segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Desembolso para genérico deve dobrar
O valor do reembolso do governo para a indústria de genéricos deve dobrar com a gratuidade dos remédios para hipertensão e diabetes, segundo estimativa da Pró-Genéricos. De acordo com o presidente da associação, Odnir Finotti, dos R$ 300 milhões desembolsados ano passado pelo governo em subsídios para o Farmácia Popular, 50% foram para o setor de genéricos.
Finotti, no entanto, não sabe estimar em quanto tempo isso acontecerá. O programa, que ainda está no início, enfrenta o problema da expansão de suas unidades de distribuição, hoje concentradas nas regiões Sudeste e Sul. Das 65 mil farmácias existentes no Brasil, apenas 15 mil são credenciadas. Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, há espaço para expansão nas regiões Norte e Nordeste, embora ele considere a cobertura atual satisfatória, quando se considera a densidade demográfica dessas regiões.
Segundo Gadelha, a negociação entre a indústria e as farmácias para a garantia de preços não pode privilegiar Sul e Sudeste ou as grandes redes do país. “Vamos monitorar para que isso não aconteça”, diz o secretário. “Além das redes, existe o mercado de distribuidores de medicamentos, que pode facilitar a entrada das farmácias regionais no programa.”
Desconcentração O presidente da Federação Brasileira das Redes Associativas de Farmácias (Febrafar), Edson Tamascia, diz que, por enquanto, apenas 1,5 mil unidades das 4,5 mil que integram a associação participam do Farmácia Popular. E a razão não é apenas a condição de negociação. Muitas não são informatizadas, condição exigida pelo governo para que o estabelecimento entre no programa, já que a loja precisa de autorização online para distribuir os medicamentos. Segundo o secretário, o governo não descarta adotar subsídios para atender ao grupo. “Olhamos a área da saúde como uma possibilidade de desenvolvimento socioeconômico para as regiões do país”, conclui.
Jornalista: Ruy Barata Neto