terça-feira, 31 de agosto de 2010
Genzyme rejeita oferta e não deve negociar com a Sanofi
A farmacêutica francesa Sanofi-Aventis está fazendo o possível para persuadir os acionistas da sua concorrente americana Genzyme a aceitar negociar a venda da empresa, após fazer uma oferta inicial de US$ 69 por ação pela companhia.
Nesta segunda-feira (30), a Genzyme rejeitou a proposta, que totaliza cerca de US$ 18,5 bilhões, por considerá-la muito baixa, e acionistas asseguraram que apoiarão o Conselho de Administração caso a francesa busque fazer uma oferta hostil.
Executivos da Sanofi indicaram em entrevistas à imprensa que a companhia não pretende elevar significantemente sua oferta pela Genzyme, e sinalizaram que devem desistir se a empresa de biotecnologia recusar conversas.
Mas acionistas da Genzyme não se comoveram, e não devem aceitar qualquer valor abaixo de US$ 75 por ação, segundo a sinalização de 13 acionistas da companhia nesta segunda-feira.
Alguns afirmaram inclusive que, caso haja uma proposta, ela deve ser de pelo menos US$ 80 por ação para chamar sua atenção.
"Creio que, com o que estão oferecendo, a Sanofi conseguirá dos acionistas da Genzyme o mesmo que conseguiram de seu conselho", disse o vice-presidente de investimentos da Empire Asset Management, Michael Obuchowski, acrescentando que, caso a Sanofi faça uma oferta hostil, ele não aceitaria nada abaixo de US$ 80 por papel.
"Não é de partir o coração se não houver aquisição", disse Obuchowski. "Mas a 80 dólares por ação, faria sentido vender".
As ações da Genzyme, que é uma das maiores fabricantes do mundo de remédios para doenças genéticas raras, registraram alta de 3,39%, para US$ 69,91, no fechamento da sessão.
O presidente-executivo da Sanofi, Chris Viehbacher, minimizou expectativas de que a Genzyme receba outra proposta de compra nesta segunda-feira.
"O número de empresas no setor que têm US$ 18,5 bilhões em caixa para gastar com a Genzyme é bem limitado", disse Viehbacher em teleconferência com analistas nesta segunda-feira.
Até agora, não houve nenhuma contra-oferta à proposta da Sanofi pela Genzyme, mas isso não significa que nenhuma irá surgir, especialmente dada a presença indireta do ativista bilionário Carl Icahn no conselho da norte-americana.
Icahn tem um histórico de trazer novos personagens a uma disputa quando está envolvido na venda de uma companhia, mesmo quando não há expectativa de disputa.
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