quarta-feira, 8 de junho de 2011
Reckitt se volta a países latinos para crescer em OTC
- Pressionada pela estagnação das economias europeias e americana, o grupo anglo-holandês Reckitt Benckiser definiu a região da América Latina como alternativa para continuar crescendo, principalmente no segmento de saúde, que envolve os medicamentos sem prescrição médica (OTC).
Conhecida por suas marcas na área de limpeza doméstica, como o Veja e o Vanish, a empresa tem 30% de seu faturamento global originado na área de medicamentos e cuidados pessoais. "Na América Latina, não havia essa parte de nossos negócios. Começamos a nos voltar para isso no ano passado", afirmou o presidente da empresa na América Latina, Frederic Larmuseau. Nos últimos nove meses, a companhia lançou três produtos no Brasil: o antiácido Gaviscon, o tratamento para dor de garganta Strepsils e o sabonete antisséptico Dettol. No Chile, o primeiro lançamento no setor ocorreu em 2009, enquanto na Argentina, a empresa colocou essa classe de produtos há 6 anos.
"Nesses seis anos, nosso foco na região estava voltado para conseguir primeiro a liderança nas categorias tradicionais (de limpeza doméstica). Mas agora, esse mercado (de saúde) está crescendo muito por aqui", completou o executivo, enfatizando o potencial dos países emergentes: enquanto a participação do setor no faturamento da subsidiária brasileira não passa dos 7%, na Rússia essa proporção chega a 40% e na Índia, a 25%. Nas Filipinas, 60% da receita da empresa vêm do segmento.
Segundo Larmuseau, o que chama a atenção da companhia para os medicamentos e produtos para cuidados pessoais é justamente a margens de lucro que são maiores do que as da linha de limpeza. Além disso, o setor pode apresentar menor volatilidade diante dos ciclos econômicos.
Para instalar a área de saúde no Brasil, a subsidiária montou uma equipe de 50 pessoas, dentre as quais está uma força de venda para aproximar os produtos das farmácias e dos médicos. Na unidade farmacêutica no país foram aplicados R$ 20 milhões no ano passado, valor que inclui a publicidade para o lançamento. "Estamos na fase de criar confiança e fazer o público conhecer os produtos", destacou a gerente de marketing da área, Bruna Fausto
A subsidiária brasileira cresceu no ano passado 25% em termos de faturamento. Com uma fábrica em São Paulo, onde são fabricados produtos do setor de limpeza e alguns de cuidados pessoais, a empresa pretende ampliar sua capacidade em 30% neste ano, investindo em novas máquinas e em distribuição. Não está nos planos, no entanto, passar a produzir medicamentos no país - os produtos hoje são importados de outras subsidiárias.
Em 2010, a Reckitt Benckiser registrou receita líquida global de 8,5 bilhões de libras, enquanto no ano anterior, os resultados somavam 7,8 bilhões de libras.
Jornalista: Vanessa Dezem