segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Italianos e japoneses disputam aquisição do laboratório mineiro Hipolabor

O laboratório nacional Hipolabor, com fábrica em Sabará (MG), está negociando a venda de seus ativos e poderá abrir mão do seu controle. A companhia, especializada em produtos hospitalares, comercialização de medicamentos ao governo e registros para produtos genéricos, está sendo assediada por multinacionais interessadas em ampliar sua participação no Brasil.

Considerada uma empresa de pequeno a médio porte, o laboratório mineiro virou alvo de especulações no mercado, após a empresa divulgar que estaria à procura de um sócio estratégico. O Valor apurou que a empresa já estaria em processo de "due dilligence" (auditoria) com uma das empresas interessadas. Ela já foi oferecida ao laboratório Cristália, mas a empresa nacional não teve interesse. Procurada, a Hipolabor nega que esteja à venda.


Fontes apontam que companhias, como a italiana Chiesi, especializada em áreas respiratória e cardiológica, e a japonesa Takeda estariam interessadas no negócio. A Chiesi informou que "não tem nada a declarar" e, a Takeda, que "não há nada oficial".

Com faturamento em torno de R$ 100 milhões, a Hipolabor, estaria enfrentando problemas financeiros. Alguns medicamentos da empresa vêm sofrendo, nos últimos meses, notificações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por apresentar irregularidades em relação à qualidade. "A empresa fez um 'data room' e está se apresentando ao mercado", disse uma fonte do setor.

Apesar desses contratempos, a companhia virou alvo de cobiça no mercado por estar disponível para negociação. Embora seja especializada na área hospitalar, as multinacionais, ainda sem laboratório no país, querem fincar os pés no Brasil, considerado entre os países emergentes com grande potencial para expansão.

A Chiesi tem uma estrutura pequena no Brasil e pretende ampliar. Com sede em Parma, na Itália, a empresa possui três fábricas, uma delas no país, em Santana do Parnaíba (Grande São Paulo). A Takeda, por exemplo, está à procura de potenciais negócios no Brasil e teria feito proposta pela Teuto, que foi adquirida pela americana Pfizer. A empresa japonesa, que montou um escritório no país, já teria visto os ativos do laboratório mineiro, mas sem avanços nas negociações.


GENÉRICOS

O mercado de genéricos é o que mais tem interessado às empresas que pretendem fazer investimentos ou ampliar sua participação no Brasil. Com potencial de crescimento - esse mercado representa cerca de 20% da receita anual do setor no país -, a participação desse segmento poderá mais que duplicar nos próximos anos.


Fonte: Valor Econômico