sexta-feira, 10 de junho de 2011

Anvisa acelera registro de venda de genéricos


Estimativa é que, com a liberação de novos produtos, o faturamento do segmento aumente em pelo menos R$ 1,1 bilhão só neste ano.


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deverá autorizar, dentro de dois meses, a comercialização de 45 novas versões genéricas de medicamentos que tiveram suas patentes expiradas nos últimos anos.


O presidente da autarquia, Dirceu Barbano, diz que a lista refere-se apenas a produtos com pouca concorrência no mercado, ou seja, caros para grande parte da população. “Estes medicamentos estão em fase final de análise e devem trazer ganhos reais para os consumidores por funcionarem como alternativa a similares ainda não disponíveis na versão genérica”, diz Barbano. A estimativa é de que ocorra uma redução média de 45% no preço do medicamento quando passa a ser vendido como genérico.


Embora Barbano não especifique os remédios que entrarão na lista, a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos) trabalha com uma lista de 43 medicamentos que estão à espera da obtenção de registro da Anvisa para chegar às farmácias como genéricos.


Os produtos somados têm um faturamento de R$ 1,1 bilhão.
No levantamento constam itens como o ácido valproico — utilizado para tratamento de doenças mentais — e vendido como Depakene, com o faturamento de R$ 4,8 milhões.
Segundo o presidente da Pro Genéricos, Odnir Finotti , a Anvisa tem acelerado a publicação da aprovação de novas versões genéricas. “A aprovação está sendo mais rápida, o que resultou em aumento de 73% no número de registros no primeiro trimestre deste ano quando comparado com o ano anterior”, diz Finotti.


Barbano afirma que a gerência de registro de medicamentos ganhou em qualificação recentemente, o que trouxe mais celeridade na tramitação da expedição de licenças para novas versões de genéricos. A autarquia também firmou um convênio com o Ministério da Saúde com o objetivo de priorizar a análise de remédios considerados estratégicos para integrar o Sistema Único de Saúde (SUS).


Neste aspecto, o foco está na aprovação de medicamentos de alta complexidade produzidos no país via parcerias entre laboratórios nacionais e multinacionais da indústria farmacêutica.
Setor.


De acordo com levantamento da ProGenéricos, a participação de vendas dos medicamentos genéricos no primeiro trimestre deste ano somou R$ 1,777 bilhão, o que representa uma participação de 19,5% dentro do resultado total da indústria farmacêutica nos primeiros três meses de 2011. A entidade atribui a aprovação de novos medicamentos como principal responsável pelo resultado.


Entre os exemplos dos novos remédios que passaram a ser comercializados este ano em versão genérica estão o Sildenafil (Viagra), Atorvastatina (Lipitor/ Citalor) e Valsartanta (Diovan) que representaram 2,5% de todas as vendas registradas entre janeiro e março. Apenas o Valsartana — que trata hipertensão arterial — ingressou no mercado de genéricos com um faturamento de R$ 400 milhões, segundo a Progenéricos.

Jornalista: Ruy Barata Neto