terça-feira, 31 de maio de 2011

Dipirona é vetada na UE e liberada no país

Depois que a dipirona - princípio ativo de diversos analgésicos - começou a ser amplamente consumida nos países europeus, órgãos especializados do continente questionaram se o seu uso estaria associado ao desenvolvimento de agranulocitose - um tipo de distúrbio sanguíneo - atingindo principalmente as crianças.


Esses questionamentos geraram um alerta em todo o mundo. O uso de dipirona é seguro? Segundo explica a chefe do núcleo de notificação e investigação em vigilância sanitária da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Maria Eugênia Cury, no Brasil, não há nenhuma prova científica de que haja qualquer relação entre o princípio ativo e a doença sanguínea.

"Essa relação tem características regionais", afirmou Cury. Ela destaca as diferenças étnicas nas populações como uma das razões que fazem com que os organismos reajam de modo diferente.

A executiva conta que, após os questionamentos da Europa sobre os riscos do medicamento, foram desenvolvidos diversos estudos sobre o assunto. Um deles, em especial, analisou a incidência e os fatores de risco para agranulacitose em países latino americanos. As conclusões foram reveladoras: a taxa de incidência da doença em países europeus aumenta quando a dipirona é utilizada, enquanto nas populações dos países da América Latina, essa taxa cai.

"Não tem significânica estatística provada para a relação entre dipirona e a doença nos países latinos. Já na Europa, os órgãos responsáveis entenderam que existe um risco na utilização da dipirona, por isso tiraram o produto do mercado", enfatizou Cury.