quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ação da Hypermarcas acumula baixa de 20%


As ações da Hypermarcas fecharam na sexta-feira na menor cotação desde novembro de 2009. Os papéis encerraram o pregão em baixa de 1,6%, a R$ 18,05, apesar de a empresa ter anunciado um programa de recompra de ações. Neste ano, os papéis acumulam queda de 20%, ante perda de 5,8% do Ibovespa, principal índice da bolsa.

No prazo de um ano, a empresa poderá recomprar até 10 milhões de ações, ou 5% dos papéis que estão em circulação no mercado. Esse tipo de iniciativa é interpretado pelos investidores como uma sinalização da companhia de que o preço de suas ações está sendo subavaliado no mercado.

A analista do Itaú BBA, Juliana Rozenbaum, afirma, em relatório, que uma leitura possivel é a de que, diante da queda recente dos papéis, a companhia avalia que neste momento as suas próprias ações são melhor negócio do que fechar novas aquisições. Procurada, a Hypermarcas não concedeu entrevista.

Alguns analistas afirmam que o papel sofre por conta do momento de fluxo estrangeiro negativo na bolsa, e o investidor internacional tem sido um grande comprador de Hypermarcas. O mercado também mostra temor de enfraquecimento das margens da companhia, em função da forte concorrência em produtos de higiene e limpeza. Mas há também fatores pontuais que pesam nas cotações.

"A queda se acentuou depois da compra da Mantecorp, que foi feita a um valor mais elevado em relação a aquisições anteriores", diz Iago Whately, analista da Fator Corretora.

A transação foi concretizada via emissão de ações e diluiu a participação dos acionistas. Além disso, os donos da Mantecorp receberam apenas parte do pagamento pelo negócio. Ainda têm em mãos cerca de 35 milhões de ações, que ficaram com restrição à venda por um prazo de 90 dias - que se encerra no fim de março. A expectativa de que eles possam vender os papéis também pressiona as cotações. "Apesar disso, a aquisição é positiva para o futuro da Hypermarcas", diz Whately.