domingo, 29 de agosto de 2010
Governo rejeita proposta de residentes e greve deve continuar
O MEC (Ministério da Educação) informou, nesta sexta-feira (27), que não aceita a proposta de reajuste salarial feita pela ANMR (Associação Nacional de Médicos-Residentes). Em greve desde o dia 17, a categoria pediu ontem (26) reajuste da bolsa auxílio em 28,7% imediatamente e mais 10% a partir de setembro de 2011. Com a negativa do governo, a paralisação dos médicos-residentes deve continuar.
A comissão do governo que julgou a proposta salarial é formada por representantes dos ministérios da Saúde e da Educação e dos conselhos municipais e estaduais de Saúde. Como contraproposta, o governo reiterou a oferta de aumento de 20% a partir de janeiro de 2011, feita na semana passada.
De acordo com um ofício publicado pela comissão. essa porcentagem de 20% "reflete as possibilidades orçamentárias atuais de cada entidade envolvida no financiamento do sistema e [...] constitui uma quantia expressiva, tendo em vista a estabilidade da economia e os reajustes praticados em todos os demais setores”.
Na nota, o grupo manteve outras propostas, como a licença-paternidade de cinco dias e a elaboração de projeto de lei que garanta a ampliação do período de licença-maternidade de quatro para seis meses.
O MEC informou que novas negociações dependem do fim da greve, quando um grupo de trabalho deverá discutir formas de melhorar as condições de trabalho dos residentes e avaliar outras possibilidades de reajuste da bolsa auxílio. O grupo será composto por membros da Federação das Santas Casas, de médicos-residentes e da atual comissão governamental.
O presidente da ANMR, Nívio Moreira Júnior, criticou a atitude do governo e disse que a categoria pretende continuar com a greve.
- Tendo em vista que nós mostramos que estamos abertos ao diálogo, achamos que essa posição é uma forma de intransigência. Vou consultar os representantes dos Estados, mas, em princípio, a greve está mantida.
Moreira Júnior disse ainda que deve apresentar ao ministério até segunda-feira (30) um pedido formal de negociação.
Desde o dia 17, a greve tem a adesão de 19.800 médicos-residentes, segundo a associação. Além do reajuste na bolsa auxílio, de R$ 1.916,45 para R$ 2.658,11, a categoria reivindica a extensão do auxílio-moradia e auxílio-alimentação a todo o país – os benefícios são concedidos somente em Brasília –, o aumento da licença-maternidade da residente de quatro para seis meses, o adicional por insalubridade e o décimo-terceiro.
fonte: R7