Os pacientes com câncer podem sentir que criaturas alienígenas estão crescendo dentro de seus corpos, roubando-lhes a saúde e o vigor. Segundo um biólogo celular, elas estão corretas. Mas não são alienígenas que invadem seus corpos, e sim uma evolução de uma nova espécie de parasitas.
O biólogo Peter Duesberg argumenta que, ao contrário das crenças, o câncer não se desenvolve por mutações genéticas. Assim como os parasitas fazem, o câncer também necessita do hospedeiro para seu sustento.
Graças a essa relação parasita-hospedeiro, o câncer pode crescer o quanto ele quiser, para os locais que desejar. As células cancerosas não dependem de outras para sua sobrevivência, e desenvolvem padrões de cromossomos que são distintos dos hospedeiros humanos, de acordo com Peter Duesberg. Por isso, elas são consideradas novas espécies.
O biólogo diz que as teorias vigentes sobre a formação do câncer estão erradas. Em vez de partirem de mutações genéticas que estimulam as células a crescer em um ritmo acelerado, os tumores cancerígenos crescem a partir de interrupções de cromossomos inteiros.
Cromossomos contêm muitos genes, que copiados incorretamente, quebrados e omitidos, levam a dezenas de milhares de alterações genéticas. O resultado é uma célula com traços completamente novos, caracterizada como um novo fenótipo.
Tal teoria foi sugerida pela primeira vez em 1956 pelo biólogo evolucionista Julian Huxley, mas essa visão não é a que predomina nos dias de hoje.
Oncologistas e pesquisadores farmacêuticos estão estudando maneiras de encontrar e bloquear as mutações, com o objetivo de desligar o interruptor que acende a carcinogênese. Mas a terapia genética em grande parte não alcançou muitos resultados significativos.
Peter Duesberg diz que esses movimentos são equivocados. As mutações cromossômicas, chamadas de aneuploidia, são as causas que desestabilizam os padrões cromossômicos. Alguns dos cromossomos interrompidos são capazes de se dividir, semeando o câncer.
Duesberg diz que espera que a nova teoria estimule novos tipos de diagnósticos e tratamentos do câncer. Novos tratamentos poderiam ter como alvo as rupturas cromossômicas, ao invés de tentar, inutilmente, o desligamento dos genes. Testes cromossômicos poderiam encontrar a aneuploidia muito mais cedo, antes dos cromossomos danificados terem a chance de se dividir. [Gizmodo]