segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Weleda pega carona na Droga Raia para ampliar presença
Famosa por conta de seus remédios e cosméticos naturais, a Weleda ainda não encontrou a receita certa para conquistar o mercado. A companhia desistiu de franquias e fechou parceria com o varejo.
Há cinco anos, a companhia pensava que a expansão dos negócios se daria pela franquia de farmácias de manipulação com sua marca.
Neste período, foram abertas apenas 14 lojas, sendo uma própria, concluindo-se que a estratégia não trouxe os resultados previstos.
Para tentar retomar o crescimento no país, a empresa agora se estrutura para uma parceria com varejistas.
A primeira delas foi fechada com a Droga Raia. Das 300 unidades que a rede de drogarias tem no Brasil, 100 delas passaram a conter um espaço Weleda.
"Queremos crescer 29% em cosméticos e 17% em medicamentos este ano", afirma Mara Pazzotti, diretora geral da marca no país.
A parceria tem sido um sucesso, segundo Marcelo Zagottis, diretor de vendas da Droga Raia. O executivo afirma que, em todas as lojas onde o espaço Weleda foi instalado, o crescimento de venda dos produtos foi de 70% a 80%.
Para atingir o público-alvo, os espaços Weleda são montados em lojas que atendem clientes de maior poder aquisitivo. "Sabemos que os produtos da Weleda têm um valor agregado e com isso, um custo mais alto.
Além disso, os consumidores da marca gostam de produtos naturais", afirma Zagottis.
Diversificação
Mas a Weleda não pretende se concentrar em uma única fórmula para crescer. O Brasil é o único país onde a empresa atua em que a receita de medicamentos é maior do que a dos cosméticos.
"Queremos reverter esse quadro. Nos últimos anos, atingimos um crescimento considerável em produtos de beleza", afirma Mara. Em 2006, essa linha teve uma alta de vendas de 27% na comparação anual. No ano passado, esse percentual subiu para 40%, diz.
Mara afirma que, só na Europa, o segmento de cosméticos naturais fatura anualmente € 2 bilhões. Além disso, a comparação entre o crescimento da área de cosméticos naturais e o de cosméticos tradicionais é animadora.
"Nos Estados Unidos, enquanto o mercado de produtos de beleza tradicionais apresenta alta de 3% a 4% ao ano, o de cosméticos naturais cresce cerca de 15%", diz Mara.
De acordo com dados da consultoria internacional Kline, apresentados pela Weleda, 80% das marcas nacionais não são de produtos naturais, mas apenas de inspiração natural.
"Com a moda é preferir produtos naturais, alguns fabricantes substituem uns poucos componentes sintéticos por naturais. Não dá para dizer que é 100% natural, porque boa parte da fórmula permanece igual", diz Mara.
Mercado em expansão
Mas a executiva afirma que ainda há muito espaço para crescer também com medicamentos no país. Para isso, a Weleda fará uma parceria com farmácias de manipulação em todo o território nacional.
"Atualmente, temos farmácias de manipulação com o selo Weleda, que podem manipular remédios com os nossos insumos, e vamos expandir esse projeto e selecionar um número maior de farmácias autorizadas", afirma Mara.
Hoje, a Weleda tem uma única fábrica no Brasil, que fica em São Paulo. De acordo com ela, há planos para abrir uma unidade fabril apenas para os produtos de beleza, que até agora são importados. "É um projeto a longo prazo, mas ele existe", diz Mara.
Fonte: Brasil Econômico