sexta-feira, 6 de maio de 2011

Mercado de Genéricos cresce 32% em unidades no primeiro trimestre do ano


Os medicamentos genéricos registraram forte expansão de vendas em unidades no primeiro trimestre de 2011. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), de janeiro a março foram comercializadas 123,7 milhões de unidades, o que representou evolução de 32% em relação aos três primeiros meses de 2010. O índice é recorde para o trimestre.

Em valores, as vendas das indústrias do setor somaram R$1,772 bilhão contra R$1,289 bilhão aferidas no mesmo período do ano passado, consolidando alta de 37,4%. Para a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), o bom desempenho do setor reflete o crescimento da economia brasileira e o consequente impacto positivo na renda da população.

Para Odnir Finotti, presidente da entidade, o crescimento da participação dos medicamentos genéricos no Programa Farmácia Popular foi outro fator determinante para o crescimento do setor. O Programa, que oferece 8 medicamentos gratuitamente para hipertensão e diabetes, responde hoje por 14,6%% das vendas da indústria de genéricos, ante 12,9% de 2010, representando um crescimento de 50%.

Atualmente, 60% dos medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Farmácia Popular são genéricos. A participação, que cresceu 9% de fevereiro para março quando começou a valer a gratuidade para medicamentos de hipertensão e diabetes, deve se acelerar nos próximos meses.

Os novos genéricos de produtos cujas patentes venceram recentemente já começam a contribuir para o aumento de participação. Apenas três novos genéricos – Sildenafil (Viagra), Atorvastatina (Lipitor/Citalor) e Valsartana (Diovan) representaram 2,5% de todas as vendas e apontam para um forte crescimento e aumento de acesso da população a esses produtos. Além disso, a ANVISA tem acelerado a publicação da aprovação de novos genéricos no mercado. Há uma nova atitude em relação à aprovação mais rápida de genéricos, o que resultou em um aumento de 73% no número de registros no 1º trimestre deste ano comparado ao ano anterior.


PARTICIPAÇÃO DE MERCADO

Em share , os genéricos responderam por 19,5% de participação em valores no mercado farmacêutico brasileiro nos três primeiros meses deste ano frente a 16,5% em 2010. O mercado farmacêutico total também apresentou crescimento no período. O conjunto da indústria registrou vendas de 544,3 milhões de unidades entre janeiro e março de 2011 contra 475,1 milhões em igual período de 2010, fechando com alta de 14,6%. Excluindo a participação dos genéricos do total da indústria, a evolução do mercado foi menor: 10,3% em unidades.

Para o presidente da Pró Genéricos, Odnir Finotti, o indicador reflete claramente o peso que os genéricos têm hoje na indústria farmacêutica brasileira. “O primeiro trimestre mantém o mercado de medicamentos genéricos como o segmento que mais cresce no setor farmacêutico. A tendência é de que em 2011 nossas empresas repitam o ótimo desempenho de 2010, ano em que nosso crescimento superou 30%”, diz Finotti.

Para o executivo, o setor vive um momento especial, de crescimento acelerado. O objetivo é chegar aos 30% de participação de mercado até o final de 2012. “Estamos confiantes no crescimento contínuo da economia brasileira e vamos estender nossa parceria com o governo federal para que os genéricos sejam instrumento de acesso oferecendo todo suporte necessário para o desenvolvimento do ‘Farmácia Popular’”, explica o executivo.

Para Finotti, programas como o Farmácia Popular não apenas possibilitam que os genéricos cumpram seu papel social como colaboram significativamente para o crescimento das indústrias de genéricos. “Ainda que a rentabilidade diminua, para as empresas vale o esforço de consolidar o segmento na liderança do setor farmacêutico, promovendo o acesso à saúde”, conclui.


SOBRE OS GENÉRICOS

Os genéricos são cópias de medicamentos inovadores cujas patentes já expiraram. No Brasil, a regulamentação deste tipo de medicamento se deu em 1999, com a promulgação da Lei nº 9.787.

A produção dos genéricos, que custam em média 45% menos que os medicamentos de referência, obedece a rigorosos padrões de controle de qualidade. Conforme determina a legislação, só podem chegar ao consumidor depois de passarem por testes de equivalência farmacêutica e biodisponibilidade, estes últimos realizados em seres humanos.

Graças a estes testes, os medicamentos genéricos brasileiros são intercambiáveis. Ou seja, podem substituir os medicamentos inovadores eventualmente indicados nas prescrições médicas. Segundo determina a legislação, a troca pode ser recomendada pelo farmacêutico, nos pontos de venda, com absoluta segurança para o consumidor.

Os critérios técnicos exigidos para o registro dos genéricos no Brasil são semelhantes aos adotados por órgãos reguladores de países como Canadá (Health Canadá), Estados Unidos (FDA), além da União Europeia (EMEA), entre outros centros de referência de saúde pública no mundo.


Fonte: Conteúdo Comunicação