segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Gestão de medicina preventiva atrai capital

O médico Leonardo Florêncio desenvolveu em seu mestrado uma metodologia própria de gestão de cuidados com a saúde e de medicina preventiva.

A ideia avançou e se tornou um conjunto de serviços hoje comercializados pela EprimeCare, empresa criada por ele em 2005, em Belo Horizonte.

Após faturar cerca de R$ 1 milhão no ano passado, o empreendedor sonha em levar seus produtos para outros países da América do Sul e crescer acima da média de 50% que marcou os últimos anos.

Para alcançar esse objetivo, ele conta com um novo sócio: o HorizonTI, fundo de investimento em empresas inovadoras gerido pela Confrapar, especializada em capital semente, que acaba de fazer um aporte na EprimeCare. O valor do negócio não é revelado.

A EprimeCare desenvolve metodologias e softwares que permitem a operadoras de planos de saúde estruturar modelos de promoção da saúde e prevenção de doenças. O objetivo é que, com isso, os custos por cliente sejam reduzidos.

"Com nosso sistema é possível, por exemplo, fazer um levantamento de pacientes do sexo feminino, na faixa de 40 a 65 anos, que não realizaram mamografia nos últimos 12 meses e nunca passaram por uma extirpação de mama ou uma quimioterapia. O resultado indicará mulheres que devem receber orientação para a realização do exame", exemplifica.

"Os custos do tratamento de um câncer em fase inicial são menores. Os riscos para o paciente também diminuem."

Segundo Florêncio, um programa de assistência domiciliar pode reduzir os custos médicos em 35% a 75%, dependendo do caso.

Gestão

Formado em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1999, Florêncio não se contentou em ter conhecimentos clínicos apenas e partiu em busca algo mais.

Foi durante uma especialização em higiene e saúde do trabalho que ele percebeu o impacto que a medicina preventiva tem sobre a saúde das pessoas. Depois, complementou sua formação com um mestrado e um MBA em gestão da saúde.

Após a graduação e ainda durante a residência, Florêncio se tornou trainee da CASS Consultoria, empresa de auditoria médica. Depois, ingressou no Hospital Vera Cruz, de Belo Horizonte, onde permaneceu por quatro anos. Lá, participou da criação de uma unidade de assistência domiciliar.

"Além do aumento da satisfação das famílias e dos pacientes, esse serviço promoveu melhorias na qualidade de vida dessa população e, para nossa surpresa, gerou uma redução de 70% nos custos assistenciais", diz.

Aliança

Ao ver o impacto positivo desse tipo de iniciativa, Florêncio percebeu que poderia expandir essa prática. Esse desejo se concretizou quando o empreendedor conheceu, durante o MBA, José Edson de Carvalho, ex-executivo de vendas da IBM que possuía uma empresa de tecnologia. Juntos, decidiram abrir a EprimeCare, aliando a metodologia de cuidados de saúde ao conhecimento técnico.

"No Vera Cruz percebi a importância da assistência domiciliar. Mas eu queria fazer mais. Isso me levou a sair de um emprego garantido, com carteira assinada. Não foi fácil. Meu sócio e eu tivemos de viajar muito para divulgar nosso método e nossa tecnologia", diz.