sexta-feira, 17 de setembro de 2010

L’Oréal pretende dobrar sua presença no mercado local


O francês François-Xavier Fenart, presidente da L'Oréal Brasil, nem cogita deixar vaga a sala de onde dirige, há seis anos, a subsidiária brasileira do maior conglomerado de beleza do mundo.

Pelo contrário, sua meta é permanecer no cargo por, pelo menos, mais uma década e fazer com que, até 2020, metade da população brasileira passe a consumir regularmente os produtos da L'Oréal.

A companhia, que faturou R$ 1,36 bilhão no ano passado e deve avançar dois dígitos neste ano, está estruturada em quatro grandes divisões: produtos profissionais (tintas, xampus, cremes e tratamentos capilares para cabeleireiros), cosmética ativa (à venda somente em farmácias e geralmente recomendada por dermatologistas), produtos de luxo (perfume, creme e maquiagem) e produtos de grande público (vendidos em supermercado, drogaria e perfumaria).

Atualmente, 25% dos habitantes do país usam de xampus a cremes faciais e de pílulas de beleza a maquiagens da L'Oréal, um universo de aproximadamente 50 milhões de pessoas.

As marcas debaixo do guarda-chuva da gigante francesa são muitas, como Colorama, Garnier, Elsève, Lancôme, La Roche Posay, Kiehl´s, Vichy e mesmo The Body Shop (que poderá desembarcar no Brasil no futuro).

Potencial

"O Brasil é o terceiro maior mercado de cosméticos do mundo (atrás de Japão e dos Estados Unidos), mas é o sétimo da L'Oréal, de um total de 130 países. Isso demonstra que ainda temos muito o que crescer aqui", diz o presidente da companhia.

A grande preocupação é dobrar o número de consumidores a partir da "exploração de novas categorias", como de desodorantes e protetores solares, e também o desenvolvimento frequente de produtos específicos para as brasileiras.

Ofertar preços mais acessíveis também é uma das metas do executivo.

Fenart planeja obter um crescimento forte e acelerado nos próximos anos, o que demandará investimentos, não revelados, em inovação e uma possível expansão das duas fábricas brasileiras, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Uma terceira unidade industrial foi totalmente descartada.

Nem o mercado nordestino, maior consumidor brasileiro de cremes para pentear, demandará a construção de uma nova unidade. "Temos grande capacidade de expansão em nossas fábricas."

Aquisições também não estão previstas, garante o executivo. A última compra no Brasil ocorreu em 2001, quando arrematou a Colorama, cuja unidade e linhas de produtos foram reformuladas.

Situada em São Paulo, a fábrica da Colorama é a maior do grupo no mundo para produtos capilares e esmaltes. "Este ano, seu volume de produção cresceu 30%", diz Fenart. Só de esmaltes serão 100 milhões de unidades produzidas.

Desempenho

No primeiro semestre, a L'Oréal Brasil teve um crescimento forte, puxado por vários lançamentos. Registrou um salto de 23,7% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado e deve fechar o acumulado do ano em, pelo menos, 10%.

Cético em fazer previsões, Fenart espera um desempenho satisfatório no ano, por conta da estratégia de trazer inovações constantes.

Com um faturamento de € 17,5 bilhões no ano passado, os resultados globais do primeiro semestre mostram que a empresa avançou 6,3% graças ao boom de países como os Estados Unidos e aos novos mercados como China, Brasil, Rússia, Índia e Indonésia.

Fonte: Brasil Econômico