Um estudo psiquiátrico recente havia apurado que bebês mais novos do que um ano de idade têm a habilidade de interpretar o que está acontecendo em seu ambiente visual. Dessa forma, o tempo que um bebê gasta olhando para a mesma cena é proporcional à anormalidade dessa cena, que fugiu do que ele esperava e exigiu mais atenção.
Na última semana, uma equipe internacional de cientistas foi ainda mais longe: afirmam que os bebês usam, de fato, lógica e razão para prever a ação seguinte em um acontecimento, exatamente como os adultos.
Para comprovar isso na prática, três pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachussets (EUA) desenvolveram um método computadorizado. Colocaram bebês com idade inferior a um ano em frente a um vídeo, que mostrava uma caixa transparente com uma abertura no fundo, dentro da qual havia uma série de objetos se movendo. Todos os movimentos mentais dos bebês eram monitorados por um programa especificamente desenvolvido para isso.
Os pesquisadores observaram a reação dos bebês a cada alteração na cena. Em dado momento, o vídeo tirava a caixa da visão dos bebês, e quando voltava, um dos objetos da caixa havia saído dela. Essa operação (tirar um dos objetos da caixa) foi repetida várias vezes, com três variáveis entre elas: a proporção dos objetos na caixa, a distância entre o objeto que saía da caixa e o fundo, e o tempo que o objeto levava para sair. Logo, o que se espera é que um objeto mais perto do fundo tenha mais chances de sair da caixa.
Quando o vídeo era interrompido muito rapidamente, e na volta o que havia saído era um objeto longe da abertura, os bebês ficavam surpresos (isso significa que ficaram olhando fixamente para a cena por mais tempo). É claro: eles imaginaram que um objeto longe da abertura não pudesse sair da caixa tão rápido. Quando, ao contrário, o tempo que se escondia o vídeo era maior, os bebês prestavam menos atenção. Isso porque, em uma duração maior, daria tempo de qualquer objeto sair da caixa tranquilamente.
Esses efeitos observados nos bebês, segundo os pesquisadores, confirmam que eles usam relações racionais avançadas. Os cientistas afirmam que essa é a primeira vez que as reações cognitivas de uma criança conseguem ser colocadas em termos matemáticos, decodificáveis por computador. E avisam: não subestime o entendimento de um bebê sobre algo que você faz, aparentemente eles são mais espertos do que nós pensávamos.[WebMD]