terça-feira, 28 de setembro de 2010

Viagra® diminui efeitos tóxicos da quimioterapia


A combinação da doxorrubicina, um poderoso fármaco oncológico, com o citrato de sildenafil (comercializado como Viagra®), aumenta a eficácia do primeiro medicamento no combate contra tumores de próstata, avança a Agência Fapesp. Além disso, a combinação ainda oferece um efeito adicional mais do que benéfico: a dupla de medicamentos protege o paciente contra eventuais danos ao coração.

A conclusão é de uma investigação realizada na Virgínia Commonwealth University (VCU), nos EUA.

Quimioterapia tóxica

A doxorrubicina é usada há mais de 40 anos em quimioterapia para tratar diversos tipos de cancro. Mas, apesar da eficácia clínica da droga, o seu uso está associado a danos ao coração, que muitas vezes são manifestados mesmo anos após o fim do tratamento, apontam os autores do estudo.

Por causa disso, diversos grupos de investigação têm procurado uma solução para proteger o sistema cardiovascular contra a toxicidade associada à doxorrubicina.

Num artigo que será publicado esta semana no site e em breve na edição online da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, o grupo de Rakesh Kukreja descreve o sildenafil como alternativa potencial para o problema.

Oxigénio reactivo

Os cientistas realizaram uma ampla variedade de experiências in vitro e in vivo (com ratinhos) e verificaram que a combinação das duas drogas aumentou significativamente a geração de oxigénio reactivo que dispara a apoptose (morte celular) em células de tumores de próstata. Também observaram que a mistura não atingiu células epiteliais normais e saudáveis no órgão.

"Acreditamos que o sildenafil pode ser um candidato excelente para protocolos de tratamento de cancro, com o potencial de aumentar a eficácia antitumoral ao mesmo tempo que protege o coração contra danos de curto e de longo prazo promovidos pela doxorrubicina", disse Kukreja.

Após o sucesso das experiências com animais, o grupo pretende iniciar em breve testes clínicos da combinação, para verificar a eficácia em humanos com cancro.

Fonte: RCC