quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Grupo Bomi vai atender farmacêuticas
O grupo Bomi, operador logístico da área de saúde, vai investir R$ 15 milhões na construção de um armazém de 11 mil metros quadrados destinado à importação e distribuição de medicamentos e equipamentos de uso médico em Itajaí, Santa Catarina. O investimento é o primeiro de um programa de incentivos fiscais do governo estadual batizado de Polo Logístico da Saúde, lançado ontem, em Florianópolis. A partir de outubro, o terminal irá atender as companhias Nycomed Brasil, Mead Johnson Brasil e Roche Brasil.
O negócio é uma parceria entre a Bomi, que no Brasil é uma joint-venture do grupo italiano Bomi e da Luft Logistics, com a Multilog, empresa de logística com sede em Itajaí. A Bomi deve investir cerca de R$ 12 milhões e a Multilog os outros R$ 5 milhões para o terminal que ficará a 100 metros do armazém alfandegado da Multilog na cidade.
Segundo Fernando Luft, da Bomi, a expectativa é que o terminal movimente R$ 1,6 bilhão em mercadorias durante 2011. Hoje, a empresa já atende as operações da Siemens Health Care em Joinville, no Norte de Santa Catarina. A intenção, de acordo com Luft, é integrar as operações em Itajaí e manter a estrutura em Joinville como um backup. Santa Catarina passará a ser o único Estado em que a Bomi detém duas operações.
Em São Paulo, a Bomi possui um centro logístico de 72 mil m2, inaugurado em 2008. A empresa detém terminais no Rio de Janeiro e também em Goiás. Luft diz que a expectativa é atingir este ano faturamento de R$ 900 milhões, crescimento de 20% sobre os R$ 750 milhões de 2009. Segundo o empresário, um terço do faturamento provem das operações com medicamentos e produtos voltados para a saúde.
Luft conta que a estrutura de aeroportos de Santa Catarina vai facilitar a entrada dos produtos no país. "Os produtos de saúde tem alto valor agregado o que permite que sejam transportados por avião."
A Nycomed, conhecida no Brasil pela Neosaldina e Dramin, deve começar a operar em outubro com a Bomi em Santa Catarina. De acordo com Luiz Eduardo Violland, gerente-geral da Nycomed, a intenção é deslocar para o Estado toda a importação de produtos farmacêuticos e cirúrgicos. A partir da operação no Estado, a empresa vai abastecer os clientes em todo o Brasil, com exceção de São Paulo. Violland não descarta que a partir de Itajaí sejam exportados alguns produtos da empresa. A Nycomed tem projeto de expansão das operações no Brasil. Segundo o empresário, a intenção é crescer 15% ao ano até 2014. Em 2009, o faturamento foi de R$ 800 milhões.
A criação do polo logístico é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma indústria de pesquisa na área farmacêutica em Santa Catarina. O secretário de Estado do Planejamento, Vinícius Lummertz, diz que a intenção é diversificar a matriz econômica do Estado e permitir o desenvolvimento de pesquisas no setor de saúde. Em contrapartida a isenção de ICMS, que terá quatro faixas de acordo com o faturamento entre R$ 20 milhões e acima de R$ 250 milhões, as empresas terão de destinar 0,5% do faturamento à Fundação de Apoio à Pesquisa Científica de Santa Catarina (Fapesc) e 0,5% ao fundo social do Estado. A isenção de tributos deve ser, em média, de 3%.
Poderão instalar-se no polo operadoras de logística e empresas usuárias do setor de produtos de saúde. O governo estadual oferecerá crédito presumido na saída subsequente à importação de medicamentos e equipamentos. Para usufruir o benefício, as empresas deverão gerar no mínimo 100 empregos diretos.
Segundo o secretário da Fazenda, Cleverson Siewert, as empresas que atuam no setor e estão instaladas hoje no Estado faturam cerca de R$ 250 milhões.
fonte: Valor economico