terça-feira, 3 de agosto de 2010

Eli Lilly corre contra o relógio para compensar perda de patentes


O presidente da Eli Lilly & Co., John Lechleiter, está diante do pesadelo de qualquer farmacêutica. A partir deste ano, ele vai perder, nos EUA, a proteção de patente para oito drogas num período de oito anos, o que abrirá caminho para que concorrentes genéricos corroam as vendas da Eli Lilly. Os remédios geram, atualmente, cerca de 3/4 da receita anual da farmacêutica.

Lechleiter, um veterano da Lilly que foi promovido à presidência em 2008, promete amortecer o impacto com a perda das patentes concentrando-se mais intensamente no desenvolvimento de remédios para doenças difíceis de tratar. Entre elas, mal de Alzheimer, câncer e diabetes.

Ao mesmo tempo, a Lilly está cortando custos para se preparar para a esperada baixa das vendas, depois do vencimento da patente do campeão de vendas Zyprexa, um antipsicótico que perde a proteção em outubro de 2011. No ano passado, a empresa anunciou planos de dispensar 5.500 funcionários até o fim do ano que vem.

No entanto, Lechleiter evitou ir atrás de uma grande fusão, como fizeram alguns de seus concorrentes. O executivo explicou que não viu nenhuma evidência de que grandes empresas combinadas possam ser mais inovadoras do que a Eli Lilly, que atualmente está gastando entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões por ano em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento).

“Espero que reforcemos nossa capacidade de trabalho na área da medicina de diagnóstico, embora não tenha planos de adquirir uma empresa de diagnóstico. Acho que podemos fazer esse trabalho com parceiros externos”, complementou. Lechleiter informou também que 65 drogas experimentais estão em algum estágio de desenvolvimento clínico. Entre elas, ele espera que estejam duas alternativas distintas para se tratar o mal de Alzheimer.


Fonte: Valor Econômico