segunda-feira, 25 de julho de 2011

Europa: Teste respiratório inédito mede resposta imunológica ao vírus H1N1


Um novo teste de respiração que mede a resposta imunológica ao vírus da gripe H1N1 pode ajudar a aliviar a escassez futura da vacina identificando as pessoas que já foram infectadas com o vírus da gripe. A afirmação é de investigadores do Institute of Physics, no Reino Unido. A abordagem funciona medindo as biomoléculas que se acumulam em resposta à estirpe de H1N1, avança o portal ISaúde.

Uma pesquisa anterior mostrou que mais de metade das pessoas vacinadas durante a pandemia de gripe suína 2009 em Glasgow, na Escócia, já estava infectada com o vírus da gripe, o que significa que foram vacinadas desnecessariamente. Os investigadores acreditam que padrões semelhantes foram encontrados em todo o Reino Unido.

Estas vacinas não teriam prejudicado as pessoas envolvidas; no entanto, as autoridades de saúde locais teriam sido afectadas conforme tentaram administrar a vacina de forma rápida e eficaz em ofertas limitadas. O teste de acção rápida e não-invasivo para o vírus poderia, portanto, ajudar a evitar vacinações desnecessárias e a definir prioridades para as pessoas que mais necessitam de imunização.

Os investigadores seleccionaram 11 indivíduos, dos quais nove receberam a vacina viva atenuada contra H1N1 e passaram pelo teste de respiração nos sete dias seguintes. O teste verificou o óxido nítrico exalado (NO) - uma biomolécula cuja produção foi previamente associada à gripe e infecção viral e que desempenha um papel benéfico na depuração viral.

Os resultados mostraram um pico nos níveis de NO em todos os participantes no terceiro dia após a vacinação. Não houve diferenças significativas nos níveis de NO em qualquer outro dia.

Dos outros 11 compostos examinados no estudo, apenas um, o isopreno, mostrou um nível elevado, novamente no terceiro dia. Aumento dos níveis de isopreno, composto produzido dentro do corpo e um dos principais constituintes do ar exalado, foi associado com o stress oxidativo nas vias aéreas.

Resultados anteriores mostram que o maior número e gravidade dos sintomas relacionados a uma infecção H1N1 ocorre no terceiro dia, sugerindo, junto com esta pesquisa, que é quando uma resposta imune é desencadeada no organismo.

Este estudo apresenta a primeira evidência directa de um possível teste para diagnosticar a gripe H1N1 usando a respiração, um conceito que já foi usado para diagnosticar e monitorar a asma, verificar se há rejeição de órgãos transplantados e para detectar câncer de pulmão e intoxicação alcoólica.

Se o teste respiratório for produzido em massa, os pesquisadores afirmam que o trabalho ainda terá de identificar outros compostos associados a uma resposta imune que foram apenas citados neste estudo, bem como identificar o mecanismo exacto subjacente ao aumento do NO exalado como resultado da vacina viva.