segunda-feira, 7 de março de 2011

Ibuprofeno reduz risco de Parkinson em 27%


Os adultos que tomam regularmente o anti-inflamatório ibuprofeno têm 27% menos risco de desenvolver a doença de Parkinson, um problema que afecta 20 mil portugueses, revela um estudo americano, publicado na revista Neurology. No entanto, especialistas e associação de doentes mostram-se cautelosos quanto ao efeito prático desta descoberta, avança o Diário de Notícias.

“Trata-se de um artigo que vai precisar de ser confirmado com os resultados de outros trabalhos”, alerta o neurocirurgião Rui Vaz. O director do serviço de neurocirurgia do Hospital São João, no Porto, sublinha, em declarações ao DN, que o importante é não “ criar expectativas infundadas”.

Já o médico Alberto Ascherio, professor de epidemiologia e nutrição da Universidade de Harvard, nos EUA, e um dos autores do estudo mostra-se satisfeito com a possibilidade destes anti-inflamatórios não esteróides poderem reduz o risco de desenvolver Parkinson, uma demência incurável. “ Não há medicamentos para curar a doença de Parkinson, por isso a possibilidade do ibuprofeno, um medicamento relativamente não tóxico, poder ajudar a proteger contra essa doença é emocionante”, diz.

Os neurologistas acreditam que o ibuprofeno reduz a inflamação no cérebro que pode contribuir para o desenvolvimento da doença. No estudo foram analisados os dados médicos de 98 892 enfermeiras e de 97 305 homens, também profissionais de saúde.

Seis anos depois do início da pesquisa, 291 participantes desenvolveram Parkinson, enquanto que no grupo que tomou ibuprofeno, pelo menos duas vezes por semana, o risco de ter a doença caiu 27%. Uma descoberta que deixa a presidente da Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson apreensiva.

“É complicado falar de algo que pode prevenir a doença quando não se conhece a causa”, refere Helena Machado ao DN. Outros estudos já tinham mostrado um risco menor da doença em pessoas que tomam regularmente estes remédios.