sábado, 12 de março de 2011

Nycomed quer ampliar vendas no Brasil


A farmacêutica Nycomed, com sede na Suíça, está decidida a aumentar a sua participação nos mercados emergentes, especialmente no Brasil. Nos três últimos meses, a empresa recrutou e treinou mais 130 funcionários no país, para expandir as vendas dos seus medicamentos para hospitais e clínicos gerais. “Actualmente somos o segundo mercado da Nycomed no mundo, atrás da Rússia, e queremos ser o primeiro”, afirma Luiz Eduardo Violland, principal executivo do grupo no país, citado pelo Brasil Econômico.

Com uma participação de 2% no segmento farmacêutico brasileiro, a empresa planeia crescer, em média, 15% ao ano até dobrar de tamanho, com uma estratégia focada na expansão de vendas nos hospitais e clínicas gerais e no lançamento de novos produtos.

Não está descartada a aquisição de laboratórios nacionais ou mesmo de marcas, intenção anunciada no ano passado mas ainda não concretizada. A empresa dispõe de cerca de 300 milhões de dólares para a compra, mas considera que o mercado está inflacionado e as negociações em andamento foram interrompidas. No entanto, “se surgir um bom negócio que dê retorno, esse investimento pode voltar a ocorrer”, admite Violland.

Expansão em vários países

O grupo acaba de adquirir os Laboratórios Farmacol, da Colômbia, que operam nas áreas de gastroenterologia, ginecologia e doenças respiratórias com fármacos próprios. E, no ano passado, deu sinal de que pretende crescer na China com a aquisição de 51,3% da Guandong Techpool, empresa local.

No Brasil, as áreas de maior foco são a gastroenterologia, doenças respiratórias e dor. Actualmente, a divisão de OTC representa 40% das receitas da companhia. A área de medicamentos sob prescrição tem 50% e a área hospitalar 10%.

Esta proporção pode mudar, segundo prevê Giles Platford, general manager da Nycomed, uma vez que a tendência geral é de crescimento da área hospitalar acima das outras. O primeiro produto desse segmento é o Tachosil®, usado em cirurgias de fígado, lançado no ano passado.

Outro objectivo da empresa é aumentar a participação no mercado de medicamentos para doenças respiratórias, com potencial na ordem dos 18 mil milhões de dólares. “O que somos em gastroenterologia hoje seremos em doenças respiratórias em cinco anos”, afirma Platford. O primeiro medicamento dessa linha, que acaba de receber autorização para comercialização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é o Daxas®, para a DPOC. A comercialização está prevista para o segundo trimestre deste ano.

Nycomed adquire a Farmacol na Colômbia


Nycomed, empresa farmacêutica global com sede na Suíça, confirmou a compra do laboratório colombiano Farmacol S.A. e anuncia planos para lançamento de produtos na região, avança o Portal Inteligemcia.com.

A compra apoia a estratégia de crescimento e acelera a expansão da Nycomed na América Latina, formando um grupo de países dentro da organização latino-americana, chamado Andina e composto pela Venezuela, Equador, Peru e Colômbia.

A Farmacol é uma empresa familiar, sediada em Bogotá desde 1969, e possui um sólido portefólio nas áreas de gastroenterologia, ginecologia e respiratória. Os principais produtos incluem o Espasmobil® (anti-espasmódico) e o Vasoton® (tratamento para varizes).

Actualmente, a Colômbia é o quinto maior mercado farmacêutico da região, com taxa de crescimento anual de cerca de 14%.

Nos próximos anos, o objectivo da Nycomed é expandir a sua actuação na área respiratória com o lançamento do Omnaris® e Daxas®, comercializados no mercado europeu, juntamente com Alevian Duo® e Tecta®, marcas regionais.

Johnson & Johnson entra em acordo com FDA sobre três fábricas


A Johnson & Johnson anunciou quinta-feira que finalizou os termos de um decreto de consentimento com a FDA (entidade que regula os medicamentos nos EUA) sobre três unidades de fabrico implicadas em problemas de produção, avança o site FirstWord.

Sob os termos do acordo, que está pendente de aprovação num tribunal federal, a unidade McNeil da Johnson & Johnson ficou proibida de fabricar ou distribuir medicamentos a partir de sua fábrica em Fort Washington, na Pensilvânia, até que a FDA permita que a fábrica reabra e um perito independente emita um certificado de conformidade. A subsidiária da Johnson & Johnson fechou a fábrica no ano passado após a retirada de vários medicamentos líquidos utilizados em produtos infantis.

A farmacêutica está autorizada a retomar as operações nas suas fábricas em Las Piedras, Porto Rico, e Lancaster, Pensilvânia, mas o decreto exige que a empresa "obedeça a um calendário rigoroso para por as suas instalações em conformidade" com as boas práticas de fabrico.

O acordo também prevê a destruição de todos os medicamentos fabricados desde Dezembro de 2009 nos três locais sob o controlo da unidade McNeil.

No caso de a empresa violar o decreto de autorização, a FDA disse que a farmacêutica poderia estar sujeita a multas de 15 mil dólares por dia e mais 15 mil dólares por cada violação da lei, até 10 milhões de dólares por ano.

Germed lança genérico rosuvastatina cálcica


O embate na indústria de medicamentos que opõe as farmacêuticas donas de patentes às fabricantes de genéricos tem novo desdobramento com a chegada às farmácias de um medicamento contra o colesterol. A rosuvastatina cálcica começa a ser vendida ao consumidor na versão genérica pela Germed Pharma. A molécula, do grupo das estatinas, é usada em tratamentos para o colesterol alto. A AstraZeneca, que produz o remédio da marca Crestor, em que está presente a rosuvastatina, deve entrar na Justiça para impedir a chegada da concorrente.

A empresa informa que "tem como prerrogativa adotar medidas para fazer valer o seu legítimo direito de exclusividade, amplamente garantido pelo sistema jurídico brasileiro, razão pela qual qualquer afronta a esse direito envolvendo a rosuvastatina será combatida". "Temos o produto registrado na Anvisa e aprovado. Será pelo menos 35% mais barato no genérico", diz José Cosme Santos, presidente da Germed. Cerca de 100 mil embalagens da rosuvastatina foram distribuídas a farmácias de todo o país pela empresa. "É uma estratégia para ganhar tempo. Enquanto há disputa na Justiça, atrasa a entrada da concorrência", diz Odnir Finotti, da Pró-Genéricos (associação do setor).

Além da Germed, até agora, outra companhia, a Torrent, já recebeu da Anvisa a liberação para comercializar o produto, nas formas similar e genérica, mas ainda não iniciou as vendas. A Pró-Genéricos estima que mais quatro empresas estejam com pedido na Anvisa. É regra da agência não divulgar a informação. Essa não será a primeira vez que a AstraZeneca tenta impedir a chegada de concorrentes ao mercado da rosuvastatina. Em outubro, a empresa obteve liminar que impedia a Torrent de fabricar e comercializar a droga. A liminar foi derrubada, mas o caso permanece na Justiça.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Preços de medicamentos devem subir até 6,01% a partir de 31 de março


Medicamentos com preços controlados pelo governo deverão sofrer um reajuste que varia de 3,54% a 6,01%, dependendo da categoria a que pertencem, a partir do dia 31 de março. Este será o maior percentual desde 2006. Os valores foram calculados a partir de resolução publicada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) no Diário Oficial, com normas para o aumento.

Os novos preços terão de ser mantidos até março de 2012. As regras valem para cerca de 20 mil itens do mercado farmacêutico, como antibióticos e remédios de uso contínuo. Medicamentos de alta concorrência no mercado, fitoterápicos e homeopáticos não estão sujeitos aos valores determinados pela CMED - seus preços podem variar de acordo com a determinação do fabricante.

A resolução publicada não define os percentuais do reajuste. Assinada dia 28 de fevereiro, ela apresenta o fator de produtividade que é levado em consideração para fazer o cálculo, ao lado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como IPCA de fevereiro foi divulgado dia 4, é possível saber a variação dos percentuais. Os valores oficiais deverão ser publicados numa nova resolução.

O cálculo de reajuste de remédios leva em conta uma série de fatores. O primeiro deles é o IPCA acumulado entre março de 2010 e fevereiro de 2011. Além disso, é observada a competitividade de determinado remédio no mercado, avaliada pelo nível de participação de genéricos nas vendas. Quanto maior a participação de genéricos nas vendas de cada segmento, maior o percentual de reajuste permitido. A composição do índice de reajuste observa também o ganho de produtividade. São fixadas três faixas de reajuste, que obedecem esse critério. Este ano, o aumento máximo ficará em 6,01%. O menor aumento será de 3,54%.

O reajuste, no entanto, não é imediato. Para poder aplicar o aumento, empresas produtoras de medicamentos deverão apresentar à CMED um relatório informando os reajustes que irão aplicar. O valor fixado pela CMED é o teto. Empresas podem, por isso, fixar preços menores.

Procurada, a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa não se manifestou sobre os valores de reajuste de medicamentos. As regras para aumento de remédios foram fixadas em 2003.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Indiana Biocon entra na disputa pelo bilionário mercado de insulina


A princípios da década de 70, Kiran Mazumbar-Shaw disse ao pai, mestre cervejeiro da United Breweries, da Índia (que ajudou a elaborar a cerveja Kingfisher) que queria usar seu diploma em zoologia para buscar uma carreira científica. Ele tentou convencê-la a cogitar, em vez disso, entrar no mundo da produção de cervejas. "Eu disse: 'Meu Deus, por que eu iria querer fazer cervejas?'", lembra-se. "Ele disse, 'Não olhe para a fermentação de cerveja como algo menor. Olhe como se fosse uma ciência'".

O conselho acabou se revelando acertado. Hoje, a empresa de enzimas de fermentação que Mazumdar-Shaw fundou em sua garagem em Bangalore em 1978, com 10 mil rupias indianas (na época, cerca de US$ 1,2 mil) cresceu e se tornou a Biocon, maior empresa de biotecnologia da Índia e maior produtora de insulina da Ásia. A Biocon prepara-se para intensificar a concorrência no mercado mundial de insulina, que movimenta US$ 14 bilhões e é dominado pela Novo Nordisk, Sanofi-Aventis e Eli Lilly. A demanda por insulina deverá aumentar 20% até 2015, com o número de diabéticos superando os 285 milhões no mundo, segundo a empresa de pesquisas de mercado RNCOS.

Em outubro, no maior acordo de fornecimento de remédios acertado até hoje na Índia, a Biocon e a Pfizer definiram que a empresa com sede em Bangalore produzirá insulina para o gigantesco laboratório farmacêutico americano, que abandonou o segmento há mais de três anos, após ter de contabilizar encargo de US$ 2,8 bilhões com sua insulina para inalação Exubera. A Biocon fornecerá quatro produtos genéricos de insulina para venda, de início, em países emergentes, como o Brasil e a própria Índia. Posteriormente, as empresas pretendem vender a insulina da Biocon em países desenvolvidos, incluindo os Estados Unidos. A Pfizer pagou US$ 200 milhões adiantados à Biocon e pagará mais US$ 150 milhões, sob condição de que a Biocon consiga passar por questões de regulamentação e desenvolvimento. "É o casamento perfeito", diz Ranjit Kapadia, vice-presidente de pesquisa institucional da HDFC Securities, em Mumbai. "O acordo abrirá muitas outras avenidas para a Biocon. A Pfizer consegue uma base de produção de baixo custo e eles precisam apenas comercializar os produtos", completa.

A Biocon busca uma pílula de insulina que permitiria aos diabéticos o consumo oral, sem necessidade de injeção
O lucro da Biocon no terceiro trimestre fiscal, encerrado em 31 de dezembro, aumentou 25% em relação ao mesmo período do exercício anterior, e somou US$ 22 milhões. As vendas cresceram 15%. As ações da empresa acumulavam valorização de 52% no ano passado. Até agora, os medicamentos mais vendidos da empresa eram as estatinas, para redução do colesterol. A Biocon também produz remédios para o coração e contra o câncer. A maior parte de sua receita vem dos genéricos. "A insulina se tornará sua maior geradora de receita após o acordo', diz o analista Siddhant Khandekar, da ICICI Direct.

A Biocon também tenta desenvolver uma pílula de insulina que permitiria aos diabéticos o consumo oral, sem necessidade de injeção. A empresa anunciou em janeiro, contudo, que a droga não havia passado em testes para controlar os níveis de açúcar no sangue.

Após o conselho do pai, Mazumdar-Shaw mudou-se para a Austrália em 1974 e matriculou-se no que agora é a University of Ballarat, para estudar a preparação de malte e fermentação. Ela era uma estudante improvável: não bebia álcool antes de ir para a Austrália e era a única mulher no curso. Mazumdar-Shaw formou-se em 1975 entre as primeiras da classe e tornou-se a primeira mulher mestre cervejeira da Índia. Ela conta que quando voltou para casa, as cervejarias não a contratavam por receio de que não poderia dar conta dos horários atípicos dos turnos de trabalho nem dos sindicatos, predominantemente masculinos. Teve de trabalhar como consultora das cervejarias, que não queriam contratá-la em tempo integral.

Mazumdar-Shaw conheceu, então, Leslie Auchincloss, fundador da produtora irlandesa de enzimas Biocon Biochemicals, que lhe propôs formar um empreendimento conjunto com sua firma para vender enzimas industriais a fabricantes de cervejas, alimentos e produtos têxteis na Índia. O trabalho consistia em criar micróbios em grandes tanques, sob condições estritas de pressão e temperatura - da mesma forma que se faz cerveja. "As enzimas são produzidas pela fermentação e a maioria dessas enzimas também é usada na indústria cervejeira", diz Mazumdar-Shaw.

Depois de incorporar a Biocon India em 1978, Mazumdar-Shaw usava sua garagem como escritório e um galpão de 3 mil metros quadrados nas proximidades como fábrica. No ano seguinte, a Biocon começou a exportar enzimas para os EUA e Europa. Em 1996, já fabricava medicamentos genéricos. Hoje, a Biocon emprega mais de 5,3 mil pessoas. Mazumdar-Shaw, de 57 anos, é a quarta mulher mais rica da Índia, com patrimônio líquido de US$ 900 milhões, segundo a revista "Forbes".

"Avaliamos várias empresas antes de concluir que a Biocon era a melhor parceira", diz David Simmons, presidente das áreas de mercados emergentes e produtos estabelecidos da Pfizer. "O envolvimento de Kiran nas negociações foi crucial."

Jornalista: Adi Narayan | Bloomberg Businessweek

segunda-feira, 7 de março de 2011

Ibuprofeno reduz risco de Parkinson em 27%


Os adultos que tomam regularmente o anti-inflamatório ibuprofeno têm 27% menos risco de desenvolver a doença de Parkinson, um problema que afecta 20 mil portugueses, revela um estudo americano, publicado na revista Neurology. No entanto, especialistas e associação de doentes mostram-se cautelosos quanto ao efeito prático desta descoberta, avança o Diário de Notícias.

“Trata-se de um artigo que vai precisar de ser confirmado com os resultados de outros trabalhos”, alerta o neurocirurgião Rui Vaz. O director do serviço de neurocirurgia do Hospital São João, no Porto, sublinha, em declarações ao DN, que o importante é não “ criar expectativas infundadas”.

Já o médico Alberto Ascherio, professor de epidemiologia e nutrição da Universidade de Harvard, nos EUA, e um dos autores do estudo mostra-se satisfeito com a possibilidade destes anti-inflamatórios não esteróides poderem reduz o risco de desenvolver Parkinson, uma demência incurável. “ Não há medicamentos para curar a doença de Parkinson, por isso a possibilidade do ibuprofeno, um medicamento relativamente não tóxico, poder ajudar a proteger contra essa doença é emocionante”, diz.

Os neurologistas acreditam que o ibuprofeno reduz a inflamação no cérebro que pode contribuir para o desenvolvimento da doença. No estudo foram analisados os dados médicos de 98 892 enfermeiras e de 97 305 homens, também profissionais de saúde.

Seis anos depois do início da pesquisa, 291 participantes desenvolveram Parkinson, enquanto que no grupo que tomou ibuprofeno, pelo menos duas vezes por semana, o risco de ter a doença caiu 27%. Uma descoberta que deixa a presidente da Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson apreensiva.

“É complicado falar de algo que pode prevenir a doença quando não se conhece a causa”, refere Helena Machado ao DN. Outros estudos já tinham mostrado um risco menor da doença em pessoas que tomam regularmente estes remédios.

GlaxoSmithKline termina aliança estratégica com Targacept


A GlaxoSmithKline (GSK) encerrou um acordo de aliança estratégica com a Targacept, com efeito a partir de Maio de 2011, avança o site FirstWord. A colaboração foi dissolvida porque a GSK está envolvida em "mudanças estratégicas significativas" no seu negócio de neurociências, avançou a Targacept.

As empresas entraram em acordo em Julho de 2007 com o objectivo de descobrir, desenvolver e comercializar novas terapêuticas para a dor, tabagismo, toxicodependência, obesidade e doença de Parkinson.

Na sequência da rescisão do contrato, no âmbito do qual a GSK pagou à Targacept aproximadamente 45 milhões de dólares em financiamento, a Targacept irá recuperar todos os direitos sobre os programas previamente incluídos na aliança.

MSD e Lycera em colaboraração para fármacos para doenças auto-imunes


A MSD entrou num acordo com a Lycera para desenvolver novos tratamentos para doenças auto-imunes, num negócio avaliado potencialmente em mais de 307 milhões de dólares, avança o site FirstWord.

Sob os termos do acordo, a Lycera receberá um pagamento inicial de 12 milhões de dólares em dinheiro, bem como financiamento para investigação e até 295 milhões de dólares em pagamentos por objectivos.

As companhias vão focar-se no desenvolvimento de candidatos a medicamentos para doenças auto-imunes, incluindo artrite reumatóide, psoríase, doença inflamatória intestinal e esclerose múltipla.

Segundo os termos do acordo, a MSD fica responsável pelo desenvolvimento clínico dos fármacos e detém os direitos mundiais de marketing e comercialização dos produtos resultantes da colaboração.

Pfizer completa aquisição da King Pharmaceuticals


A Pfizer anunciou que finalizou a aquisição da King Pharmaceuticals, no valor de 3,6 mil milhões de dólares, avança o site FirstWord.

Sob os termos do acordo, cada acção em circulação do conjunto de acções da empresa foi convertida no direito de receber 14,25 dólares.

Com esta aquisição, a Pfizer ganha acesso a diversos medicamentos e dispositivos produzidos pela empresa, que o CEO da Pfizer, Ian Read, consideram serem "complementares e alinhados com os negócios da Pfizer".

Setor de Farmácias tem atraido investidores que buscam consolidação


Nos últimos anos, o apetite do próprio BTG Pactual, de fundos de participações como Advent e GP Investimentos e de varejistas como Pão de Açúcar pelo setor de farmácias tem chamado a atenção dos investidores.

Por estar diretamente ligado ao consumo interno, transformou-se em grande oportunidade de negócio. Com o crescimento da renda e a perspectiva de envelhecimento da população brasileira, espera-se que o consumo de medicamentos no país cresça.


Além disso, as redes buscam diversificar receitas oferecendo diversos outros tipos de produtos. Segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias (Abrafarma), o desempenho do varejo de medicamentos no Brasil em 2010 apresentou crescimento de 16,9%. Já para os itens não medicamentos a alta foi de 20,9%.

Para analistas, no varejo o setor farmacêutico ainda está atrasado em termos de profissionalização e consolidação e, por isso, os investidores estão atentos a oportunidades. Resta saber quantos grupos conseguirão se manter no vivos no jogo.

No fim de 2010, a oferta inicial da Raia teve forte demanda e levou as ações a serem vendidas no topo da faixa de preço sugerida, o que não acontecia em uma abertura de capital desde a operação da Visanet, em 2009. A emissão do braço de farmácias do BTG, Brazil Pharma, se confirmada, chegará à bolsa como mais uma opção aos investidores de uma empresa que disputa a liderança no mercado.

Com as quatro redes que possui atualmente, e nada impede que faça novas associações até a abertura de capital, a Brazil Pharma tem 692 lojas e faturamento estimado em R$ 2,2 bilhões, próximo às outras grandes do setor.

No ranking da Abrafarma, a Drogaria São Paulo, que possui 350 lojas, figura como líder com receita de R$ 2,3 bilhões, considerando a venda anualizada do Drogão, recém-incorporado.

A Drogasil, veterana na bolsa brasileira, tem 338 estabelecimentos e fechou 2010 com receita líquida de R$ 2 bilhões.

A cearense Pague Menos, com 420 lojas pelo Brasil, faturou R$ 2,23 bilhões ano passado.

Conforme informou o Valor, a Pague Menos prepara oferta inicial de ações para este ano, possivelmente no segundo trimestre. E a Drogaria São Paulo planeja a operação para 2012.

Em 2010, as ações da Drogasil tiveram valorização de 47%. As da Raia saíram a R$ 24 na oferta inicial, em 26 de janeiro atingiram a máxima de R$ 27 e ontem fecharam a R$ 23,75, abaixo, portanto, da abertura de capital. A companhia ainda não apresentou o balanço de 2010.

Bayer Schering Pharma aposta no consumidor do interior do país


Para ser competitiva em um mercado cada vez mais consolidado e sob a constante ameaça dos genéricos, a Bayer Schering Pharma (BSP) vai direcionar seus investimentos no Brasil para a expansão geográfica e para lançamentos que fortaleçam suas marcas.

A divisão farmacêutica da multinacional alemã - com faturamento global de € 8 bilhões nos nove primeiros meses de 2010 - pretende voltar sua atenção para o interior do país. A estratégia de expansão ainda está sendo estruturada pela empresa, mas a ideia é estar mais próxima dos médicos - que, por sua vez, prescrevem os produtos ao consumidor final. "Notamos um fator de crescimento no Brasil, principalmente no interior, onde o potencial do mercado é maior do que o das capitais", afirmou o presidente da Bayer Brasil, Theo van der Loo, que comanda a subsidiária brasileira desde janeiro.

A inovação em produtos que já existem é outro foco da companhia alemã: a empresa tem lançado novas apresentações e indicações de suas marcas. Para este ano, a companhia pretende fazer cinco lançamentos. Dentre esses, está o Levitra ODT, contra disfunção erétil. Esse medicamento - que deve entrar no mercado brasileiro no segundo semestre - é uma extensão da linha, com nova apresentação e atuação sublingual. O anticoncepcional YAZ, por sua vez, é um exemplo de produto com nova indicação: a ideia é atrair também consumidoras para o combate da acne.

Os investimentos da matriz direcionados à pesquisa na unidade brasileira devem somar € 8 milhões em 2011, mais do que o dobro do desembolsado em 2010. Mas, os recursos destinados para o país têm um fundamento mais amplo. A área de farmácia da multinacional - que tem 20% dos negócios anuais globais originado nos mercados emergentes - colocou como meta estar entre as cinco maiores empresas do setor nesses países até 2015.

"Estamos mudando nosso foco para os emergentes. Na Alemanha, nossos negócios estão diminuindo. Aqui estamos contratando", afirmou o presidente mundial da empresa, Andreas Fibig, em visita recente a São Paulo. Segundo ele, o Brasil é o país que mais interessa à matriz dentro dos Brics, depois da China. A empresa tem uma fábrica no país, no bairro de Santo Amaro, localizado na zona sul da capital paulista.


Fonte: Valor Econômico