quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Roche estuda fazer pesquisa em oncologia no Brasil
Brasil e China foram, em 2010, os países que apresentaram os maiores crescimentos porcentuais em desempenho de vendas globais do grupo farmacêutico suíço Roche. Apesar da potência e do volume do mercado chinês, está no país líder da América Latina o melhor resultado quando se trata da comercialização de tecnologia de ponta para a indústria farmacêutica.
“O mercado brasileiro tem crescido muito em consumo e o próximo passo é crescer também em investimentos em pesquisa e desenvolvimento. O Brasil se destaca nesse sentido e não descartamos a possibilidade de colocar dinheiro no país para estudos relacionados, por exemplo, à medicina na área de oncologia”, afirma o presidente mundial, Severin Schwan.
É especialmente pelo fato de ter experiência na área de conhecimento genético que o Brasil tem demonstrado capacidade para receber esses investimentos, segundo o presidente da Roche Diagnóstica Brasil, Pedro Gonçalves. “O Brasil está mais próximo dos mercados de alta tecnologia, enquanto a China ainda se situa mais entre os emergentes. São demandas diferentes”, pontua.
No ano passado, a região denominada pela empresa como “internacional” (que inclui todos os países à exceção de Japão, Estados Unidos e Europa) foi a única com dois dígitos de crescimento na comparação com 2009, segundo a avaliação de resultados da empresa. De acordo com Schwan, foram China e Brasil que mais puxaram o desempenho da companhia positivamente.
Juntos, os países da área internacional representaram 26% das vendas do grupo, com crescimento de 11% na divisão farmacêutica e de 16% na divisão diagnóstica. No Japão, que concentra 10% das vendas globais, a alta foi de 3% em farmacêutica e 4% em diagnóstica. Na Europa, com 29% do resultado mundial, 2% em farmacêutica e 4% em diagnóstica. Nos Estados Unidos, onde a empresa tem o maior volume de comércio (35%), o crescimento foi de 4% e 5%, respectivamente.
Esse desempenho ocorreu porque, globalmente, a Roche foi bastante afetada pela reforma no sistema de saúde americano e pela redução das vendas de Tamiflu — medicamento bastante comercializado no período de pandemia da gripe suína—em relação a 2009, quando o surto da doença atingiu diversos países. A companhia estima em 1 bilhão de francos suíços (R$ 1,78 bilhão) o prejuízo decorrente da redução o mercado nos Estados Unidos, enquanto a queda nas vendas do Tamiflu foram de 2,3 bilhões de francos suíços (R$ 4,09 bilhões).
Assim, a Roche registrou redução de 3% nas vendas em 2010, em comparação com o ano anterior, totalizando 47,5 bilhões de francos suíços (R$ 84,48 bilhões). A variação cambial registrada ao longo de 2010 para o franco suíço — moeda na qual toda a movimentação financeira da companhia é calculada — não contribuiu para os resultados, já que, se fosse descontado o efeito do câmbio, o desempenho da companhia teria se equiparado ao registrado em 2009.
Jornalista: Claudia Bredarioli