quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sandoz amplia presença no Brasil com genérico biológico


A Sandoz, o braço de genéricos do grupo suíço farmacêutico Novartis, está entrando no segmento de medicamentos biológicos como forma de ampliar sua atuação no país. "Essa é uma demanda ainda não atendida no Brasil. Há pouco acesso a esses medicamentos e a Sandoz quer torná-los acessíveis", disse ao Valor o diretor-executivo global da companhia Jeff George.

Os medicamentos biológicos são mais complexos, pois são derivados de materiais vivos (plantas, animais ou microrganismo) ou de células geneticamente modificadas. Como fabricante de genéricos, a Sandoz está focando na produção de drogas a partir dos biológicos de referência que, por serem mais baratas, teriam maior espaço nos mercados emergentes.

Dentro dessa estratégia, a empresa vai lançar no Brasil o primeiro produto neste segmento: o Omnitrope, um hormônio de crescimento injetável. O medicamento tem como princípio ativo a somatropina e foi desenvolvido a partir do referência Genetropin, da Pfizer. A empresa calcula que o mercado de biológicos feitos a partir de medicamentos referência tem um potencial de US$ 30 milhões no Brasil, enquanto o consumo nacional de hormônio de crescimento é estimado em US$ 60 milhões.

Para introduzir o Omnitrope no Brasil, a multinacional teve de passar pelo crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apresentando os testes de bioequivalência com o medicamento da Pfizer. Em dezembro, a Anvisa abriu as portas para esse mercado no país, ao divulgar as normas para o registro de produtos biológicos, estabelecendo requisitos mínimos de qualidade, segurança e eficácia para esses produtos.

Essa aposta da companhia se dá em um momento em que ela tem apenas cerca de 3% do mercado nacional de genéricos - com um portfólio de mais de 100 produtos - tendo registrado faturamento de R$ 350 milhões no ano passado, segundo dados do IMS Health. Globalmente a Sandoz registrou vendas de US$ 8,5 bilhões em 2010, alta de 15% frente a 2009.

"Hoje, dois terços de nossas vendas vêm de fora dos EUA", afirmou George, enfatizando seu foco nos emergentes. No que envolve suas operações no Brasil, o executivo coloca entre suas prioridades, além dos biológicos para o segmento hormonal, as áreas cardiovascular, sistema nervoso central e gastro-intestinal. "Por aqui vamos investir na expansão da produção dos medicamentos e no esforço para obter as aprovações regulatórias." A empresa tem fábricas em Cambé (PR) e Taboão da Serra (SP).