quinta-feira, 14 de abril de 2011
MSD doou 6000 mil doses de vacina contra o HPV para estudo inédito no Brasil
O Hospital do Câncer de Barretos, Brasil, está a preparar a continuidade do estudo inédito sobre a vacinação preventiva contra o Papilomavírus Humano, o HPV. O programa está na segunda fase, onde serão vacinadas cerca de mil meninas dos 6º e 7º anos do ensino fundamental de 11 escolas estaduais da cidade. As alunas receberão a vacina quadrivalente contra o vírus, gratuitamente. Esta é a única vacina que protege contra os quatro tipos mais prevalentes do vírus dois deles são oncogénicos (16 e 18), ou seja, podem causar cancro, e os outros dois (6 e 11) são responsáveis por 90% dos casos de verrugas genitais, avança o portal ISaúde.
Antes de serem vacinadas, as meninas passam por um questionário e devem ter autorização prévia dos pais. A primeira dose ocorrerá em Abril e as próximas serão em Junho e Outubro.
O vírus HPV é transmitido, principalmente, através de relações sexuais e pode causar verrugas na região dos genitais e também cancro no colo do útero. Cerca de vinte mil mulheres brasileiras têm o diagnóstico da doença todos os anos.
A primeira fase começou em Setembro de 2010 com a aplicação da primeira dose em cerca de 600 alunas. Esta primeira etapa terminou em Março desse ano e contou com o trabalho da equipa do Hospital de Câncer de Barretos, dentro de oito colégios, seis particulares e dois municipais.
Realizada em parceria com as secretarias municipais de Saúde e de Educação de Barretos e a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, a campanha é feita por uma equipa do hospital dentro das escolas. A MSD, laboratório fabricante, doou 6000 mil doses da vacina para o hospital. Para a completa imunização são necessárias três e no Brasil, a vacina está aprovada pelo Ministério da Saúde para ser utilizada em mulheres de 9 a 26 anos.
A primeira fase da campanha foi realizada em estudantes de escolas municipais e particulares de Barretos com adesão superior a 85%.
O estudo clínico é o primeiro estritamente brasileiro relacionado à vacinação contra o HPV e visa apontar se o modelo da implementação da vacina nas escolas é eficaz.
Estima-se que em países onde a vacina é disponibilizada nos postos de saúde, a adesão das meninas e adolescentes fique entre 20% e 30%. Em projectos como na Austrália, onde a vacinação ocorre nas escolas e a vacina quadrivalente é disponibilizada na rede pública, a taxa é superior a 80%.