difundir no mundo a prática de exames apurados para a detecção do câncer. O
grupo farmacêutico tem na venda de medicamentos para oncologia
53% de sua receita global. O problema deste segmento de negócios é que envolve produtos caros que normalmente são financiados por governos ou planos privados de saúde. Segundo Fernando Loureiro,
diretor de acesso a mercados e políticas públicas da Roche, o diagnóstico preciso do câncer permite a recomendação adequada do medicamento que fará o efeito desejado. Sem isso, a chance de sucesso é de apenas 30% . ?Se criamos as condições para tornar mais efetivo o uso de nossos medicamentos, seu custo passa a ser mais palatável para
os financiadores e melhora a qualidade de vida do usuário?, diz .
A mesma lógica já é empregada pela Roche em outros segmentos
de mercado. A empresa atua há mais de 70 anos na área de tecnologia e reagentes para diagnósticos de análise clínica. Apenas no Brasil, o negócio gerou um faturamento de R$ 408 milhões para a companhia no
ano passado, tornando-a uma das principais empresas do setor, que faturou R$ 1,2 bilhão no país, segundo a Câmara Brasileira de
Diagnóstico Laboratorial. D.Z.
?O diagnóstico correto permite a recomendação do medicamento adequado, o tratamento é mais efetivo e o custo do produto mais palatável para o financiador Fernando Loureiro, diretor de acesso a
mercado da Roche.
Fonte: Valor Econômico
Antidepressivo experimental da GSK falha em ensaio
O fármaco antidepressivo experimental da GlaxoSmithKline (GSK) e da Neurocrine Biosciences, o GSK561679, não conseguiu atingir as metas num ensaio de fase intermédia, anunciou a Neurocrine na terça-feira. As farmacêuticas planeiam reunir-se, após os dados clínicos estarem completos, para determinarem os próximos passos para o fármaco nesta indicação, avança o site FirstWord.
O ensaio randomizado de Fase II envolveu 150 pacientes que sofreram um episódio depressivo maior, que receberam diariamente o GSK561679 ou placebo. Após seis semanas, os dados mostraram nenhuma melhoria nas duas medidas distintas de depressão entre pacientes tratados com o fármaco experimental, em comparação com placebo.
Três ensaios clínicos separados estão em andamento para avaliar os efeitos do fármaco em pacientes com transtorno de stress pós-traumático, ansiedade e alcoolismo.
Fonte: ECC Pharma
Janssen-Cilag lança nova identidade corporativa
A Janssen-Cilag anunciou, em comunicado, o lançamento da nova identidade corporativa da companhia, a qual celebra a união, sob a mesma chancela institucional, de todas as companhias farmacêuticas do grupo Johnson & Johnson, agora sob uma mesma marca: Janssen.
“Nesta nova era, iniciamos a consolidação de uma rede global de empresas farmacêuticas do grupo Johnson & Johnson que operam em diversas áreas e que, juntas, vão constituir um laboratório mundial, dedicado ao desenvolvimento de medicamentos inovadores”, explica o comunicado.
Desde 10 de Setembro, a marca Janssen e a sua nova imagem corporativa serão comuns a todas as empresas farmacêuticas que integram o grupo Johnson & Johnson: Janssen-Cilag Farmacêutica, Tibotec-Virco Virology BVBA, Centocor B.V., Cougar Biothecnology Limited, Alza Cooporation, entre outras. Estas são empresas que se dedicam diariamente ao desenvolvimento de novas soluções de tratamento em áreas com lacunas terapêuticas não preenchidas, de elevado impacto na saúde da população, como a oncologia, imunologia, neurociências, infecciologia e doenças cardiovasculares e metabólicas.
“Uma identidade comum vai permitir uma maior colaboração entre companhias, a partilha de conhecimentos e descobertas e o desenvolvimento de ideias, produtos e serviços inovadores”, explica a companhia, em comunicado.
A nova identidade reflecte-se na adopção de um novo logótipo, inspirado na herança da Janssen-Cilag e no tradicional símbolo da rena, que foi actualizado de modo a representar também o compromisso do grupo com o futuro dos doentes.
A Janssen-Cilag, agora apenas Janssen, está há mais de 60 anos associada ao desenvolvimento de medicamentos inovadores, tendo contribuído para a descoberta de mais de 80 novas moléculas.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
GERMED investe em pesquisa e novos produtos
Emancipada no ano passado por sua controladora - a EMS, maior grupo farmacêutico nacional, do empresário Carlos Eduardo Sanchez -, a Germed Pharma está mostrando que o voo solo lhe está fazendo bem. Criada em 2004 como uma linha de produtos da empresa mãe, a Germed faturou R$ 193 milhões em 2009. E já é o terceiro maior laboratório nacional em vendas de medicamentos genéricos, atrás apenas da Medley e da própria EMS, e 25.º colocado no ranking do mercado farmacêutico brasileiro, de acordo com a consultoria IMS Health.
A expectativa é faturar R$ 400 milhões neste ano, embalada por lançamentos de novos medicamentos como a atovarstatina, genérico do Lípitor, da multinacional Pfizer, remédio de combate ao colesterol mais vendido do mundo, que chega ao mercado em outubro. Nesse caso, a Germed concorrerá diretamente com a EMS, primeira empresa a produzir a versão genérica. "Embora estejamos sob o mesmo guarda-chuva, somos independentes e competimos entre nós", afirma José Cosme dos Santos, presidente da Germed.
Entre os já lançados, um bom exemplo de como os produtos da Germed estão movimentando o mercado farmacêutico é o Lipiblock, medicamento de combate à obesidade, que compete com o Xenical, do Aché. Lançado em abril de 2009, o Lipiblock passou a ser vendido 35% mais barato do que o concorrente, a R$ 109 a caixa de 42 comprimidos, contra R$ 147 da rival. "Em pouco tempo, ampliamos o mercado total do medicamento de 22 mil caixas para 40 mil caixas por mês", diz dos Santos. Ameaçada, o Aché foi obrigado a reduzir o preço do Xenical e hoje a diferença de preço em relação ao Lipiblock não passa de 5%.
Outro nicho cobiçado em que a Germed obteve licença para atuar foi o de remédios contra a impotência masculina. Desde junho, o laboratório comercializa o citrato de sildenafila, princípio ativo do Viagra, da Pfizer. De lá para cá, com a entrada de novos concorrentes - a própria EMS, Eurofarma, Legrand, além da Germed - o preço do Viagra foi reduzido à metade. O original da Pfizer caiu de um preço médio de R$ 35 por cápsula para R$ 17, enquanto os genéricos são vendidos ao redor de R$ 10. "Para o consumidor, o importante é que medicamentos de qualidade se tornaram bem mais acessíveis", diz dos Santos.
A estratégia elaborada por dos Santos, executivo carioca que fez carreira na indústria farmacêutica e ocupou a vice-presidência da EMS de 2006 a 2008, é baseada no rápido crescimento da oferta de produtos. Hoje, o portfólio da Germed inclui mais de 140 medicamentos, vendidos em 250 apresentações. "Lançamos pelo menos dois novos produtos por mês", diz dos Santos. Para manter esse ritmo, a Germed está investindo 6% de seu faturamento (algo como R$ 24 milhões) na área de pesquisa e desenvolvimento, um índice elevado para os padrões das empresas brasileiras em geral. "Alcançamos uma expertise que nos habilita a fabricar qualquer medicamento do mercado", afirma dos Santos.
Fonte: Estadão
Amil adquire Saúde Excelsior por R$ 50 milhões
A Amil Participações informou que, através de sua controlada Amil Assistência Médica Internacional, firmou contrato para adquirir a Excelsior Med (Saúde Excelsior) pelo valor de R$ 50 milhões.
De acordo com a empresa, R$ 2 milhões serão pagos a título de sinal; 25% do valor após a aprovação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o saldo em oito parcelas trimestrais.
A Amil assumirá a responsabilidade por passivos e contingências da Saúde Excelsior até o limite de R$ 4 milhões.
O faturamento anualizado de 2010 da Saúde Excelsior corresponde a aproximadamente R$ 180 milhões. E a empresa conta com uma carteira com cerca de 132 mil beneficiários localizados no nordeste do Brasil.
"A efetivação desta operação está sujeita à aprovação da ANS. A companhia também submeterá a presente aquisição para análise do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (Cade)", explicou a Amil em nota.
Fonte: Brasil Econômico
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Obesidade custa US$ 215 bi ao ano à economia americana
A obesidade custa à economia americana pelo menos US$ 215 bilhões ao ano, seja em custos diretos como despesas médicas, seja em custos indiretos, como a perda de produtividade, revelou um estudo publicado esta terça-feira (14).
O informe da Brookings Institution, instituto de pesquisas de Washington, expôs que os custos médicos ligados à obesidade adulta excedem anualmente os dos adultos com boa saúde em US$ 147 bilhões.
No caso das crianças obesas, este custo excedente é de US$ 14,3 bilhões.
"Os custos médicos aumentaram enormemente ao longo da última década e podem continuar aumentando, talvez de forma importante, com o aumento da proporção de obesos" nos Estados Unidos, advertiram os pesquisadores, cujo estudo foi publicado na revista Diabetes, Metabolic Syndrom and Obesity: Targets and Therapy.
Além dos gastos diretamente vinculados, a obesidade gera custos em termos de perda de produtividade, absenteísmo e deficiências, mas também causa a morte prematura daqueles que sofrem dela, destaca o estudo.
"Os custos totais em termos de produtividade são provavelmente substanciais, chegando talvez aos US$ 66 bilhões anuais nos Estados Unidos", afirmam Ross Hammond e Ruth Levine, da divisão de estudos econômicos do Brookings Institution.
Os custos com transporte também poderiam ser afetados, devido por exemplo ao peso dos passageiros de companhias aéreas.
"O aumento da massa corporal entre os americanos significa mais combustível e, potencialmente, veículos maiores para transportar, a cada ano, a mesma quantidade de pessoas que se dirigem ao trabalho ou viajam", reforçaram os autores.
"Isto gera custos diretos (em forma de um consumo maior de combustível), mas também custos indiretos potenciais, em forma de emissões adicionais de gases de efeito estufa", destacou o relatório.
Fonte: Valor Econômico
Cellofarm aposta nas aquisições e licenças para crescer no Brasil
A farmacêutica Cellofarm, controlada pela companhia sul-africana Aspen Pharma, já traçou sua estratégia de crescimento no país. A empresa vai focar em aquisições, parcerias para desenvolver novos produtos e acordos de licenciamento de marcas consolidadas.
Com o foco voltado para a área hospitalar e varejo, na proporção 60% e 40%, respectivamente, a companhia investiu nos últimos meses cerca de R$ 60 milhões na aquisição de marcas, entre elas medicamentos fitoterápicos, que ajudaram a reforçar o faturamento da companhia no Brasil.
Das recentes aquisições, o calmante natural Calman, do laboratório Ativus, de Valinhos (SP), e o xarope expectorante Melxi, que pertencia à companhia pernambucana Hebron, abriram importante espaço para a farmacêutica sul-africana no país. A expectativa é de que o faturamento do grupo no país salte dos R$ 70 milhões em 2009 para cerca de R$ 200 milhões este ano, disse Alexandre França, diretor de comercial e de marketing da farmacêutica.
"O Brasil tem um enorme espaço para avançar na área fitoterápica [à base de plantas medicinais]. No país, do total de medicamentos, apenas 8% são fitoterápicos. Globalmente, esses volumes somam 18%. Só na Alemanha, por exemplo, 30% dos remédios são dessa categoria", disse o executivo.
A estratégia da Aspen Pharma é promover expansão nos países do Hemisfério Sul. Maior fabricante de medicamentos do continente africano, a empresa chegou ao Brasil em junho de 2008 depois de comprar 51% da Cellofarm, que desde 2002 estava nas mãos da indiana Strides Arcolet. Em junho do ano passado, a Aspen adquiriu, da companhia indiana, os 49% restantes da Cellofarm, que atua sobretudo com similares. O valor do negócio foi US$ 100 milhões. "A partir deste mês, o nome Cellofarm aqui no Brasil desaparece, cedendo espaço para Aspen Brasil", disse.
Com estruturas em vários países - África do Sul, Quênia, Tanzânia, Brasil, México e Alemanha - e receita de US$ 1,1 bilhão no ano passado e expectativa de atingir US$ 2 bilhões este ano, a Aspen fabrica genéricos e similares, os chamados OTCs (medicamentos vendidos fora do balcão) e também itens com marcas. Produz, por exemplo, medicamentos para a farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK) e outras multinacionais. A GSK é uma das acionistas da Aspen, com cerca de 9% de participação.
Em agosto, a empresa concluiu a compra da Sigma, indústria farmacêutica australiana, por por 900 milhões de dólares australianos (ou US$ 800 milhões), ampliando sua presença nos países do Hemisfério Sul. A australiana Sigma atua na produção e distribuição de medicamentos (genéricos, de marca e OTCs) e tem um faturamento de U$ 2,5 bilhões.
Com a conclusão desse mais novo negócio, a Aspen tende a reduzir ritmo do seu movimento de consolidação. "Mas isso não significa que ficaremos parados. No Brasil, vamos promover o crescimento por meio de aquisições, uma vez que o país posição estratégica na região", disse França.
Fonte: Valor Economico
Governo do Estado do RS analisa implantação de Organizações de Procura de Órgãos e Tecidos para Transplantes
O governo do Estado, por intermédio da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS), reuniu hoje (14/9) representantes de hospitais da rede gaúcha para avaliar e planejar as etapas do processo de implementação do Sistema Informatizado de Regulação do Rio Grande do Sul e o plano de implantação de seis Organizações de Procura de Órgãos e de Tecidos (OPOs). O encontro é realizado no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Borges de Medeiros, 1501), em Porto Alegre, e prossegue até as 18 horas.
Conforme o coordenador da Central de Transplantes, Eduardo Elsade, o encontro foi organizado para que a SES/RS fizesse uma prestação de contas do que já foi feito na área e apresentar projetos para os próximos meses. A diretora do Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial (DAHA), Aglaé Regina da Silva, reconhece a preocupação pelas perdas na área de transplantes, mas que o Estado trabalha na reorganização e na transparência do processo.
- A SES/RS está envolvida nessa missão e queremos recuperar espaços, disse.
A coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Rosana Reis Nothen, apresentou o Modelo Brasileiro para Doação de Órgãos e Tecidos. Disse que o Ministério da Saúde reconhece a importância do Estado pelo seu pioneirismo e capacidade na área. Lembrou que entre as premissas da lei do transplante está garantir a igualdade de acesso, o cumprimento dos preceitos legais, e a avaliação e controle dos resultados - este "talvez o ponto mais fraco do sistema". Entre os aspectos a considerar, reconheceu a extrema heterogeneidade dos estabelecimentos de saúde, no Brasil, quanto a sua natureza, vocação e capacidade de gestão e a necessidade de classificação dos hospitais por critérios objetivos que permitam auditorias. Reconheceu ainda que o financiamento na área da saúde é baixo em relação a outros países da América Latina.
Está prevista a implantação de seis OPOs no Estado - em Canoas, Passo Fundo, Rio Grande, Lajeado e duas em Porto Alegre. As OPOS são equipes médicas responsáveis pela vigilância dos casos de morte encefálica nas UTIs dos hospitais. A escolha das sedes considerou a distribuição geográfica e o número de internações em UTI e buscou abranger as maiores macrorregiões do Estado.
Presente em 70 hospitais sob gestão estadual, o Sistema Informatizado de Regulação permite o controle e agendamento de consultas e cirurgias, possibilita o acompanhamento em tempo real dos pacientes internados nas UTIs e controla as contratualizações com os hospitais, apresentando em tempo real seu histórico de produção.
vacina contra a esquistossomose – a primeira 100% brasileira
Após três décadas de estudos, Miriam Tendler consegue um acordo para produzir sua vacina contra a esquistossomose – a primeira 100% brasileira
Conseguir mais de uma hora na agenda dela é difícil. O fato de não tirar férias há cerca de dez anos dá uma ideia de quanto ela esteve ocupada nas últimas décadas. Mas o esforço valeu a pena. A doutora Miriam Tendler, de 61 anos, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), descobriu a vacina contra uma doença que afeta 74 países: a esquistossomose, conhecida popularmente como barriga-d’água. No ranking de doenças parasitárias que afetam mais pessoas em mais países, a doença só fica atrás da malária. Estima-se que haja 200 milhões de pessoas infectadas e outros 600 milhões sob o risco de contaminação. Por ano, são 200 mil mortes. A fasciolose hepática, a variação da doença que contamina rebanhos, leva a prejuízos de US$ 3 bilhões anuais para a indústria de alimentos, pela infecção de mais de 300 milhões de cabeças de gado.
A história da primeira vacina 100% brasileira – da descoberta à produção – começou há mais de 30 anos e é um exemplo de como a biologia molecular pode ajudar a saúde pública. As vacinas funcionam assim: um antígeno em doses inofensivas é posto em contato com o organismo humano, que produz anticorpos para se defender daquela doença e cria uma proteção para contágios futuros. Na maioria das vezes o antígeno é desconhecido. No caso da vacina contra a gripe, o vírus é injetado no organismo humano, mas não se sabe exatamente o que naquela vacina faz o corpo humano reagir. No caso dos vírus, que podem ser reproduzidos em larga escala em laboratório, isso inviabiliza a produção industrial das vacinas. Mas a esquistossomose é causada por vermes do gênero Schistosoma. Seria inviável cultivar esses vermes em larga escala para a produção industrial da vacina.
Por isso, o trabalho da equipe da doutora Miriam era descobrir e sintetizar o agente dentro do verme que provoca a reação de defesa no organismo. O resultado das 12 horas de trabalho diário veio em 1990, quando ela conseguiu clonar a proteína Sm14, um bom antígeno para a vacina.
Era um resultado fantástico. Mesmo assim, Miriam se diz surpresa com a visibilidade que ganhou. Mas os 15 anos de trabalho até aquela vitória eram só o começo. Rigorosa com seus métodos de pesquisa, Miriam iniciou ali os esforços para estabilizar a proteína, registrar patentes e testá-la em animais. Sem isso, a descoberta não cumpriria seu potencial de servir à sociedade.
Nos anos seguintes, Miriam se dedicou a melhorar o processo de produção do antígeno, para diminuir suas etapas e torná-la viável economicamente. Vinte anos depois, os testes em animais chegaram ao fim, e a vacina – em sua versão para o gado – finalmente vai começar a ser produzida pelo laboratório Ourofino, que comprou a empresa de fomento que detinha as patentes. A versão para humanos ainda vai demorar. Por contrato, a Ourofino se comprometeu a produzi-la assim que ela passar pelos humanos, que serão iniciados neste ano. A previsão é que ela esteja disponível em no máximo cinco anos.
Por que o gado veio na frente? Um dos problemas que a doutora Miriam teve de enfrentar é que a vacina contra esquistossomose não tem apelo comercial. Trata-se de um remédio para gente pobre. O maior mercado é a África, e isso já diz bastante sobre sua viabilidade econômica. Por sorte, havia a doença do gado. Como a molécula usada na vacina animal é a mesma, a humana avançou na carona. Havia concorrentes. Os franceses chegaram a desenvolver uma vacina contra a doença, mas ela só combate uma das sete espécies de verme que causam a esquistossomose. A Sm14 foi reconhecida pela OMS como o único candidato com capacidade para chegar ao mercado rapidamente.
A situação começou a mudar há alguns anos. “Trabalhar com doenças para países pobres virou um bom negócio em todo o mundo”, diz Miriam. “Ficou mais fácil captar recursos.” A Fundação Bill e Melinda Gates, do fundador da Microsoft, declarou no começo deste ano que esta seria a década das vacinas. A fundação doou US$ 10 bilhões para pesquisas na área. O laboratório de Miriam conseguiu cerca de R$ 18 milhões fora da Fiocruz, com agências de fomento à pesquisa e a Organização Mundial de Saúde.
“A produção científica brasileira é grande, mas dificilmente consegue chegar ao mercado”, afirma Miriam. Qual é o segredo dela, então? “Foco”, diz. Seus colegas se referem a ela como uma pessoa determinada. Miriam é filha de um judeu brasileiro e uma imigrante judia alemã, que veio para o Brasil fugindo do nazismo. “Acho que a cultura judaica de valorizar o estudo e o esforço me ajudou muito. Lá em casa, nunca faltavam livros.”
Durante a pesquisa, ela raramente tirou férias. Quando tirava, era só em “meio período”. Sempre dava um jeito de passar no laboratório de manhã para acompanhar o trabalho. Mãe de três filhos, dois gêmeos, sempre teve de equilibrar os papéis de mulher e cientista. Ela diz que o marido ajudava, mas às vezes precisou levar as crianças para o trabalho (numa época em que ainda não era proibido ter crianças dentro do laboratório). Atualmente está divorciada, e os filhos estão crescidos. De vez em quando, leva os dois netos – mas eles ficam no escritório, longe das pesquisas. Para fazer as unhas ou ir ao cabeleireiro, só em aeroportos, enquanto espera um voo internacional.
Ante a falta de estrutura no Brasil, ela certa vez carregou uma mala com seus materiais de trabalho, suas amostras, para o Marine Biological Laboratories, nos Estados Unidos. “Um trabalho assim é complicado, tem horas que parece que você avança muito e horas em que você empaca”, afirma. Para sair dos impasses, ela contou com uma rede de 13 colaboradores de países como Egito, Suíça e Suécia. Alguns são responsáveis por partes do processo, outros prestaram consultoria. “Tenho a oportunidade de conhecer e conviver com pessoas de todo o mundo”, diz.
O projeto sofreu com a cultura acadêmica brasileira, que avalia o pesquisador pelo número de artigos que publica e estimula o uso da pesquisa no ensino de alunos de doutorado e mestrado. A equipe enfrentou as críticas porque acreditava que o conhecimento produzido naquele laboratório deveria ser protegido. Para Miriam, a pesquisa se tornou uma missão. Tanto que ela nem queria fazer a foto que ilustra esta reportagem. Temia que pudesse dar azar.
Jornalista: Maurício Meireles - Época
Crestor® da AstraZeneca reduz risco de pneumonia
Os dados de um estudo apresentado segunda-feira na Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy sugerem que os doentes a tomar o Crestor® (rosuvastatina), da AstraZeneca, foram menos propensos a desenvolver pneumonia, noticia a agência Bloomberg.
“Estes resultados são consistentes com a hipótese de que a terapia com estatinas pode reduzir a pneumonia incidente", dizem os investigadores, apoiando a realização de um estudo mais aprofundado sobre a relação entre as estatinas e a doença pulmonar.
O estudo recentemente apresentado baseou-se numa análise dos dados do ensaio JUPITER, que envolveu 17.800 pacientes e tinha como objectivo de demonstrar se o Crestor® é mais eficaz que o placebo na redução do risco cardiovascular entre pessoas com colesterol normal. A análise revelou que 214 pacientes que tomaram a estatina desenvolveram pneumonia, comparado com 257 pacientes no grupo do placebo. Além disso, os pacientes que tomam Crestor® foram menos propensos a desenvolver fungos, tecidos moles ou infecções ginecológicas, de acordo com os dados.
O Crestor® gerou 4,5 mil milhões de dólares em receitas no ano passado.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
RS capacita profissionais para o diagnóstico precoce da hanseníase
Com o objetivo de sensibilizar para a importância do diagnóstico precoce da hanseníase, o Programa de Controle de Hanseníase do Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, realiza capacitações para profissionais da área da saúde. O RS tem baixa incidência da doença, com 1,7 caso a cada 100 mil habitantes, mas o diagnóstico geralmente é tardio, o que aumenta as chances de seqüelas.
Hanseníase tem cura e o tratamento é gratuito pelo SUS. Contudo, enquanto não tratado, o paciente pode contagiar os contatos mais próximos, se estes estiverem entre os 10% a 15% da população que são suscetíveis à doença. O estágio inicial são manchas dormentes, que não coçam e não dóem. Também se manifesta, muitas vezes, com sintomas parecidos com crises de reumatismo.
A próxima capacitação será para médicos, no dia 17 de setembro. Nos dias 7 e 8 de outubro, o PECH oferece uma Oficina de Prevenção em Incapacidades na Hanseníase, voltada para profissionais que tenham casos da doença em andamento, com prática no Ambulatório de Dermatologia Sanitária e visita ao Hospital Colônia Itapuã.
ALANAC rebate declarações de Drauzio Varella sobre fitoterápicos
Os fitoterápicos e plantas medicinais são hoje as classes de produtos que possuem maior potencialidade de crescimento no Brasil devido a sua biodiversidade que, associada a uma rica diversidade étnica e cultural que detém um valioso conhecimento tradicional associado ao uso de plantas medicinais, tem o potencial necessário para desenvolvimento de pesquisas com resultados em tecnologias e terapêuticas apropriadas.
O uso desses medicamentos pelo mundo é muito antigo e está cada vez maior, e como exemplo temos a Alemanha, cujo mercado de fitoterápicos é enorme. Cerca de 60% dos médicos alemães prescrevem fitoterápicos à população, produtos estes registrados no EMEA, órgão regulador europeu que tem as exigências mais rigorosas para o registro, semelhantes às brasileiras.
Sobre esse assunto, o coordenador técnico da ALANAC, Douglas Duarte é categórico: “Como podemos criticar a política alemã de medicamentos, uma vez que o poder aquisitivo da grande maioria da população é muito superior à dos brasileiros?”. Segundo ele, não existe esta imagem de que a fitoterapia é para pobres. É apenas uma terapia alternativa à alopatia sintética.
A questão do preconceito com relação aos fitoterápicos – por falta de informação, mas principalmente por má informação - ainda é um fator limitante para a utilização maciça pela população brasileira, pois a classe médica ainda tem algumas restrições ao uso desses medicamentos devido à complexidade de atuação destes produtos quando administrados.
Dizemos isso, fazendo referência à matéria “Ervas medicinais: os conselhos de Drauzio Varella” (http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI162899-15230,00.html), publicada na revista época e também, na série “É bom para quê?”, que estréia neste domingo, dia 29 de agosto, no Fantástico, que a Rede Globo exibe às 20h50, e que terá quatro episódios, gostaríamos de deixar registrada nossa discordância com relação às colocações do médico sobre os medicamentos fitoterápicos.
Quando chama a fitoterapia de “medicina extremamente popular”, Drauzio Varella ignora que as indicações terapêuticas permitidas pela ANVISA nos produtos fitoterápicos são oriundas de monografias de plantas e publicações científicas indexadas e ainda ensaios clínicos com as plantas estudadas e avaliadas pela ANVISA.
Ainda maior engano, comete quando diz que os “fitoterápicos são registrados na Anvisa como complemento alimentar. Ou seja: não passam pelo mesmo crivo de um medicamento”. Medicamentos fitoterápicos NÃO são registrados como complementos alimentares. Esta é uma política de registro utilizada pelo FDA (órgão dos EUA que regulam a área da saúde). No Brasil, os fitoterápicos são uma categoria de medicamentos, obedecendo todos os rigores regulamentados pela ANVISA, como os requisitos para registro, Boas Práticas de Fabricação e Controle, Farmacovigilância e demais requisitos, além da comprovação de segurança e eficácia, através da apresentação de estudos pré-clínicos e clínicos, de forma semelhante aos medicamentos químicos-sintéticos.
Para o membro do conselho da ALANAC, Josimar Henrique da Silva, Presidente da Hebron Farmacêutica, o médico Drauzio Varella não sabe o que diz: “Não sabe mesmo. Não sabe os rigores da ANVISA, bem mais rigorosa na aprovação de medicamentos que sua coirmã européia e a americana. Se soubesse disso, saberia que há registros de fitomedicamentos similares aos nossos na Europa e Estados Unidos, enquanto nós, brasileiros, não conseguimos esses registros no país, tampouco patenteá-los”, explica. “Para dar algum conhecimento a quem precisa de algum, a maioria dos estudos brasileiros com fitoterápicos, cumprindo todos os requisitos internacionais de pesquisa clínica, são colocados em um fila interminável de espera e exigências. Resta aos laboratórios, em parceria com centros de pesquisas, recorrerem à intermediação da justiça para fazerem o medicamento incluir-se em algum lugar de validade.”
Abaixo todos os tópicos levantados pelo médico Drauzio Varella, com as devidas correções feitas pelo departamento técnico da ALANAC.
Drauzio Varella – “Mais da metade dos medicamentos são derivados dos produtos naturais. A morfina e a aspirina são alguns exemplos. Ervas e chás são usados desde sempre. Galeno desenvolveu no século II uma poção que tinha mais de 70 ervas. Até carne de cobra tinha nessa poção. Era usada tudo o que você pode imaginar. Essa poção foi usada até o século XIX na Europa. Foram acrescentando outras coisas. Chegou a ter mais de cem plantas misturadas. Era uma panacéia. À medida que a química analítica foi se desenvolvendo, especialmente na Alemanha, eles começaram a procurar nessas plantas quais eram os princípios ativos. Da papoula, os alemães isolaram a morfina. De outra planta, isolaram a aspirina. Foi assim que a farmacologia se desenvolveu. Mas a tradição de usar chás sempre existiu. Todos nós temos na família um chá predileto. Uma coisa é dar um chá de camomila para criança. Isso é feito há séculos e a gente sabe que não faz mal nenhum. Ou chá de erva cidreira para acalmar, para dormir etc. Outra coisa é usar chás para tratar de doenças. Essa é uma medicina extremamente popular, mas é um problema”.
ALANAC: As indicações terapêuticas permitidas pela ANVISA nos produtos fitoterápicos são oriundas de monografias de plantas e publicações científicas indexadas e ainda ensaios clínicos com as plantas estudadas e avaliadas pela ANVISA.
ÉPOCA – O Ministério da Saúde elegeu oito plantas às quais se atribui alguma atividade e passou a distribuí-las no SUS. São elas: alcachofra, aroeira, cáscara sagrada, garra do diabo, guaco, isoflavona da soja e unha de gato. Isso é ruim?
Drauzio – “Que tipo de medicina o governo cria com uma medida como essa? Ele institui duas medicinas: a do rico e a do pobre. As pessoas que têm acesso ao atendimento de saúde vão a médicos e compram remédios em farmácia. O que o governo fez foi criar uma medicina para pobres baseada em plantas que não têm atividade demonstrada cientificamente. Quando dizem que determinada planta tem atividade isso significa que em tubo de ensaio ela demonstrou ter determinada ação. Mas isso não basta. Para ter ação comprovada em seres humanos, falta muita coisa. A demonstração científica da atuação dos fitoterápicos para chegar às possíveis indicações terapêuticas estão sendo estudadas no mundo todo. Mesma resposta do texto acima.”
ALANAC: O Dr. Drauzio afirma que a lista de oito plantas definidas pelo Ministério da Saúde e pela ANVISA não têm atividade demonstrada cientificamente, quando na verdade existe vasto material com estudos publicados que comprova a eficácia e segurança destas plantas no tratamento de doenças. Estas oito plantas fazem parte de uma lista maior composta por 36 plantas, na qual a ANVISA definiu o registro simplificado para estas 36 espécies vegetais para as quais é dispensada a comprovação de eficácia e segurança, considerando justamente a quantidade de estudos que já foi publicado sobre cada uma dessas espécies. Se o solicitante do registro seguir todos os parâmetros especificados na lista citada, que são: parte da planta, forma de uso, quantidade de marcador, indicações, via de administração, dose diária e restrições de uso, fica dispensada a apresentação de comprovação de eficácia e segurança no processo de registro.
Drauzio – “Nosso objetivo é mostrar que esses fitoterápicos têm de ser estudados. Têm de ser submetidos ao mesmo escrutínio ao qual os remédios comuns são submetidos. Essas coisas são jogadas para o público sem passar por estudo nenhum. Hoje vemos órgãos públicos distribuindo esses chás e fazendo o que chamam de Farmácias Vivas. Estivemos em várias delas. Em Belém, Imperatriz (no Maranhão) e em Goiânia. Essas Farmácias Vivas não são nada mais do que hortas. As plantas são cultivadas ali e distribuídas para a população sem o menor critério. Muitas vezes são indicadas por pessoas que não entendem nada de medicina. Outras vezes, são prescritas por médicos. Quem não prefere tomar um chá desses em vez de um comprimido ou injeção? Essas Farmácias Vivas estão no país inteiro. São estimuladas pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias estaduais.”
ALANAC: Os fitoterápicos devem continuar sendo estudados devido à complexidade de sua composição, mas isso não significa que hoje as empresas que os registram e comercializam não possuem informações sobre a segurança e eficácia destes produtos. A prescrição destas drogas deve ser realizada apenas por profissionais habilitados legalmente, que conhecem as indicações terapêuticas e diagnosticaram o paciente. Em raras ocasiões o uso de plantas medicinais pode substituir integralmente um tratamento medicamentoso, mas auxilia muito a diminuir a quantidade de medicamentos sintéticos utilizados em casos crônicos ou agudos, diminuindo também o número de eventos adversos.
As farmácias vivas são um Projeto de Governo abrangido pelo Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos que já é realidade em muitos estados da Federação, tanto é que;° a ANVISA colocou em Consulta Pública (n° 85/2010) recentemente proposta de norma de âmbito federal para estabelecer as regras de funcionamento e dispensação de plantas medicinais para a população.
As Farmácias Vivas têm sim no terreno ao lado (ou nas proximidades) uma horta de plantas medicinais, na qual a regra define que a dispensação ocorra somente mediante prescrição médica, quando for o caso, pois há espécies vegetais que são de venda livre, e isso está mantido pela Consulta Pública supra citada.
“ÉPOCA – Os riscos e os benefícios dessas oito plantas eleitas pelo Ministério da Saúde não foram suficientemente determinados?
Drauzio – Eles dizem que os riscos e os benefícios foram avaliados pelo uso tradicional. É para dar risada. A Anvisa dá uma relação dessas plantas e coloca qual é a alegação terapêutica. Apresentar a alegação terapêutica significa afirmar o seguinte “dizem que serve para tal coisa, mas ninguém comprovou”. É uma situação muito séria. Primeiro porque ninguém sabe de que forma essas plantas podem interagir com os remédios que a pessoa está tomando. Ninguém sabe o que pode acontecer. Outro problema grave é que as pessoas abandonam o tratamento convencional e ficam apenas com as ervas.”
ALANAC: Os riscos destas plantas podem ser estimados com muita segurança, baseados principalmente no fato de a maioria das substâncias ativas estarem presentes em concentrações muito abaixo dos limites de segurança estabelecidos por publicações indexadas. Desta forma, a chance de ocorrer uma intoxicação pelo uso de fitoterápicos é muito menor que com o uso de medicamentos sintéticos. O uso tradicional traz informações muito importantes quanto à eficácia, uma vez que o uso pela população por muitos anos sem que sejam identificados casos de intoxicação, e ainda reforçam as bases de eficácia, pois continuam sendo utilizados e recomendados pela população em geral.
O uso tradicional não só reforça a comprovação de eficácia, mas também constitui no melhor e mais seguro teste de eficácia que é soberano a qualquer pesquisa clínica de fase 03, pois são anos e anos de uso por uma população considerável de milhares a milhões de pessoas.
“ÉPOCA – A Organização Mundial da Saúde de certa forma incentiva o uso desses produtos naturais porque a maioria da população mundial não tem acesso à medicina. Nesse contexto, as ervas não têm um papel importante?
Drauzio – Acho que esse é o cerne da discussão. É um absurdo dizer “olha, já que vocês não têm acesso à medicina se contentem tomando chazinho”. Isso é enganar a população. É dar a impressão de que as pessoas estão sendo tratadas quando na verdade não estão. Antes de oferecer essas ervas aos pacientes, é preciso avaliar a ação delas com rigor científico. Por exemplo: como saber se um determinado chá traz algum benefício contra a gastrite? É preciso separar dois grupos de pacientes. Um deles toma uma droga conhecida, como o omeprazol. O outro toma omeprazol e mais um chá que vem num sachê junto com uma bula que explique direitinho quantos minutos aquilo tem de ficar na água etc. Aí é comparar os resultados obtidos nos dois grupos. Não existe estudo assim. E ninguém está disposto a fazer. Os defensores dessa chamada medicina natural querem que o mundo aceite que é desse jeito e acabou. Sem nenhum estudo e sem passar por todo processo de avaliação científica que os medicamentos passam para poder ter a ação demonstrada.”
ALANAC: O uso de fitoterápicos pelo mundo é muito antigo e está cada vez maior, e como exemplo temos a Alemanha, cujo mercado de fitoterápicos é enorme. Cerca de 60% dos médicos prescrevem fitoterápicos à população, produtos estes registrados no EMEA, órgão regulador europeu que tem as exigências mais rigorosas para o registro, semelhantes às brasileiras. Como podemos criticar a política alemã de medicamentos, uma vez que o poder aquisitivo da grande maioria da população é muito superior à dos brasileiros? Não existe esta imagem de que a fitoterapia é para pobres. É apenas uma terapia alternativa à alopatia sintética. A planta medicinal que pode ser usado em substituição ao omeprazol é a Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss.) que é indicada como coadjuvante no tratamento de gastrite e úlcera gastroduodenal, além de tratar dispepsias, na qual pela norma (Instrução Normativa 05/2008) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, a dispensação de Espinheira Santa é isenta de prescrição médica.
“ÉPOCA – O Ministério da Saúde errou ao adotar essa política?
Drauzio – Essa medida está totalmente errada. Isso não deveria ter sido feito de jeito nenhum. O que está por trás disso é uma questão política. Imagine se eu fosse o prefeito de uma pequena cidade do interior. Quanto custa um posto de saúde, médico, enfermagem, paramédicos etc? Custa caro. É muito mais barato fazer uma horta e mandar o médico receitar aquilo. E ainda inauguro o negócio com o nome de Farmácia Viva. Imagine só que nome mais inadequado. Fazer uma coisa dessa não custa quase nada. E os políticos adoram inaugurar essas hortas. Há centenas delas no Brasil.”
ALANAC: Este é um projeto de Governo que já é realidade em muitos estados da federação e que faz parte do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Ao contrário do que o Dr. Drauzio diz, as Farmácias Vivas são bem estruturadas, pois serão bem regulamentadas no que se refere às boas práticas de manipulação, equipamentos e procedimentos necessários, assim como o controle de qualidade, da matéria prima ao produto que será dispensado.
“ÉPOCA – Você vai criticar hábitos arraigados na cultura brasileira. Está preparado para enfrentar as críticas?
Drauzio – Todas as séries que fizemos no Fantástico foram séries que, de um modo geral, agradavam às pessoas. Falar sobre obesidade e hipertensão são coisas úteis. Todo mundo fica de acordo. Essa nova série vai ser diferente. Ela vai me criar roblema. Em geral, quem usa esse tipo de medicina (se é que podemos chamar isso de medicina) são pessoas ignorantes, crédulas e que acreditam em qualquer besteira que digam a elas. O que me desconcerta é ver pessoas muito cultas que também usam essas coisas.Tenho amigos que usam. Recomendam suco de berinjela para baixar o colesterol e outras bobagens. Toda hora ouvimos falar isso. Tenho um amigo que é seguramente a pessoa mais culta que eu conheço. Tem uma cultura absurda, mas acredita em todas essas idiotices. Às vezes as pessoas têm uma cultura gigantesca em outras áreas, mas em farmacologia são completamente ignorantes. Tão ignorantes quanto o coitado que não pôde aprender a ler e a escrever e credulamente vai atrás dessas coisas.”
ALANAC: A fitoterapia é uma ciência como as outras, com especialistas que dedicam seu tempo e em alguns casos a vida inteira para pesquisar e desenvolver estes produtos. Basta verificar nas Universidades públicas e privadas a quantidade de pesquisadores (Doutores, Pós-Doutores, Livre-Docentes e Titulares), especialistas em fitoterápicos e plantas medicinais, nas faculdades de farmácia. O programa Nacional da Política de Medicamentos Fitoterápicos tem a finalidade de implementar o uso seguro de fitoterápicos em nível nacional, considerando sempre o risco sanitário do uso destes produtos. Há um comitê instalado contando com a representação de diversos setores, inclusive membros da sociedade civil, que estão debatendo e apontando quais os caminhos a serem traçados para que o aumento da utilização de fitoterápicos gere uma demanda que fomente o desenvolvimento de novos produtos pelas empresas e universidades, para então alavancar o mercado.
“ÉPOCA – Além dos chazinhos, existem produtos fitoterápicos registrados pela Anvisa e vendidos nas farmácias. Esses também não são submetidos a estudos para comprovar eficácia e riscos?
Drauzio – Eles são registrados na Anvisa como complemento alimentar. Ou seja: não passam pelo mesmo crivo de um medicamento. Se eu tivesse autoridade para isso, mandaria recolher do mercado todos os fitoterápicos cuja eficácia não tenha sido demonstrada cientificamente.”
ALANAC: Medicamentos fitoterápicos NÃO são registrados como complementos alimentares. Esta é uma política de registro utilizada pelo FDA (órgão dos EUA que regulam a área da saúde). No Brasil, os fitoterápicos são uma categoria de medicamentos, obedecendo todos os rigores regulamentados pela ANVISA, como os requisitos para registro, Boas Práticas de Fabricação e Controle, Farmacovigilância e demais requisitos, além da comprovação de segurança e eficácia, através da apresentação de estudos pré-clínicos e clínicos, de forma semelhante aos medicamentos químicos-sintéticos.
“ÉPOCA – Imagino que muita gente vai dizer que você está defendendo os grandes laboratórios. Como vai responder a essa crítica?
Drauzio – Não tenho a menor dúvida de que esse tipo de comentário vai surgir. Minha resposta é simples. Não estamos fazendo defesa de nenhum medicamento. Não estamos beneficiando nenhum laboratório. Essa é uma questão filosófica. Enquanto a medicina era baseada em chazinhos, as pessoas viviam apenas 30 ou 40 anos. As pessoas falam tanto da medicina chinesa, não é? Elas justificam a eficácia da medicina chinesa dizendo que é milenar. Mas no início do século XIX os chineses (que contavam com essa medicina há muito tempo) morriam, em média, aos 30 anos. Quem provocou esse salto na qualidade e na duração da vida foi a medicina moderna: as vacinações, os antibióticos, o controle da pressão arterial, do diabetes etc. Na verdade, esse é um argumento ideológico recorrente. Dizem que é preciso dar chazinhos porque as multinacionais fazem remédios caros, que envenenam as pessoas etc. Criam uma teoria da conspiração. Todo mundo sabe que teoria da conspiração é uma coisa que pega.”
ALANAC: A pesquisa de medicamentos fitoterápicos por parte das grandes empresas não progride pois não há interesse comercial destas empresas (interesses estes normalmente definidos nas matrizes nos países de origem) no Brasil, pois é um mercado muito pequeno perto do faturamento global que estas empresas possuem.
“ÉPOCA – É possível conciliar o tratamento convencional com algum fitoterápico? Quando o paciente pergunta se pode fazer o tratamento e continuar tomando uns chazinhos ou umas cápsulas o que você responde?
Drauzio – A resposta certa é: eu não sei. Não sabemos se existem interações. Documentar interação entre medicamentos tradicionais (com dose fixa e tudo) já é difícil. Imagine um chá desses que tem dezenas ou centenas de substâncias. Como você pode garantir que não existe nenhum antagonismo? Esse é o primeiro ponto. Digo para os pacientes não perderem tempo com essas coisas. O segundo ponto é que a medicina não pode ser feita com drogas que temos que provar que fazem mal. Temos provar que fazem bem. Se não isso não tem fim. Não chegamos a lugar nenhum. É errado dizer que o fitoterápico, pelo menos, vai fazer bem psicologicamente, que vai produzir um efeito placebo etc. Isso é enganar as pessoas. É o mesmo que dizer: vou te dar uma coisa que não serve para nada, mas como você é boba vai achar que serve e vai ficar feliz.”
ALANAC: Reiteramos que o fitoterápico é sim um medicamento registrado na ANVISA sob regras técnicas e científicas amparadas no marco regulatório estabelecido pelas principais agências reguladoras, como EMEA, FDA e OMS. A Europa apresenta hoje o maior índice de utilização de medicamentos fitoterápicos no mundo, consumo este baseado principalmente na tradicionalidade e segurança que estes produtos apresentam ao serem usados durante décadas, por vezes séculos sem apresentar casos de intoxicação, e alta margem de eficácia. Não podemos ignorar o efeito placebo, mas certamente os fitoterápicos apresentam ação comprovada por diversos estudos científicos indexados.
“ÉPOCA – O que mais o surpreendeu durante a preparação da série?
Drauzio – Fiquei surpreso ao ver que o uso das ervas é feito sem nenhum controle e ainda é referendado por órgãos públicos, ligados ao Ministério da Saúde ou à Embrapa. Fiquei ainda mais surpreso com o discurso que existe por trás dessas coisas. Dizem que o uso das ervas tem fundamento científico. O fundamento científico é nenhum. Muitas vezes esse fundamento científico é uma tese de mestrado que alguém fez na faculdade de farmácia e que demonstrou que em determinada cultura de células ou em determinado animal uma fração daquele extrato tem alguma ação. Isso é apresentado como prova inequívoca da eficácia do extrato ou do chá. É um absurdo.”
ALANAC: Não é um absurdo, é apenas parte da evolução natural da pesquisa, como entre muitas e muitas áreas que começam a ser regulamentadas. Este início deve ocorrer em algum momento. Todas as ciências, inclusive a medicina, farmácia, odontologia e outras voltadas ao cuidado à saúde passam por marcos evolutivos, onde é necessária uma mudança de pensamentos e a quebra de alguns paradigmas através do incremento do rigor das regras, que passam a estimular e regular melhor o mercado. No caso das plantas utilizadas nas Farmácias Vivas, encontra-se vasto material com estudos que comprovam a segurança e eficácia para o tratamento de doenças e males, o uso destas plantas não está baseado em cima de uma simples dissertação de mestrado, equivoca-se o Dr. Drauzio .
“ÉPOCA – O que ouviu dos doentes?
Drauzio – Essa é a parte mais triste. Muitas pessoas param de se tratar porque acreditam nessas coisas. Encontrei uma senhora em Goiânia que descobriu um tumor de mama quando ele tinha 1,5 cm. Ficou tomando chás e fazendo tratamento com argila e quando foi operada o tumor já tinha dez centímetros. E ainda disseram para ela: “ainda bem que a senhora tomou as ervas, isso fez o tumor crescer devagar. Se não tivesse tomado, o tumor teria crescido mais depressa”.
ALANAC: A fitoterapia nunca foi divulgada, prescrita ou utilizada como meio definitivo para tratamento e cura de doenças e eventos médicos. A utilização extremista de fitoterápicos como a descrita acima é prejudicial, assim como seria prejudicial à utilização única e excessiva de qualquer outro tipo de produto ou mesmo alimentação, sem que sejam observados e acompanhados os dados clínicos do paciente.
“ÉPOCA – Muitas vezes esse outro explica o que o médico não teve paciência de explicar, não é mesmo?
Drauzio – Dá uma explicação estapafúrdia, mas aquilo adquire uma lógica para quem sofre. Em alguns lugares do SUS que tratam com fitoterápicos, a consulta dura 40 minutos. É um grande diferencial. É algo muito atrativo. Mas é um mundo totalmente absurdo. A preparação dos chás é muito variável. Por quanto tempo as folhas foram fervidas? O chá ficou na geladeira? Isso tudo altera a concentração da substância presente ali. Na Farmácia Viva lá de Belém tem uma plantinha chamada insulina. Usam para diabetes. Chega lá a pobre ignorante e dizem para ela não tomar a insulina que o médico receitou. Mandam tomar a plantinha.Tem outra plantinha chamada Novalgina.”
ALANAC: A prática ilegal da medicina deve ser fiscalizada pelos conselhos, e denunciada pela população quando necessário. Existem médicos que prescrevem fitoterápicos por conhecer os estudos clínicos e acreditar que a terapia indicada por ele terá efeito no quadro clínico do paciente. A ANVISA fiscaliza a colidência de nomes comerciais que possam causar confusão na dispensação ou prescrição, mas não há como interferir em alguns regionalismos como estes citados.
“Drauzio – Aí temos que testar cada fração para ver qual delas é a responsável pela atividade. Essa fração é que vai em frente. Vai ser testada em animais, depois em humanos etc. É tudo muito complexo. Não cabe às autoridades responsáveis pela saúde adotar métodos de tratamento que não têm eficácia demonstrada. As autoridades não podem criar uma medicina para rico e outra para pobre baseada em tratamentos baratinhos e sem ação. Vamos tentar mostrar como funciona o método científico. Como se prova que uma coisa é boa para a saúde ou não. Não podemos aceitar que as pessoas continuem sendo enganadas.”
ALANAC: O desenvolvimento destes fitoterápicos efetuado desta forma estão sendo feitos através de PPPs e outros meios de cooperação que consigam atingir os objetivos propostos, porém os processos citados acima são apenas algumas das possibilidades de comprovar a eficácia e segurança dos fitoterápicos.
Atuação da Associação
A ALANAC atua junto à ANVISA, discutindo todas as revisões da regulamentação que estão em curso, expondo as contribuições e dificuldades do setor industrial farmacêutico nacional, visando sempre garantir a segurança dos medicamentos fitoterápicos. Participamos também do Comitê Nacional de Fitoterápicos e Plantas Medicinais, onde participam onze Ministérios entre outros órgãos federais, representantes da sociedade civil e a academia, trabalhando para a implementação da Política Nacional de Fitoterápicos e Plantas Medicinais, que tem a finalidade de implementar o uso seguro de fitoterápicos em nível nacional, considerando sempre o risco sanitário do uso destes produtos. Esta política tem como objetivo difundir o uso destes produtos, principalmente através do SUS, oferecendo mais alternativas terapêuticas e incentivando a produção e pesquisa. Há um comitê instalado contando com a representação de diversos setores, inclusive membros da sociedade civil, que estão debatendo e apontando quais os caminhos a serem traçados para que o aumento da utilização de fitoterápicos gere uma demanda que fomente o desenvolvimento de novos produtos pelas empresas e universidades, para então alavancar o mercado.
Sobre a ALANAC
A ALANAC é a legítima representante dos laboratórios nacionais, e vem demonstrando a sua importância enfrentando desafios há mais de 25 anos, buscando demonstrar para a sociedade que a existência de uma indústria farmacêutica nacional forte e desenvolvida é fundamental para a soberania de um país.
Fonte: Alanac
Fármaco da J&J aumenta sobrevida em ensaio final no cancro da próstata
A Johnson & Johnson (J&J) anunciou que todos os pacientes que participaram num ensaio de fase final com o seu tratamento contra o cancro da próstata acetato de abiraterone vão receber o medicamento.
Uma análise preliminar, conduzida por um comité independente de monitorização dos dados, indicou que o composto demonstrou uma melhoria "significativa da sobrevida global" em pacientes com cancro da próstata avançado, em comparação com aqueles que receberam um placebo, avança o site FirstWord, citado pelo POP - Portal de Oncologia Português.
O estudo COU-AA-301 envolveu 1195 pacientes com cancro da próstata metastático avançado, cuja doença progrediu após tratamento com um ou dois regimes de quimioterapia. Os indivíduos receberam aleatoriamente acetato de abiraterone mais prednisona, ou placebo mais prednisone.
A comissão disse que o fármaco mostrou um perfil de segurança aceitável e recomendou que aos pacientes que receberam um placebo fosse oferecido o tratamento com o medicamento da J&J. Dados do estudo serão apresentados no próximo mês na reunião da ESMO (European Society for Medical Oncology).
A Johnson & Johnson observou que "está a avaliar a estratégia de submissão" do acetato de abiraterone com base nos resultados de avaliação, e que vai tornar o fármaco, que está licenciado no BTG, disponível para certos doentes no âmbito de um programa de acesso antecipado que começará em Outubro.
Roche: condição de aprovação do Avastin® retirada no Japão
A Chugai Pharmaceutical Co., Ltd. anunciou na passada quarta-feira que recebeu uma notificação do Ministério da Saúde, Trabalho e Previdência Social (MHLW) japonês de que a condição para aprovação (vigilância de todos os pacientes) foi removida para o anticorpo monoclonal humanizado anti-VEGF Avastin® (infusão intravenosa 100mg/4mL ou 400mg/16mL), para o tratamento de pacientes com “cancro colo-rectal avançado ou refractário que não é candidato para operação curativa”, segundo comunicado de imprensa, citado pelo POP - Portal de Oncologia Português.
O Avastin® é comercializado para o tratamento do "cancro colo-rectal avançado ou refractário que não é candidato para operação curativa" e do "cancro do pulmão de não-pequenas células não-escamosas avançado (CPNPC), inoperável ou recorrente."
O Avastin® foi aprovado originalmente para o "cancro colo-rectal avançado ou refractário, que não é candidato para operação curativa", em 2007. Como parte das condições de aprovação do MHLW, uma vigilância de pós-comercialização extensiva foi realizada a fim de obter informações de segurança num grande estudo observacional.
A condição inicial para aprovação alegava que "por causa de um número muito limitado de assuntos tratados nos ensaios clínicos nacionais, a vigilância de pós-comercialização de todos os pacientes que receberam o Avastin® após o seu lançamento deve ser realizada até que os dados de um certo número de pacientes sejam acumulados, a fim de identificar os antecedentes dos pacientes, recolher os dados de eficácia e segurança e tomar as medidas necessárias para a correcta utilização do Avastin®."
Os dados de segurança e eficácia de 2699 pacientes com cancro "colo-rectal avançado ou refractário que não são candidatos para operação curativa" foram apresentados ao MHLW como resultado da análise global de vigilância.
Com base nos resultados, foi determinado que a vigilância de pós-comercialização, que foi condição para a aprovação do Avastin®, foi conduzida de forma adequada e as medidas necessárias para a utilização adequada do medicamento já estão em vigor e, portanto, não é necessário prosseguir com a vigilância.
Não são necessárias condições para a aprovação do Avastin® no CPNPC avançado ou recorrente.
A Chugai, enquanto companhia farmacêutica líder em Oncologia, vai continuar a fornecer serviços inovadores, produtos farmacêuticos úteis e informações para "a realização de cuidados oncológicos que trazem esperança aos pacientes para enfrentarem o cancro", e vai continuar a fazer esforços para fornecer informações sobre o uso correcto dos produtos, ao mesmo tempo que dá a máxima prioridade à segurança dos pacientes.
Genzyme vende unidade de genética à LabCorp por US$925 milhões
A empresa norte-americana de biotecnologia Genzyme firmou acordo para vender sua unidade de testes genéticos para a holding Laboratory Corp of America por 925 milhões de dólares em dinheiro.
A Genzyme, que recentemente recusou uma oferta de aquisição da farmacêutica francesa Sanofi-Aventis, afirmou que seu plano de vender duas outras unidades --produtos diagnósticos e intermediários farmacêuticos-- continua em andamento e que os recursos podem ser utilizado para financiar a segunda parte do programa de 2 bilhões de dólares em recompra de ações.
Em outro comunicado, a LabCorp informou que o negócio tem custo de caixa líquido de 795 milhões de dólares.
A LabCorp comprará a unidade completa, chamada Genzyme Genetics, incluindo todos serviços de testes, tecnologia, direitos de propriedade intelectual e laboratórios.
A companhia também se comprometeu a oferecer empregos aos cerca de 1.900 funcionários da unidade adquirida. A Genzyme Genetics teve receita de 371 milhões de dólares em 2009.
Fonte: Exame
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