quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
EMS terá fábrica para produção de antibióticos e hormônios em Brasília
O Governo do Distrito Federal (GDF) anunciou acordo no valor de R$ 150 milhões com a EMS Pharma, gigante farmacêutica. Segundo o GDF, o investimento da empresa é para montar uma filial da fábrica, com foco na produção de antibióticos e hormônios para exportação. No país, há outras duas sedes do laboratório, nas cidades de São Bernardo do Campo e de Hortolândia, em São Paulo.
A expectativa é de que a construção da sede em Brasília seja no Polo de Desenvolvimento Juscelino Kubitschek, embora o anúncio formal ainda não tenha sido feito. O local é o mesmo da União Química, também fabricante de medicamentos.
A EMS Pharma não confirmou oficialmente o investimento. De acordo com a empresa, o projeto ainda está em fase embrionária.
O GDF espera que a instalação da empresa crie 300 empregos diretos e 500 indiretos. Para o secretário de Ciência e Tecnologia, Gastão Ramos, que esteve reunido com representantes da EMS Pharma nesta semana, os benefícios da vinda desta indústria vão além da criação de empregos. “Há um profundo envolvimento dos laboratórios com a área de pesquisas. Portanto, podemos esperar novos investimentos no setor, nas escolas e nas universidades. Além disso, um percentual do faturamento será aplicado em projetos de capacitação de pessoas, no desenvolvimento e na inovação”, acredita.
Em nota, o governador Agnelo Queiroz atribuiu a vinda da fábrica ao aumento de credibilidade trazido pela própria gestão. “As empresas vão saber que aqui não serão mantidas aquelas velhas práticas que abalaram a nossa capital. Aqui, será um local bom para se investir, o que gerará benefícios para a nossa economia local.” Os incentivos oferecidos para que a nova empresa se instale na capital não foram divulgados pelo GDF.
CONCORRÊNCIA
Localizada a 160km de Brasília, Anápolis (GO) abriga o maior polo farmoquímico do Brasil. Na região foi criado um Distrito Agroindustrial na década de 70. Os investimentos em infraestrutura e a política de incentivo fiscal motivaram empresas de outros setores a levarem suas fábricas para a região. Hoje, os terrenos são subsidiados e uma fábrica que ocupe 300 mil m² paga apenas um quinto do valor pelo terreno.
A maioria das taxas municipais também é suspensa por até 5 anos. Além disso, o ICMS cobrado é de apenas 30% do total. Existem nesse distrito mais de 100 empresas que não trabalham apenas com fármacos. Há produção de barcos, fraldas descartáveis, ração animal, embalagens, entre outros.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Mozar Soares Filho, conta que há duas rodovias federais e duas linhas férreas para escoar a produção, além de um porto seco. “Nós já sofremos com falta de área para instalação de novas fábricas no distrito. Temos interesse em ampliá-lo. Além disso, estamos aguardando melhorias para o aeroporto de Anápolis, assim daremos vazão ao que é produzido aqui.”
Segundo ele, a instalação das empresas na região criou 12 mil empregos diretos, ampliou o mercado de alimentação, refrigeração e a construção civil. “Nós hoje somos uma ameaça para outros estados e é por isso que se reclama tanto sobre os incentivos que damos às empresas”, diz.
Fonte: Correio Braziliense