terça-feira, 15 de março de 2011

Hypermarcas reduz ritmo de compra e parte para integração


Depois de desembolsar R$ 4 bilhões no ano passado para a compra de nove empresas —o maior investimento já realizado em toda sua história —, a Hypermarcas, gigante dos setores farmacêutico, de higiene pessoal e beleza, limpeza e alimentação, deve fechar a torneira neste ano e fazer poucas aquisições. “O ano será da colheita”, afirma Claudio Bergamo, presidente da Hypermarcas. O ritmo de aquisições não se manterá, emenda Martim Prado Mattos, diretor financeiro da companhia.

O mantra dos executivos agora é a palavra integração. O objetivo é reduzir custos, aumentar eficiência e acabar com as operações duplicadas que, apesar dos números positivos do último trimestre do ano passado, transformaram o período no pior da história da Hypermarcas, como afirmou o próprio Bergamo em teleconferência com analistas.
Um dos analistas interpretou que a margem bruta de 2010 poderia ter sido melhor que a registrada. Bergamo considerou os números muito bons mas reconheceu que seriam melhores se a empresa tivesse capturado mais sinergia de suas operações. O resultado é que neste ano a empresa vai trabalhar ainda mais internamente para obter maior sinergia e melhorar os números.
Desempenho O quarto trimestre da Hypermarcas apresentou números positivos, com exceção da margem do lucro líquido caixa que caiu 1,1 ponto percentual. A receita líquida saltou 34,1%, passando de R$ 702,8 milhões para R$ 942,6 milhões e o lucro líquido caixa cresceu 26,4%, passando de R$ 133,5 milhões para R$ 168,7milhões.
No ano passado, a Hypermarcas registrou uma receita líquida de R$ 3,15 bilhões, um incremento de 61% sobre o valor de 2009. Seu lucro bruto também subiu 63,1%, alcançando o R$ 1,8 bilhão e a margem lucro bruto cresceu 0,9 ponto percentual, saltando de 56,3% para 57,2%.
Endividamento Já a dívida líquida da companhia chegou a dezembro de 2010 em R$ 1,7 bilhão, exatamente o mesmo montante registrado no final de 2009.O endividamento, explica Mattos, é resultante das últimas aquisições. “A gente vai desalavancar este valor negativo a partir da geração de caixa da empresa, que virá com os frutos da colheita”, diz Mattos.
Um dos pontos de geração de sinergia da Hypermarcas será o complexo farmacêutico que ela pretende inaugurar até o final do ano em Anápolis (GO) e que tem chamado de “maior complexo da América Latina”, dado que terá 50 mil metros quadrados de fábrica.
Com exceção da Mantecorp, os produtos farmacêuticos de todas as outras marcas da companhia serão fabricados no local que, um dia, foi a base da Neo Química. O investimento na expansão é de R$ 50 milhões.
A expectativa da Hypermarcas para este ano é crescer 15%, ante os 17% registrados no ano passado. A inflação e o aumento da taxa básica de juros devem impactar os setores em que a empresa atua.